Sempre fui parcialmente contra Proganda no cinema antes do filme. Parcialmente porque, na condição de consumidor, acho um absurdo estar pagando para assistir um anúncio mas, na condição de Publicitário quase formado, acho uma maravilha o impacto, o poder de atenção e o potencial de entretenimento que tem o anúncio na telona; dualidades do ofício, enfim! De qualquer forma, se no escurinho do cinema o anúncio for inovar envolvendo interatividade, eu certamente me comportaria como um consumidor bem receptivo.
Veja, por exemplo, essa campanha da Fiat (pra não dizer "case" ou "ação", tô falando na condição de consumidor!). Nela, o locutor convida as pessoas, dentro da sala de cinema, a escolher as sequências que desejam ver no mini-curta da Fiat que será exibido. Para participar, as pessoas enviam as opções através de um torpedo gratuito pelo celular - bem rápido, simples e fácil. Os torpedos são computados na hora e o mini-curta, com as ações mais votadas naquela sessão, é exibido no telão. Segundo Leonardo Xavier, da Tellvox, empresa por trás dessa tecnologia, "a taxa de participação nas sessões é altíssima, perto de 30%"; e "mesmo quem não vota, demonstra alto interesse quando é exibido o filme escolhido pela sala. Quem vota, fica comentando se era essa ou não sua escolha".
Pois eu digo, mas que baita idéia! São muitas as possibilidades de diversão e entretenimento, além de Publicidade, que se abrem por aí...
Nesse caso, o filme escolhido pela sala é disponibilizado para download no celular, via bluetooth. Ora, mas e se eu puder levar pro meu celular também os trailers que acabei de assistir? E se antes de entrar no cinema eu puder parar em frente ao cartaz de um filme e assistir uma cena dele na minha telinha? E se além da cena eu puder escolher toques musicais, papeis de parede e ainda me cadastrar para receber um torpedo de alerta no dia da estréia?
Cada vez mais, o celular deixa de ser só um telefone portátil (e cada vez mais tal afirmação se torna redundante). Como o próprio Xavier diz em seu ótimo blog sobre mobile marketing, o celular é um "centro natural de atenção", pois tu passa o tempo todo cuidando pra ver se alguém vai te ligar, mandar uma mensagem, pra ver se tem um lembrete teu piscando, ou mesmo pra ver que horas são (lembra do relógio de pulso?). Sem contar as facilidades da lista de contatos e poder "estar disponível" para qualquer pessoa que esteja à sua procura, aonde quer que você esteja (desde que dentro da área de cobertura, é claro!) . Aliás, quando é que vão inventar um Messenger de celular onde eu possa mudar o meu status para "em reunião" ou "almoçando", e consultar o status dos meus amigos antes de telefonar?
Mas voltando, a convergência está fazendo o celular receber cada vez mais nossa atenção. Porém, ele continua sendo um telefone, um "nó" de uma rede interligada, uma ponta de um cabo da internet que você carrega o dia inteiro no seu bolso. Pra chutar o balde da metáfora: um aeroporto onde pode pousar, a qualquer momento, todo tipo de mensagem. E considerando tamanha atenção que dispensamos ao maldito aparelhinho, é inevitável que se torne uma mídia publicitária também.
Enfim, por esse tipo de Publicidade dentro do cinema eu realmente tenho simpatia. Contanto que não envie milhões de torpedos spam, não seja invasiva e que nos lembre de desligar o celular antes do filme começar, tá valendo.
A partir desta noite, não responderei mais por Thiago Silverolli. Podem me chamar de Thiago Poborski.
Há duas semanas não publico a suando a 14, a justificativa é simples: segui a máxima "Pára de falar e vem fazer melhor!". Comecei a jogar bola com o pessoal do banco.
O motivo da mudança do nome? Comecem a prestar a atenção neste vídeo a baixo a partir de 1'54. Me chamem de Poborski, e ao gerente comercial do banco de Vitor Baia. Nao perdi o emprego por que o jogo acabou 10 x 4 para o time dele.
Título: Rock'n Roll Racing Plataformas: Mega Drive (a.k.a. Genesis), Super Nes e roms no pc. Fabricante: Blizzard Qual é a do jogo: Diversão absoluta. Corridas em mais de 50 pistas, opções para melhorar o carro com novo motor, suspensão, blindagem, turbo, minas e MÍSSEIS! Sim, eu disse MÍSSEIS! Trilha sonora impecável. Visão isométrica, popularmente conhecida como "lá de cima, mais ou menos na diagonal" ou "Tele Cam". O tipo de jogo perfeito para um churrasco com muita cerveja, carne e discussão sobre mulheres. Por que jogar: Imagine-se dirigindo um carro em alta velocidade, ouvindo Black Sabbath no último volume e engatilhando um míssil para atirar em quem está na frente. Agora pare de sonhar, coloque o CARTUCHO no videogame e espere o narrador, emocionado, gritar "Que comece a carnificina!!". Aí é cada um por si. Por que não jogar: Se for atrapalhar a sua aula de costura, ou algo parecido, nem chegue perto. Avaliação final: Ducaralho.
Acho que as pessoas estão confundindo as coisas: de acordo com a mentalidade atual, a palavra original adquiriu um novo conceito, parecido com idiota - mais ou menos que nem aquele cara que vai pro final da fila ao invés de simplesmente furar. Ou seja, se alguém esperar pra comprar um produto original, vai ser idiotice, pois havia como conseguir tal produto antes e de graça (isso não vale, claro, para artigos como roupas e acessórios, porque sede não é nada, imagem é tudo).
Por exemplo: sendo um grande fã do cineasta M. Night Shyamalan, fiquei acompanhando com expectativa as notícias, fotos, trailers, novidades e tudo mais que envolvia A Dama na Água - e quando o pessoal lá dos ÚSA finalmente teve a oportunidade de assistir, evitei todas as críticas e comentários pois ainda levaria um mês para o filme chegar em terras tupiniquins. Claro, muitos brasileiros simplesmente baixaram e assistiram à película antes, mas já falei que no cinema é inigualável e, como fã, sabia que aproveitaria muito mais se tivesse um pouco de paciência.
Por isso, juro que não entendo essa história dos fãs traduzirem o novo Harry Potter em questão de dias. Quer dizer, depois de seis livros e oito anos de espera, eles pegam uma versão qualquer e já vão lendo? Não estamos falando aqui de um roteiro de cinema, mas sim de uma obra literária com nuances, jogo de palavras, sutilezas... Mesmo o texto da J.K. Rowling, que é bastante direto, precisa ter uma tradução trabalhada. E como é que me colocam oitocentas pessoas pra fazer a coisa? Ninguém sabe qual é o tom da história, o tipo de vocabulário, o estilo da narrativa, porque cada um só participou de duas páginas.
A tradução oficial parece que só sai em novembro. É ruim esperar, eu sei, mas será feita por uma profissional que trabalhou em todos os livros da série. Pode até chegar alguém e dizer que é a mesma coisa, tudo igual, tudo em português, só que na verdade é esse tipo de pensamento que faz a diferença entre algo com qualidade e algo.
Volei de Praia feminino: um verdadeiro banquete de filés à milanesa.
Maratona Aquática: toda a dificuldade de uma maratona convencional elevada a maxima potência, pois o atleta não tem o direito de sentir câimbras.
Ginástica Rítmica: mulheres contorcionistas, capazes de feitos incríveis como coçar a orelha com o pé, tocar as próprias costas com os joelhos ou girar todas as partes do corpo simultaneamente em 180 graus e em direções diferentes. A cada competição de ginástica rítmica o kama sutra é reeditado.
Maratona: Pense em vários Forrest Gumps. Imagine dezenas deles. Pois é.
Tiro com Arco: Um remake de Guilherme Tell, só que sem a menor graça. Quem mandou tirarem a criança com a mação em cima e colocarem lá aqueles alvos redondos? Se eu quisesse ver alvos, ia atirar dardos no Shamrock - e ainda por cima podia tomar uma cerveja junto.
Vela: Uma canoagem para preguiçosos. Afinal de contas, se o vento está empurrando, o que raios eles fazem lá
Quando fui no cinema esses tempos, vi o cartaz de um filme chamado O Ex-Namorado da Minha Mulher - se vocês acham que é nome de comédia romântica, acertaram (e até estréia hoje por aqui, se não me engano). Mas enfim, logo abaixo tinha o título original, em inglês obviamente: um simples e contundente The Ex.
Agora vamos imaginar que a tradução fosse boa, e o título em português fosse apenas O Ex. Para um filme cuja proposta é colocar um antigo amor no caminho de um relacionamento, seria bem melhor. Quer dizer, se alguém falar "Lá vem o ex" parece muito mais assustador do que "lá vem o ex-namorado da minha mulher". Tem muito mais presença, muito mais impacto (O Ex até poderia ser um filme de terror, sobre um cara obcecado pela mulher... na verdade, deve ter algum assim por aí).
Isso nos faz pensar nos títulos que as películas recebem aqui no Brasil, e como nomes tipo Lost In Translation viram absurdos tipo Encontros e Desencontros. Então resolvi investigar para descobrir exatamente quem traduz, quem escolhe qual é o melhor, bla bla bla. Mas não foi preciso, já que após algumas horas de raciocínio lógico cheguei à inevitável e brilhante conclusão: tudo é feito por um software.
Explico: um estagiário qualquer pega o título original e joga no programa (enquanto conversa no msn e acessa o orkut). Aí ele seleciona uma das opções (Comédia; Drama; Ação; Suspense), clica em "traduzir" e pronto, ali está mais um nome facilmente vendável.
Vamos pegar Sin City, por exemplo. O cara põe o título ali no espaço apropriado e, clicando em "Comédia", me sai com algo como Uma Cidade do Barulho; se for "Drama", Os Pecados dentro de Nós; "Ação", Matar ou Morrer em Sin City; e "Suspense", Pecados do Mal. Mas como Sin City já era uma obra reconhecida antes de ser adaptada, ou seja, tem fãs chatos, o estagiário pode apelar para o botão "E agora?", que basicamente mantém o original e traduz ao mesmo tempo. Ficamos, então, com Sin City - Cidade do Pecado (o mesmo processo foi usado em Match Point - Ponto Final, do Woody Allen). O título em inglês está lá, então os fãs não podem reclamar, e o título em português está lá, então os produtores também não podem reclamar. Todo mundo sai feliz.
Claro que, no final das contas, o que interessa mesmo é a comercialidade da coisa, o que pode ser também um tiro no pé (eu nunca imaginaria que um filme chamado Um Cara Quase Perfeito - em bom inglês, Man About Town - seria inteligente e engraçado). Até entendo que o título é importante para atrair gente e tal, mas por favor, como se vai de Annie Hall para Noivo Neurótico, Noiva Nervosa? Bem que podia dar a louca no pessoal da tradução, vai que as coisas melhoram...
Levantamento de Peso: Macho mesmo é quem vai no treino desses caras e berra: "Tudo frutinha!". Isso devia constar naquela lista de coisas que nao se pode deixar de fazer na vida, mas tem que estar entre as últimas...
Carate: Tipo o jogo Street Fighter, mas sem hadoukens, shoryukens e "tátátárúguens"
Canoagem: Uma das maiores gratificações existentes no esporte deve ser praticar uma modalidade como essa e, em caso de fracasso, poder dizer aos companheiros "É gurizada, parece que a gente entrou em uma canoa furada...".
Empate em 0 x 0. A seleção do teu país pode conseguir uma vaga histórica na final do torneio. Ela vence a seleção favorita por 4 x 3 nas penalidades. A grande final é agora uma realidade. O país, antes dividido por forças políticas, religiosas, bélicas, hoje é um só, num sentimento de orgulho que contagia a todos. As pessoas nas ruas vibram, comemoram, festejam, esquecendo por alguns instantes todo o sofrimento pelo qual passam diariamente. Toma conta de todos uma enorme felicidade que...
Essa peça fazia parte de um estande localizado no shopping Praia de Belas, cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Não sei se era apenas propaganda ou se teria algum evento, pois até um tapete vermelho estava estendido ali. Enfim:
Reparem que, de acordo com o que dizem as palavras em cima de "top model", a vencedora não será brasileira, mas sim brazilian.
Em leitura a esse post do Brainstorm #9, resolvi trazer à tona uma discussão sempre presente no mundo da internet: a capacidade que o universo virtual tem de gerar buzz marketing para determinadas empresas e/ou projetos, principalmente através de blogs, flogs e do YouTube.
No post (para os preguiçosos de plantão), o Merigo fala de Cloverfield, que é como está sendo chamado o novo projeto cinematográfico de um tal de J.J. Abrams. Toda essa polêmica foi gerada em função de um misterioso trailer-surpresa exibido antes de Transformers nos EUA. Sem atores famosos, sem o nome do filme, só com a data de estréia: 18/01/2008. E foi o suficiente.
Como meu objetivo aqui não é gerar buzz, mas sim refletir a respeito, deixo pra vocês darem uma olhada no que há online: o site oficial, algunssitesparalelos, conteúdo no YouTube e uma ou outra coisa no Omelete. Especulações, mistérios, blá-blá-blá.
Duas coisas me impressionam profundamente nesse tipo de coisa. A primeira é a capacidade absurda que a internet tem de, da noite para o dia, aparecer com um monte de conteúdo sobre algo que ainda não existe. Capacidade de especulação gigantesca. A segunda coisa que me impressiona é a disposição que as pessoas apresentam para gerar marketing de graça, só para se sentirem integradas ao processo de "making of" de um filme - nesse caso, um filme do qual não se sabe praticamente nada.
Pessoas trabalhando pra uma grande corporação... Vi isso antes em algum lugar.
Puta que pariu, que frio. Várias coisas não tem sido fáceis desde o primeiro momento em que os termômetros desceram abaixo dos 14° C.
Fazer a barba, por exemplo. Nessa geleira desgraçada, a água da pia do banheiro nas mãos e martelada nos dedos doem o mesmo tanto. E eu não tenho a manha de fazer a barba tomando banho.
"Faz tanto frio em Porto Alegre..." ... que eu só volto a me aproximar daquelas lâminas em novembro.
O ar frio da manhã não conseguia dissipar a tensão, que me envolvia como uma cobra esmagando sua presa. Sentado na cadeira, eu sabia exatamente o que iria acontecer, e não conseguia acreditar que as coisas haviam chegado até aquele ponto. Mesmo com a temperatura baixa, eu suava. Atrás de mim, apenas sons metálicos, como os sinos que badalam à meia-noite para avisar que a escuridão chegou. O silêncio pesava, esmagando minhas tentativas de pensar em boas lembranças e me obrigando a enfrentar o inevitável.
Seu rosto era impassível, desprovido de sentimentos - já havia feito aquilo antes em centenas de outros. Com calma e saboreando o momento, ela largou a bandeja metálica em cima da mesa. Uma bandeja com objetos prateados, afiados. Cortantes. O barulho de aço batendo contra aço ecoou nos meus medos mais profundos, um tilintar agoniante que corta qualquer vestígio de esperança e define a cruel realidade. Difícil imaginar um final feliz agora. Segurando um tubo com um gancho na ponta, ela se virou na minha direção. Meu coração disparava como uma metralhadora. Mas eu não podia me entregar. A luz se acendeu, ofuscante, queimando o rosto - e enquanto o gancho ia chegando cada vez mais perto, ela falou com uma tranquilidade assustadora "pode abrir a boca".
Hoje, apenas algumas notícias interessantes que vi sobre internet e tudo que tá interligado.
• Harry Potter 7 já em português na internet Através de colaborações em comunidades no Orkut, um grupo de trabalho envolvendo 400 fãs, liderados por uma menina de 14 anos, traduziu, em menos de 5 dias, as 784 páginas de "Harry Potter and the Deathly Hallows". Isto dá uma média de 2 páginas por pessoa. Afora questões legais da coisa toda, os números são impressionantes e o fato, inimaginável quando o primeiro livro da série foi lançado na Inglaterra, 10 anos atrás.
• 47% dos blogueiros brasileiros são menores de idade Pesquisa publicada hoje pela e.life, uma empresa que monitora blogs, fotologs e comunidades online no Brasil desde 2004. Levando em consideração que na adolescência muita coisa é "modinha passageira", já dá pra imaginar o que vai acontecer com esses blogs daqui alguns anos... Outro dado interessante da pesquisa é que o Orkut é o serviço de publicação on-line preferido por 50,7% dos 4.977 entrevistados.
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Conclusão do Rapidão II: A gurizada, que domina a internet no Brasil, usa o potencial da rede para cometer crimes!
Salto em distância: Quando praticado de forma amadora, é chamado de "correr do cachorro e pular o valão".
Salto Triplo: Conhecido também como "Porra, o chão tá quente!"
Ginástica de trampolim: Esse esporte consiste em pessoas pulando sobre camas elásticas. Igualzinho àqueles pirralhos chatos naqueles centros de diversões que também contam com brinquedos infláveis e animais mecânicos meigos. Se você associa trampolim com piscina, esqueça; só se forem aquelas piscinas cheias de bolinhas coloridas.
Esqui-aquático: nao deveria ser praticado com as atletas na água, e sim no barco. Puxando qualquer coisa que seja, desde que elas estejam de biquini.
Boxe: a versão olimpica é praticada por filhos de pais superprotetores. Eles conseguiram permissão de suas mães para lutar com a condição de usarem capacete pra nao machucar e uma camiseta pra nao pegar um resfriado.
salto em altura: é como final de expediente de segunda-feira, tu sai correndo e só pensa em se atirar num colchão.
Pentatlo: Esporte para CDF. O cara tem que ser bom em corrida, esgrima, tiro, natação, hipismo... português, matematica, conhecimentos gerais, informatica e conteúdo específico!
Remo: no começo do século passado todos os Clubes de Regatas viraram times de futebol. Se não fosse Charles Müller, hoje seríamos pentacampeões mundiais de remo.
Nado sincronizado: Esporte cataclísmico, eleito pelo blog como destaque absoluto do Pan do Rio 2007.
O ano é 1989. O GP é no Japão. Suzuka. Alain Prost é o líder do campeonato e Ayrton Senna é o vice-líder. Ambos da McLaren. Não vou falar dos pontos de cada um pois naquela época nem todos os pontos do campeonato valiam para a classificação geral. Durante aquela prova, Senna, mais veloz, busca a ultrapassagem sobre Prost na penúltima curva, pelo lado de dentro da curva. Prost, percebendo que Senna passaria e venceria a corrida, conquistando o mundial, joga o carro pra cima de Senna. Os dois carros passam reto pela curva. Prost pára, mas Senna consegue seguir com um "empurrãozinho" dos fiscais e faz os pontos que precisa. A federação anula o resultado de Senna, manda ele calar a boca e dá o título para Prost, o "criador" da lambança.
O ano é 1994. O GP é na Austrália. Adelaide. Começa o GP. Schumacher tem 92 pontos. Hill, 91. Meados da prova, Damon Hill busca a ultrapassagem sobre Schumacher. Schumacher fecha todas as portas. Ele sabia que se Damon Hill ultrapassasse, seria campeão. Sem espaço melhor, Hill tenta uma ultrapassagem pelo lado de dentro da curva, num espaço mínimo. Schumacher, instintivamente, não freia e finge que não ve aquele carro ali. O carro de Schumacher voa pra fora e o de Damon Hill segue na pista. Algumas voltas depois ele pára e vê a barra que segura o pneu quebrada. Enfim. Quem riu por último foi Schumacher, o "criador" da lambança.
Agora me diz: se duas vezes, DUAS VEZES, valendo o título, as cagadas propositais dos pilotos foram consentidas pela federação da F1, que argumentos tem o Fernando Alonso para querer por o dedo no nariz do Felipe Massa que mal e mal encostou o carro dele na McLaren do Alonso, numa disputa embaixo de chuva, sem intenção, numa ultrapassagem por fora, pois Massa parecia estar seguindo o traçado normal e, se não estivesse, seria normal "espalhar" um pouco na saída da curva nestas condições? Quem que ele pensa que é??
Já não ia com a cara dele, agora eu to torcendo por dois pilotos este ano, o Massa e o Hamilton. Eu dava um murro na cara dele e beijava a camera depois com um sorrisão no rosto. Já pensou? Alonso vibrando no "pódium" com o olho roxo.. Espanhol cara de c*.
......
Massa largou super bem hoje. Pulando pra segunda posição. Com as mudanças do tempo, logo já era o líder. Liderou com folga a corrida. Alonso, em segundo, ameaçava diminuir a diferença e logo Felipe Massa sentava o pé direito no pedal.. Tava fácil, fácil... Alonso lembrava até o Barrichello... Até que faltando 8 voltas para o final começou a chover.
Nos boxes, Felipe e Alonso trocaram de pneus, mas a McLaren fuçou na Asa Dianteira do carro de Alonso, colocando mais resistência ao ar nela, fazendo o carro ficar mais "colado no chão". Assim, o carro ficou mais fácil de guiar, porém menos rápido. Como, naquela chuva, velocidade não importava muito, Fernando Alonso colou em Felipe Massa até conseguir achar um espaço duas voltas depois da parada, passando pelo lado de fora na curva. Eles deram até uma encostada de leve. Foi bonito mesmo ver a briga. No final, Alonso ganhou de presente a prova que já estava perdida antes da chuva e da "fuçada" na Asa Dianteira. E comemorou como um perdedor. Gritou como se fosse uma baita glória sua e reclamou do que não fez diferença.
Superou o Galvão. Aliás, o Galvão nem falou tanta bobagem hoje. Pelo menos nada grosseiro. Alguém arrisca um comentário?
Squash: esporte cooperativo. Os oponentes se unem contra um paredão invencível.
Marcha-atlética: prova disputada logo após a maratona, quando os atletas já estão cheios de bolhas nos pés.
Futebol de Salão: esporte inventado por pré-adolescentes do gênero masculino numa daquelas festinhas "guris de um lado, gurias do outro". Depois de passarem horas se empurrando, um deles amassou uma latinha de refri.
Direção: Michael Bay Roteiro: Roberto Orci e Alex Kurtzman, baseado em história de Roberto Orci, Alex Kurtzman e John Rogers
Elenco Shia LaBeouf (Sam Witwicky) Megan Fox (Mikaela Banes) Jon Voight (Secretário de Defesa John Keller) Peter Cullen (Optimus Prime - voz)
Um novo conceito para o câmbio automático dos carros.
Aproveitando a moda anos 80, robôs malignos invadem a Terra na busca de um Cubo mágico (não, não daqueles, mas seria engraçado), mas encontram aqui uma resistência feita por robôs bróders e uma galerinha que é só confusão.
Quando eu falei sobre o Quarteto Fantástico, disse que não tinha problema nenhum um filme ter como objetivo "apenas" entreter, desde que se mantenha coerente com a sua proposta. Pois é essa diversão descompromissada que Transformers tenta alcançar.
Com Michael Bay atrás das câmeras, o que se tem, pra variar, são muitos planos contraluz, efeitos especiais e a câmera sempre em movimento e/ou chacoalhando. Ah, e é tudo grandioso, e edificante. E tudo explode, também. E todo mundo corre em câmera lenta. Mas parece que a função do Spielberg como produtor era olhar pro diretor, fazer cara de simpático e dizer "Menos", pois na maior parte da projeção as coisas realmente funcionam: o espectador gosta dos protagonistas - graças também à ótima atuação de Shia LaBeouf e à ótima forma de Megan Fox -, há bastante suspense e expectativa pela aparição dos robôs, há bastante humor, há cenas de ação legais, há dinâmica entre as personagens... enfim, há aquela "diversão descompromissada" que foi citada no início.
Mas na meia hora final Spielberg deve ter ido ao banheiro, porque a coisa desanda e o trabalho feito até ali se transforma (desculpem, não resisti) em correria, gritos, explosões, destruições, clichês, câmera lenta, explosões, barulheira, bullet-time, explosões, clichês, tudo elevado à décima potência. O design dos robôs é parecido, então o cara nunca sabe quem é quem, até porque a câmera não pára quieta. O diretor não estabelece a geografia do lugar, então nunca se sabe quem está aonde, e os constantes closes em cenas tipo "mãos se tocando quando tudo parece perdido" não ajudam muito. Parece que alguém pensou "Vamos fazer cenas legais, ou seja, explodir bastante coisa", e lá se foi boa parte do orçamento.
No geral é um filme mais divertido do que irritante, e a transformação dos robôs ficou espetacular, e a barriga da Megan Fox é espetacular também. Provavelmente vai ter continuação, então quem sabe o 2 tenha uma história melhor, já que nesse destruíram tudo que podia ser destruído - afinal, não há porque duvidarmos de uma continuação hollywoodiana, certo?
Segundo César Maia, Rio está no caminho da Olimpíada [ver] O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, deu nesta terça-feira uma justificativa para os gastos excessivos com a organização dos Jogos Pan-americanos. O orçamento inicial estourou em quase R$ 3 bilhões.
O que os fatos nos dizem:
Cai reboco do Maracanã, mas ninguém se fere [ver] Parte do revestimento do teto do Maracanã caiu, próximo à rampa do Belini, assustando algumas pessoas que passavam pelo local, na noite de quarta-feira, enquanto ocorria a semifinal feminina de vôlei entre Cuba e Peru, no Maracanãzinho.
Tênis: é o esporte mais antigo de todos. Era praticado pelos homens das cavernas. Mas no tenis moderno só restaram daquela época os urros dos dois lados da quadra e o cabelo do Guga.
Tênis de Mesa: uma miniatura do tênis inventada pelos japoneses. Originalmente era pra ser jogado por nanorobôs, mas o jogo ficou tão divertido que os próprios japas resolveram jogar.
Badminton: Uma imitação barata de tênis, com uma peteca no lugar da bola, praticado na quadra de vôlei dos 7 anões.
"oie pessoax... td certu? aki tah td tranquilu... to mtu felix... ontem fikei sabendu d uma coisa q mi dexo mtu felix... soh q ainda naum possu conta.... segredu!!! hehehehe... ai ju.... axu q nem vai dah nd neh?!! hehehe... soh nos neh.... hehehehehe... ai genti hj eu to taum feliz q nem sei u q escrever... hehehe... ah sim... bjinhux p ju, ga, mah, p aninha, p gabi, meu coleguxu lucas q eh um amor... hehehe..... minha maninha suzynha....q eu amu mtux.... i p allan q eu adoru mtux....." [de um blog achado na internet]
Tempos atrás, eu usaria esse parágrafo acima para mostrar como as novas gerações estão perdidas, como a única saída seria começar do zero e como essa criançada precisa levar uma surra pra aprender a escrever direito. Mas o fato é que eu andei repensando essa minha posição depois de ler esse post do Valter. E digo mais: acho que essa criançada tá um passo à frente em relação ao que a nossa geração fez com a língua portuguesa.
Há tempos, temos conhecimento sobre a suposta má influência da internet nas salas de aula. Jovens que têm dificuldade para expor suas idéias de forma clara e coerente, e ainda por cima escrevem com as abreviações típicas da linguagem de chats e messengers. Educadores vão à loucura. É o fim.
Mas vamos analisar melhor. É verdade incontestável que a língua seja uma coisa dinâmica (primeiro semestre na Fabico, Lingüística e Comunicação, lembram?). Ou seja, está o tempo todo se modificando. Nossos pais influenciaram a língua que falamos hoje, nós influenciaremos a língua de amanhã, enfim. Só que nem nossos pais nem nós mesmos tivemos ousadia o suficiente para mexer na língua escrita; nossas gírias e expressões eram restritas ao universo da fala, nem sequer se aproximavam da rocha sólida da gramática aprendida na escola. Essa nova geração, talvez por estar imersa numa cultura predominantemente escrita (a da internet), está levando sua linguagem também para a sua redação.
Se a maioria absoluta dos jovens usar - e continuar usando - essa linguagem, nem educadores, nem o professor Pasquale, nem sequer o Papa vai conseguir impedir. E a clara tendência é que esses termos sejam incorporados ao vocabulário português - vide as sessões do Telecine com legendas em internetês. Não será uma linguagem para substituir a que conhecemos hoje, mas sim para completá-la.
É óbvio que educadores e estudiosos vão demonstrar a sua "preocupação" para defender a língua dessa "corrupção" à qual os jovens estão submetendo-a. Assim como os cientistas da época combateram com todas as forças Galileu Galilei, quando ele teimava em dizer que o sol era o centro do universo. Toda revolução causa uma reação proporcional.
Só pra ilustrar um pouco mais a relação Blogs x Jornalismo que comecei a abordar semana passada, lembrei-me de um dos episódios descritos no livro "Blog - Entenda a revolução que vai mudar seu mundo", onde o autor Hugh Hewitt descreve uma farsa envolvendo Dan Rather, o âncora do tradicional programa de jornalimo investigativo "60 Minutes", da rede de TV americana CBS (aham, o mesmo do excelente filme "O Informante", com Al Pacino e Russel Crowe; o Dan Rather é tipo o Sérgio Chapelin no Globo Reporter!).
No dia 8 de setembro de 2004, Dan Rather apresentou uma reportagem no "60 Minutes" baseada em documentos que compravavam que, em 1973, George W. Bush recebera advertências de seus superiores no exército, por desobediencia. Algumas horas após a CBS publicar os documentos na internet, os blogs "Free Republic" e "Buckhead" (ambos conservadores, pró-Bush) contestaram sua autenticidade: os documentos não poderiam ter sido datilografados por máquinas de escrever inventadas antes de 1990. Os documentos eram, portanto, forjados.
Mas o bicho pegou mesmo no dia seguinte, quando o Powerline, um blog político de grande audiência, repercutiu a descoberta da fraude em um post sob o título "The sixty-first minute". Ao longo do dia, o Powerline atualizou o post mais de 10 vezes, com contribuições investigativas que recebia de milhares de blogueiros inconformados com o jornalismo tendencioso da CBS. Entre as contribuições, destaca Hewitt:
"Um curso rápido sobre a história e a capacidade das máquinas de escrever; relatos de militares da reserva que tinham utilizado aquelas máquinas; (...) o procedimento militar padrão, que não incluia o uso de memorandos pessoais para o assunto em questão; uma análise comparativa entre assinaturas apostas em memorandos autênticos de Killian [Jerry Killian, superior de Bush na época] e nos falsificados; e assim por diante".
E conclui:
"O impressionante volume de provas, reunido em poucas horas, é assustador. É fenenomal. (...) A blogsfera desmascarou a fraude com uma velocidade e uma objetividade de tirar o fôlego (...). A mídia hegemônica tradicional jamais seria a mesma".
De fato, nos dias que se seguiram, os grandes jornais e canais de TV foram obrigados a reconhecer o eficiente trabalho dos blogueiros, repercurtindo o post "The sixty-first minute" por todo o país, o que abalou a credibilidade da CBS e seu tradicional "60 Minutes". Após duas semanas na corda-bamba, ignorando os fatos e insistindo na veracidade dos documentos, Dan Rather caiu em contradição com as fontes consultadas na reportagem original; sua reputação foi manchada, ele caiu do cargo e se aposentou.
O episódio, que ficou conhecido como "Rathergate" em alusão ao caso "Watergate", assim como todo o resto do livro de Hewitt, demonstra que, pelo menos nos Estados Unidos, os blogs políticos, independente da vertente ideológica (se de esquerda, direita, conservador, liberal, republicano, democrático, etc) desfrutam de grande influência nos meios de comunicação e na opinião pública; apesar de não produzir notícias, eles praticam Jornalismo sim ao servir de contra-ponto e investigar a mídia tradicional.
Ao contrário da brasileira, a postura política da bloguesfera americana é mais madura, porque eles conhecem a internet e os blogs a muito mais tempo. Por lá, o "dar voz aos cidadãos" derrubou Dan Rather, veterano âncora de televisão. Por aqui, salvo raras excessões, blogues excelentes como este, por enquanto, são meramente irrelevantes...
Natação: quem nasceu pra borboleta sempre vai estar de costas; nunca vai ter peito pra chegar e craw!
Boliche: Esporte perfeito para ser praticado acompanhado de uma garrafa de cerveja e com muita gente conversando em volta. O que descaracteriza a versão oficial (a do Pan) como boliche de verdade.
Patinação artística: Esporte exclusivamente feminino, mesmo quando praticado por seres do sexo masculino.
Semana passada eu vi um programa especial lembrando (comemorando?) os vinte e cinco anos da tragédia do Sarriá. O nome é dramático, mas no futebol tudo é assim, tanto as coisas boas quanto as más, fica tudo superdimensionado: tragédias e milagres acontecem com freqüência.
No programa, todos se lamentam por aquela seleção não ter ganho. Jogadores, comentaristas, repórteres de campo, todo mundo assumindo o papel de torcedor. Dizem que foi o maior crime da história, que uma seleção daquelas não merecia (não podia, nas palavras deles) ter perdido aquela copa.
Eu não vivi o mundial de 82, mas pelo que falam e pelas imagens que mostram, aquele era um timaço! Assisti reprises de alguns daqueles jogos. Sabem todas aquelas jogadas que a gente pensa na quadra e nossas pernas não obedecem? Ou aquele passe que parece tão óbvio quando estamos vendo o jogo pela televisão que a gente fica louco com o jogador por ele não ter enxergado? Ou ainda, aqueles lances que de vez em quando a gente consegue executar no videogame e fica emocionado superlotando o memorycard? Pois é, as pernas do Cerezo obedeciam, o Falcão enxergava, o Zico executava, e os outros 8 também.
Agora, não sei se ter um time mágico que, por um pecado, não ganhou nada e que me faria sofrer ao lembrar disso depois de 25 anos vale mais do que uma seleção sem brilho, mas proporcionalmente com brio o bastante para ser campeã.
Eu defendo que paixão futebolística legítima é aquela nutrida em devoção ao clube, mas - como torcedor, mais do que como comentarista – me deliciei com o que aconteceu ontem. Afinal, ideologias a parte, é muito bom ganhar por 3 a 0 da Argentina jogando com o time B! E tecnicamente isso descreve o que aconteceu.
Em tempo, e só pra tentar diminuir um pouco a contradição do parágrafo acima, eu preferia ter visto o Riquelme com cara de tacho no dia 20 de junho do que ter visto ontem.
Saltos ornamentais: O objetivo aqui é o dificílimo ato de saltar do trampolim e cair de barriga na água. Os atletas pulam, giram, rodopiam e se esforçam muito, mas até hoje poucos conseguiram.
Patinação em Velocidade: 100 metros rasos com rodinhas, para preguiçosos.
Judô: Uma briga de travesseiros. Sem os travesseiros, só com os pijamas
Para esclarecer nossos leitores, postaremos aqui, pouco a pouco, alguns resumos e definições sobre os esportes que são praticados no tal panamericano:
Handebol - Handebol é um futebol de goleiros, invertendo a regra "gol só dentro da área" que costuma vigorar em algumas peladas futebolísticas. Mais ou menos como se o mundo, literalmente, trocasse os pés pelas mãos.
Ginástica Artística Masculina - É que nem o cara que faz Arquitetura: ele quer ser um decorador, mas ainda não sabe disso.
Semana passada foram anunciadas as novas 7 maravilhas do mundo moderno:
1. A Grande Muralha da China; 2. O monumento de Petra na Jordânia; 3. O Cristo Redentor no Rio de Janeiro; 4. A cidade inca de Machu Picchu; 5. A pirâmide de Chichén Itzá no México; 6. O Coliseu de Roma; 7. O Taj Mahal, na Índia.
Pfff... A minha lista seria assim:
1. Angelina Jolie em "Sr. e Sra. Smith"; 2. Luana Piovanni na revista Trip; 3. Natália Guimarães, a Miss Brasil 2007; 4. Kate Austin da ilha de LOST; 5. Jessica Alba em "Sin City"; 6. Claudia Leitte do Babado Novo; 7. Shakira do pescoço pra baixo;
Mas pra falar a verdade, eu abriria mão destas 7 maravilhas por uma hors concours como a Claire Colburn (não a Kirsten Dunst!) do filme "Elizabethtown". Só ela me faria não perder tempo pensando numa lista tão machista.
Harry Potter e a Ordem de Fênix(Harry Potter and the Order of the Phoenix) 4/5
Direção: David Yates Roteiro: Michael Goldenberg, baseado em livro de J.K. Rowling
Elenco: Daniel Radcliffe (Harry Potter) Rupert Grint (Rony Weasley) Emma Watson (Hermione Granger) Ralph Fiennes (Lorde Voldemort) Gary Oldman (Sirius Black) Michael Gambon (Alvo Dumbledore)
Um filme pra crianças?
A volta de Voldemort é negada pelo Ministério da Magia que, como qualquer governo, utiliza a mídia para encobrir situações desfavoráveis, ao mesmo tempo em que interfere no aprendizado da gurizada, transformando Hogwarts em uma ditadura.
Ao longo dos anos, livros e filmes, Harry Potter cresceu junto com seu público, ganhando dimensões reais em termos psicológicos e sociais – assim como Kevin Arnold no seriado Anos Incríveis (guardadas as devidas proporções, claro). Por isso não é nenhuma surpresa que, embora o guri já tenha sido mais chutado do que o Náutico, Harry Potter e a Ordem de Fênix representa o ponto mais alto no amadurecimento das personagens, que agora precisam lidar com situações de perigo iminente, seus problemas adolescentes e a morte de entes queridos.
Mais focado do que nunca em seu protagonista, o roteiro procura fazer cada cena dar andamento à história, abordando sempre que possível a ambigüidade de Harry (“Todos temos luz e sombra dentro de nós” diz, a certa altura, Sirius Black, em um clichêzaço), pois o fato de ser um bruxo não o livra de birras, irritações, brigas com os amigos e a vontade de pegar uma mina meia-boca já que ele não consegue nada melhor. Ao seu lado, Ron e Hermione assumem o posto de seguranças, já que estão sempre dando apoio incondicional ao amigo – e é interessante notar como as cenas com os Weasley, Dumbledore ou Sirius são iluminadas por velas, criando um ambiente reconfortante através de cores quentes, enquanto o resto do filme passa meio acinzentado. Aliás, contribui para isso a ótima direção de arte, que monta estruturas irregulares mas aconchegantes em determinados locais (a casa de Hagrid, por exemplo), e confere um ar de frieza, impessoalidade e tristeza em outros (o Departamento de Mistérios) através de linhas retas e estruturas quadradas.
Do outro lado das lentes, o britânico David Yates – em sua primeira e não última passagem pela série – desprende-se da abordagem textual de Harry Potter e o Cálice de Fogo, utilizando uma narrativa mais visual – e, portanto, mais coesa – para contar a história. Também tem mais confiança para ousar nos enquadramentos e movimentos de câmera, conferindo um certo tom autoral à película e realizando assim uma obra menos burocrática (no sentido de fazer apenas o necessário) do que seu compatriota Mike Newell fez no filme anterior.
O único problema, na verdade, é que o clímax (que eu não vou contar aqui, não insistam) não é dramático o suficiente, o que tira um pouco a força da história (além da duração excessiva de algumas cenas). Mas no resto, mantém-se admiravelmente competente, assim como os outros capítulos - e o próximo, Harry Potter e o Príncipe Mestiço, já está em produção. Então saberemos quais cartas J.K.Rowling, David Yates e sua trupe ainda têm na manga.
Publicitários fazem qualquer coisa pra vender um produto. Inclusive absurdos como esses abaixo.
Bloqueio Não - Um bando de consumidores Na última peça de TV veiculada pela campanha do Bloqueio Não, o locutor questiona a liberdade pregada pelas operadoras de celular (desculpem, não tenho o texto na íntegra). Ele conclui: "Mas afinal, nós somos livres... Ou somos só um bando de consumidores?".
Se houvesse mais 5 segundos de comercial, a resposta seria, por óbvio, um sonoro "só um bando de consumidores". Campanha bacaninha, bonitinha e coisa e tal, mas tá na cara que a Oi só resolveu vir com essa pra conseguir mais clientes. No final das contas, tudo isso é só uma estratégia "rebelde" pra vender celular.
Focus - Cabeça Diferente? Neste vídeo, feito para a campanha do automóvel Focus, a locutora diz: "Eu faço parte de um grupo de pessoas que não faz escolhas óbvias. Enquanto a maioria quer o que é modinha, nós queremos o que dá vontade. Enquanto a maioria vai onde todo mundo vai, nós vamos aonde é mais bacana. Se você também tem uma cabeça diferente, deve dirigir o mesmo carro que eu".
De onde conclui-se que: se você é independente e gosta de tomar suas próprias decisões sem se importar com o que os outros pensam, você deve... Fazer exatamente o que a propaganda diz. A contradição gritou pra mim na primeira vez que vi isso na TV.
No final, a locutora ainda assina: "Ford Focus: nada nele é óbvio". De óbvio, pelo jeito, só o bom e velho apelo publicitário do tipo "faça parte de algo legal". Ridículo.
(excepcionalmente na quinta-feira) Aproveitando o embalo da coluna anterior do Leandro, e aproveitando também o fato de escrevermos sobre coisas semelhantes, resolvi me apropriar livremente das perguntas da Camile (qualquer problema com isso, manifeste-se, ok?) para tentar entender um pouco o abismo que pode haver entre o uso que internautas fazem de blogues.
Lá vai:
1. Por que você procura um blog? O que te interessa em um blog?
Kleiton: Busco visões sobre assuntos, diferentes pontos de vista que possam me ajudar a formar idéias e opiniões. Também procuro humor, tem bastante coisa de qualidade nesse sentido por aí.
3. Como você vê o autor do(s) blog(s) que você costuma ler? Qual a relação de proximidade que você tem com eles?
Kleiton: "Depende. O Cataclisma14, que leio todo dia, é um blog coletivo que tenho com meus amigos mais próximos" (copiado descaradamente). Ainda acrescentaria que esse tal Cataclisma14 é um puta blogue, talvez o melhor em língua portuguesa que eu já tenha visto.
O Moldura eu leio porque gosto das idéias e posições do Valter (exceto pelo time pelo qual ele torce) - ele inclusive já colaborou por aqui. O A vida mata a pau, leio pelo humor nonsense absolutamente fantástico que algumas vezes aparece por lá. O Vacacaga, porque aquele pessoal me parece bem parecido com a gente: estudantes de comunicação que sabem ironizar a própria classe. E o Baghdad Burning, porque é uma fonte riquíssima de informação que não recebemos pelos mass-media sobre a invasão americana no Iraque.
Desses últimos, eu sou grande amigo do Valter e conheci o Menezes (do A vida mata a pau) na Fabico. Os autores do Vacacaga e do Baghdad Burning, só admiração mesmo, nenhum vínculo.
4. Porque você começou a publicação do seu blog? Quais seus objetivos com o seu blog?
Kleiton: "Como eu disse, o Cataclisma 14 não é apenas meu. Eu e meus amigos começamos a postar sem muito compromisso, apenas como uma forma de registrar nossas vivência em turma na faculdade, em festas, viagens, shows, etc. Ainda é essencialmente um blog de amigos.
Nosso objetivo, hoje, é tentar ganhar algum dinheiro com ele, nem que seja tirar só uns 30 reais por mês pra pagar uma hospedagem decente em outro lugar que não o Blogger." (uh, preguiça desgraçada)
Ainda completaria dizendo que está sendo uma experiência ótima me obrigar a escrever um texto semanal. Disciplina é algo a ser adquirido.
5. Como você vê o futuro dos blogs?
Kleiton: Eu acredito que blogues sejam lugar de opinião, não de notícia, e que vão continuar evoluindo nesse sentido. É um lugar onde não há nenhum tipo de censura, a não ser aquela do próprio público leitor. Embora tenha muita besteira, também tem muita gente boa que escreve em blogues e que só falta ser descoberta.
Olá, Leandro.. tudo bem? Bom, antes de mais nada, devo me apresentar. Meu nome é Camile, moro em Curitiba e comecei a frequentar o blog do Tiago Dória em meados do ano passado. Não sou daquele tipo de leitora assídua ou que comenta mas, vendo como os blogs explodiram [...], resolvi fazer meu Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo sobre os blogs e o jornalismo. Vi que você, além de comentar no blog do Tiago, possui um também. E o que gostaria de saber é se posso fazer algumas perguntas, e talvez, manter contato contigo até final de agosto, mais ou menos, quando devo terminar a minha análise. Tenho algumas questões iniciais e sei que irão surgir mais ao longo desses próximos dois meses. Se você puder me ajudar, ficaria muitooo agradecida. Muitooo obrigada desde já!!! Um abraço, Camile.
1. Por que você procura um blog? O que te interessa em um blog?
Leandro: Bom, antes de mais nada, blogs são feitos por pessoas. Pessoas que tem opiniões, pessoas que tem suas vivências, experiências, etc. E pessoas que, como eu, navegam pela internet e encontram coisas legais. Geralmente elas postam tudo isto em seus blogs, e é isso que me interessa. Ler blogs é como encontrar atalhos para conteúdos e lugares interessantes na internet.
3. Como você vê o autor do(s) blog(s) que você costuma ler? Qual a relação de proximidade que você tem com eles?
Leandro: Depende. O Cataclisma 14, que leio todo dia, é um blog coletivo que tenho com meus amigos mais próximos. Gosto do Tiago Dória como blogueiro "assíduo", do Michel Lent, do Viu Isso, como profissional web a se admirar, e do Fábio Seixas, do Versão TXT, como um empreendedor web no Brasil que deu certo -- mas não os conheço pessoalmente. Os autores do Meio Bit e do Smashing Magazine eu nem sei quem são, mas seus blogs são para mim ótimas referências sobre tecnologia e webdesign.
4. Porque você começou a publicação do seu blog? Quais seus objetivos com o seu blog?
Leandro: Como eu disse, o Cataclisma 14 não é apenas meu. Eu e meus amigos começamos a postar sem muito compromisso, apenas como uma forma de registrar nossas vivência em turma na faculdade, em festas, viagens, shows, etc. Ainda é essencialmente um blog de amigos.
Nosso objetivo, hoje, é tentar ganhar algum dinheiro com ele, nem que seja tirar só uns 30 reais por mês pra pagar uma hospedagem decente em outro lugar que não o Blogger.
5. Como você vê o futuro dos blogs?
Leandro: Não sei. A grande maioria dos blogs hoje são sobre bobagens. Talvez sobrevivam somente os blogs com conteúdo realmente interessante. Não acho que vá substituir o Jornalismo tradicional como dizem, mas sim concorrer cada vez mais com sua audiência. No meu caso, vejo o blog também como "fonte oficial" de informações minhas na internet; tudo que está ali é comprovadamente de minha autoria, assim como tudo que está no meu perfil do Orkut, por exemplo. Enfim, acho que é por aí...
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Respondi esse questionário faz um mês. Essa Camile respondeu ontem dizendo que está terminando a fase de "fundamentação e análise" do TCC, e logo mais retornará com as entrevistas. Não tenho mais detalhes do trabalho dela, mas é interessante que sempre relacionam blogs e jornalismo em trabalhos acadêmicos.
Minhas respostas e opiniões sobre o assunto estão aí. E vocês, o que acham?
Bolas especiais, chuteiras especiais, meias especiais, caneleiras especiais, uniformes especiais, gramados especiais, estádios especiais, contratos especiais, patrocínios especiais, tratamento especial. Com tantas facilidades, é estranho que o nível do esporte tenha decaído tanto nos últimos dez anos.
Hoje, por exemplo, ouvi na rádio o diretor de marketing do Inter - e não é uma crítica apenas ao colorado, pois dirigentes de qualquer clube diriam o mesmo - divulgar uma votação para que os sócios escolhessem a nova LOGOMARCA ("distintivo" para os mais velhos) do Sport Club. O futebol precisa urgentemente desevoluir um pouco.
Nos últimos meses de 2006, chegou até mim a notícia de que o meu antigo colégio, Irmão Weibert, estava se declarando falido e encerraria seus trabalhos. Deixaria de existir.
Todos os dias andamos pelas ruas, passamos por lancherias, lojas de presentes, postos de gasolina, estabelecimentos que abrem e fecham a toda hora. Não criamos vínculos com esses lugares, eles são passageiros, efêmeros. Mas uma escola? Escolas não são lugares de consumo. São lugares de formação, de aprendizado, de se construir como pessoa.
Freqüentei o Irmão Weibert da quinta série até o terceiro ano. Sete anos da minha vida, praticamente um terço dos meus 23. Tive grandes amigos, professores bacanas, histórias para contar. Coisas de colégio, vocês certamente sabem do que eu estou falando. Ou seja, ele era o berço de um bom pedaço da minha vida.
Apesar de quase nunca ter voltado lá depois da minha formatura, em 2000, ele funcionava como um potencial banco de lembranças. Eu poderia, a qualquer momento, passar por aquele pedaço da Protásio Alves, olhar lá pra dentro e recordar, como já havia acontecido algumas vezes, em passagens esporádicas. Ficar sem esse "porto seguro" era, de certa forma, ficar um pouco sem referência.
No final das contas, o colégio não fechou de vez. Agora não é mais o nostálgico Irmão Weibert, mas o Colégio Senhor Bom Jesus, após ter sido comprado por um grupo franciscano. Pelo menos não virou um centro comercial, um posto de gasolina, um complexo esportivo. Mas ainda é estranho olhar pra lá depois que ele foi comprado e ter a certeza, lá no fundo, de que não é mais a mesma coisa. Seguramente não é mais a mesma coisa.
Uma partida de futebol apresenta seis entes primários distintos: o juiz, o bandeirinha, o técnico, o goleiro, o jogador de linha; e o camisa 9.
Artilheiro, matador, carrasco. Mais do que uma posição no esquema tático, centro-avante é uma profissão. Deveria constar na carteira de trabalho do cara: fazedor de gol.
Bairrismos a parte, uma das grandes diferenças que eu pude notar na imprensa esportiva daqui quando voltei de São Paulo foi a importância que se dá ao camisa 9 como um personagem a parte no time de futebol. Os arranjos dos times são analisados em torno do ‘homem-de-referência’, e se um ataque não funciona direito é porque o time não conta com essa figura em campo.
Também pudera. Não são poucos os exemplos de ídolos que se consagraram carregando esse numero nas costas. Tanto que hoje, até quem não usa essa camisa é o NOVE do time quando se trata de um artilheiro nato, ou goleador como se diz por aqui. Já virou adjetivo.
Renato não era nove, mas tudo começou com Baltazar, no Morumbi em 81. E a segunda Libertadores veio com Jardel, um dos maiores exemplos dessa profissão, ele não precisava jogar bola...
Christian, Viola, Dada, Careca, Evair. Nenhum craque. Todos eles goleadores que se criaram no futebol sob a mística da camisa 9, fazendo a alegria da torcida e empilhando gols. Verdadeiros ídolos.
Mas já aconteceu de “jogadores de futebol” estamparem o número, e aí o resultado é fenomenal. Poderia até estar falando de Ronaldo. Afinal, no tempo em que ele era Ronaldinho, esteve indiscutivelmente acima da média; mas eu me referia ao maior camisa 9 de oficio de todos os tempos: Gabriel Omar Batistuta.
Batigol! Mestre na arte de fazer gol. Viesse a bola do jeito fosse, estivesse ele marcado por quantos quisessem. Sempre caixa! Nessa onda de aposentar a camisa em homenagem a um jogador que fez história, acho que ninguém mais em time nenhum do mundo poderia usar o número 9 depois de Batistuta. O cara merece ter uma serie de verdades sobre ele. Numa comparação só pra vocês entenderem: Chuck Noris jogou futebol. Seu pseudônimo: Batistuta.
Esses dias, percorrendo a Avenida Ipiranga no sentido PUC-Praia de Belas, percebi um frontlight da Reebok que tinha as seguintes expressões: Enjoy the ride. Run Easy. I am what I am.
Embaixo tinha o logo da Paquetá Esportes, sendo "esportes" a única palavra em português que aparecia no anúncio. Pra quem quiser ver, é ali no ginásio da Brigada, esquina com a rua Silva Só, perto do McDonalds, onde se pode comprar hamburguer, cheeseburguer, sundae, milk-shake e, pelo jeito que as coisas andam, french fries.
Sabem aqueles mitos que todo mundo prega sem ter certeza nem provas de que é verdade? Histórias que ficam famosas por serem sempre repetidas mas deixarem aquela dúvida no ar? Hoje eu tive a gratificante oportunidade de comprovar uma delas.
10:20 da manhã: o pessoal no escritório, empolgado pelo final de semana iminente e pelo clima leve que a liberdade de vestimenta proporciona (fui trabalhar com a camisa do Liverpool), resolve fazer algo diferente no almoço. A idéia aceita de forma unânime: esfirra do Habbib's.
11:14: um colega telefona para a tele-entrega e faz o pedido exagerado cujo custo beira os 60 reais.
11:36: começam as especulações a cerca da promessa da rede de fast food que ostenta ''seu pedido em 28 minutos ou seu pedido de graça.".
11:40: nossas chances passam a tomar feições mais reais a medida em que o prazo vai se esgotando e nem cheiro da comida é sentido nas dependencias da empresa. Certamente o maldito transito caótico do centro de Porto Alegre trabalharia a nosso favor, de forma inédita.
11:42: 28 minutos depois do pedido, nada do almoço. Otimistas fazem novos planos para o dinheiro, pessimistas ainda duvidam da propaganda.
11:45: nova ligação por parte do colega, agora para reclamar da demora. Do outro lado da linha, a confirmação: "Você não deve pagar por esse pedido." Uma euforia incrédula e abafada pela incerteza toma conta do ambiente.
11:53: o momento de maior tensâo. Com um atraso de 11 minutos o entregador é anunciado. As pessoas se olham. Um suor gélido na testa passa a fazer parte do uniforme da empresa. Apesar de estarmos com a razão, não tínhamos a noção exata da reação do motoboy ao saber que não seria remunerado. Outro fator que pesava contra nós: ele seria atendido em meio aos nossos clientes que aguardavam com suas senhas o chamado ao guichê, o que tira completamente a nossa possibilidade de reação caso o rapaz não concorde em sair de mãos abanando.
11:54: alguem no meio da nossa equipe é escolhido, melhor: convocado. Se levanta, cerra os punhos e parte com determinação rumo ao setor de atendimento ao público.
11:56: Depois de um diálogo pacífico que pôde ser acompanhado por todos de onde ficamos aguardando ansiosos, nosso colega retorna. Em suas mãos, as esfirras; os refrigerantes; o limão; o catchup; o nosso dinheiro e o "troco pra sessenta" que o motoqueiro trouxe.
Moral da história: não só almocei por conta dos árabes, como lucrei umas moedas com isso.
Jornal Nacional. Nas últimas semanas, todo dia tem pelo menos uma matéria sobre o caos aéreo no Brasil. Controladores de vôo em operação padrão, atraso nas partidas e nas chegadas, atendentes de companhias aéreas sendo humilhados por um grupo de passageiros enfurecidos.
Mas mesmo com todo esse barulho, eu tenho me perguntado: será esse caos tão caótico assim? Acho que não.
Em primeiro lugar, uma opinião que eu compartilho com o Cardia: quem anda de avião no Brasil, hoje, é uma minoria. Uma nova classe média que, com um pouco de renda a mais, se acha dona do mundo emquanto olha a cidade lá embaixo da janelinha do avião. Só que não podemos esquecer do caos na saúde, na educação, na desigualdade de renda. Dos problemas brasileiros, o caos aéreo é o menor. Mas o circo midiático joga seus holofotes sobre essa situação como se o mundo fosse acabar no próximo atraso.
Tantos holofotes já deixam todo mundo preparado para o dito "caos". Junte-se a isso o prazer imensurável do povo brasileiro em reclamar, teremos um resultado realmente caótico. O vôo atrasou 10 minutos? Eu grito com o atendente do guichê. Atrasou 30 minutos? Eu deito no saguão do aeroporto com cara de cansado, rezando pra que uma câmera me mostre e eu apareça no JN. O atendente me olhou estranho? Eu vou pro PROCON, afinal de contas sou um novo-rico e mereço mais respeito.
As pessoas já vão pro aeroporto esperando o caos, e é esse tipo de expectativa que alimenta cada vez mais a situação. Com menos holofotes e câmeras nos aeroportos, ia ter menos gente estressada e menos caos, e as pessoas voltariam a esperar tranquilas nos saguões, lendo ou fazendo palavras cruzadas, e não procurando enlouquecidamente o cinegrafista da Globo para expor sua insatisfação.
Clube da Luta foi um fracasso nos cinemas: com um orçamento de US$ 90 milhões, arrecadou apenas cerca de US$ 37 milhões. No entanto, quando foi lançado em DVD, deu certo alívio aos produtores recuperando os dólares perdidos - ou seja, nesse caso a venda do disco foi mais lucrativa do que a bilheteria.
A real é que o DVD tornou-se um bem de consumo muito desejado, sendo utilizado como "arma" por muitos estúdios para garantir aquela grana a mais - o diretor de Superman - O Retorno, por exemplo, filmou cenas que foram planejadas para ser incluídas apenas na versão do disquinho. Some-se aos atrativos a mais o fato de que muitas pessoas queriam ter uma dvdotéca em casa (como eu), estão se esforçando para isso (como eu) e matariam alguém para ter o box do Poderoso Chefão (como eu), e pronto: um mercado promissor e de fácil alcance.
No entanto, há uma diferença: assistir um filme em casa não é a mesma coisa que assistir no cinema. Ponto final.
Por que isso? Porque sim. Sei que as pessoas vivem discutindo qual é o melhor, mas a maioria dos argumentos pró-DVD se refere ao fato dos contratempos de sair de casa (estacionamento, fila pra ingresso,violência, etc...), e não aos atributos do produto propriamente dito. Vamos lá, "DVD tu assiste confortavelmente em casa!" não é exatamente um argumento.
Ah sim, tem aquele amigo rico que tem o telão de oitenta polegadas, o home theater, o sofá confortável, a sala com iluminação adequada, etc... Só que isso não importa, porque ele também tem os familiares, o cachorro que late, o vizinho que grita gol, o telefone, a TV do quarto no volume mais alto e, principalmente, a possibilidade de parar o filme.
Quando o cara está no cinema, cria-se um ambiente, um clima. Tudo ali se propõe a fazer com que a pessoa esqueça a vida real e seja envolvida pela projeção - não é só o tamanho, mas também a atmosfera livre de interferências do cotidiano. Se eu estiver em casa assistindo em um projetor enorme e me der vontade de tomar refrigerante, posso congelar a imagem e pegar um. No cinema, eu compro antes de entrar na sala de projeção - pois enquanto a película está passando, estou concentrado no que acontece na tela, e não fora dela. Não vou ter vontade de comprar uma latinha de Sprite enquanto os rohirrim descem o morro em disparada pra fechar o pau contra os orcs e salvar Minas Tirith, por exemplo.
Imaginem só assistir a um filme do tipo Coração Valente no cinema. Imaginem só assistir a esse filme em casa (que seja na TV de sessenta polegadas). Agora imaginem só em qual das duas sessões vocês vão ficar com os olhos marejados e sentir uma vontade angustiante de gritar "Freeeeeeeeeeeedom!!!!!!!".
Bueno, e a Apple põe no mercado aquilo que promete ser a revolução do celular. Considerando que hoje em dia o celular virou ferramenta onipresente de comunicação e entretenimento, essa não é uma promessa pequena. Mas não é de agora: o iPhone já vinha sendo vendido competentemente muito tempo antes do seu lançamento.
Não vou fazer análises muito longas, até porque ainda não pude manusear um brinquedinho desses - como já lamentado em outro post, a influência do presente colunista é tão pequena quanto sua conta bancária. Mas deixo o caro leitor tirar suas próprias conclusões com as notícias abaixo. Ficar só no título já dá pra ter uma idéia.
iPhone: lançamento causa confusão em loja de NY [ver]
Primeiros clientes festejam compra do iPhone [ver]
Asiáticos criam celulares inspirados no iPhone [ver]
Apesar de levar fé no tal aparelho (convergência, ausência de teclado e usabilidade têm se mostrado como tendências absolutas no mundo da tecnologia), não posso deixar de lembrar aquilo que o André comentou sobre Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado: para a grande maioria de tecnófilos e cults (alguns que serão donos de um iPhone, outros que o terão como sonho de consumo mor), o iPhone já é bom antes mesmo de ligar. Antes mesmo de ser utilizável. Porque é da Apple, porque é do Jobs, porque é modinha nas faculdades de comunicação, enfim.
Me pergunto se o mito não se tornou maior que o próprio produto cedo demais.
A contratação do então volante Diego Souza, no início do ano, deve ter provocado perguntas na cabeça dos gremistas - afinal, não apenas tínhamos o melhor jogador brasileiro da posição como outros reforços eram mais urgentes. No entanto, o ex-flamenguista provou ser um dos mais coerentes investimentos da direção tricolor, pois se tornou um excelente meia irritante: conduz a bola de forma lenta e displicente, quase com arrogância, mas sem perder o controle. Ao chegar nas imediações da área adversária, escolhe com calma um canto da goleira, enquadra o corpo e enfia uma paulada, normalmente com precisão impressionante e ótimos resultados. Deu ao Grêmio a lucidez e inteligência que faltavam.
Enquanto isso, na Legião do Mal, a CBF fez exatamente o contrário: contratou um volante de contenção para dar criatividade e originalidade a um time sem graça. Na verdade, o papel de Dunga na seleção brasileira é apenas tornar a vitrine para o mercado europeu mais palatável frente ao público brasileiro, assim como um escritor meia-boca inventa um passado sofrido para fazer os leitores gostarem mais de seu anti-herói - uma posição desconfortável para alguém que já deu a volta por cima e trouxe a Copa do Mundo, podendo literalmente esfregar ela na cara dos críticos. E tudo bem, foi uma brincadeira legal, e de repente o Brasil até ganha a Copa América... mas convenhamos, a vida não é um conto de fadas, e o Dunga não está preparado para fazer a transformação radical que a CBF precisa. Então está na hora de colocar o cara onde ele possa gritar, xingar e atacar jogadores, torcida, imprensa e quem mais vier pela frente, do jeito que sempre gostou.
Ser pago para jogar video-game - o emprego dos sonhos de muita gente. Mas imagine se, ao invés de jogar normalmente, você tivesse que ficar apertando os mesmos botões repetidamente, para realizar a mesma ação com sua espada ou machado mágico, matando os mesmos monstros em troca de moedas virtuais, numa jornada diária de 12 horas por um salário de 200 dólares. Mal negócio? Pois saiba que mais de 100.000 jovens chineses atualmente vivem disso.
"Chinese Gold Famers" é o nome que jogadores americanos dão para chineses que, em games online, se prestam a ficar horas e horas apenas garimpando moedas, acessórios e itens valiosos, que depois são vendidos por dinheiro de verdade através da internet. Assim, quem tem muito dinheiro e o pouco tempo (os americanos) terceirizam o trabalho chato para quem tem pouco dinheiro e muito tempo (a abundante e barata mão-de-obra chinesa) produzir e exportar bens virtuais em jogos online. "Chinese Gold Famers" é também o nome do documentário que Ge Jin, um chinês radicado nos Estados Unidos, está produzindo para seu doutorado na Univesidade da California de San Diego, onde estuda o nascimento de uma economia global virtual através da internet.
Estima-se que mais de 100 milhões de pessoas no mundo todo tenham jogado games on-line em 2005, ano em que as empresas de jogos faturaram U$ 3.6 bilhões só em assinaturas serviços on-line. Como a atividade de "gold farming" desequilibra a economia natural dos jogos e não gera receita para as empresas, elas estão banindo assinantes que são descobertos burlando as regras. Por isso, as diversas casas de jogos que empregam gold farmers na China são ilegais e clandestinas, sendo que as imagens e depoimentos de jovens chineses no documentário de Ge Jin denunciam péssimas condições trabalho, beirando a exploração humana.
Jogos eletrônicos deveriam ser diversão e entretenimento, e não uma maneira de trocar ou ganhar dinheiro. A evolução tecnológica, que permite o acesso a computadores e serviços on-line a um baixo custo, bem como todos os benefícios que o acesso à informação que a inclusão digital deveria proporcionar, no caso chinês, viabilizaram a composição de uma grande rede de empresas ilegais que exploram mais de 100.000 jovens chineses de baixa renda à procura de um trabalho para sobreviver.
Ainda que a China seja um país de características completamente diferentes, que o absurdo denunciado por Ge Jin sirva, de alguma forma, para que o Brasil entenda que inclusão digital deve ser planejada, pois apenas permitir o acesso não necessariamente é uma boa coisa.
Por fim, levanto aqui alguns questionamentos de Ge Jin no site oficial do documentário: "O quão grande esta economia virtual pode se transformar? Quem são os donos de propriedades virtuais no mundo dos jogos? Como os governos devem lidar com a questão dos impostos em transações financeiras virtuais? Podemos [no gold farming] distinguir o virtual do real? Este documentário, enfim, não é sobre jogos on-line, mas sobre a vida na nossa vila global. A interação virtual faz o mundo ficar menor, mas será que ela nos aproxima?"
Internet. Essa tal ferramenta que ainda pouca gente sabe usar direito. A gente vem discutindo aqui no Cataclisma 14 sobre como a publicidade vai evoluir com ela, sobre como os veículos de comunicação convencionais terão que se adaptar e tal.
Mas nessa semana, o futebol se fez envolvido nessa temática. O flamengo firmou um pré-contrato com um garoto baiano de apenas 15 anos baseado em um vídeo publicado no you tube.
Maicon Santana apareceu fazendo firulas a la Ronaldinho no vídeo da internet e a partir de agora poderá ser visto também na Gávea, treinando entre os juvenis rubro-negros. Já houve casos de contratações em cima de DVD contendo imagens de melhores momentos da carreira do jogador, e também compras envolvendo menores, pra não dizer crianças; o caso mais famoso é o de Leonel Messi, que já estava no Barcelona antes da torcida argentina conhece-lo e antes mesmo que se tornasse profissional. Agora, em web-olheiros eu nunca tinha ouvido falar .
Não sei se o guri vai vingar e chegar a ser um novo ídolo da maior torcida do país. O que sei é que essa notícia me fez refletir sobre como os times de futebol podem lançar mão dos benefícios oferecidos pela grande rede.
Se não fosse esse poderoso instrumento da globalização, eu jamais poderia acompanhar o andamento do campeonato mato-grossense, ou ver ofertas de uma camisa do Dínamo de Kiev sentado aqui em casa; e meu irmão, conhecido aqui nos prédios pela alcunha de paulista (ah, como eu me divirto quando um clube de São Paulo vem jogar no Olímpico), nunca teria conseguido se associar no Tricolor do Morumbi.
Mas como os clubes estão lidando com essa expansão? Será que estão conseguindo tirar o máximo proveito? Títulos de sócio a distância e venda de produtos licenciados para o mundo todo parecem ser as principais ações. Mas poderiam ir mais longe.
Porque é que ao invés de apenas cotas de televisão, os clubes não pleiteiam cotas de internet também, oferecendo transmissão ao vivo aos grandes portais? A concorrência aumentaria, e as receitas consequentemente também.
Ou ainda, a venda de ingressos para as partidas poderia ser muito mais organizada se feita on-line, com cadastro e controle anti-cambistas; evitando acontecimentos como os da final da Libertadores, quando milhares de pessoas – nunca pensei que fosse usar essa expressão sem exagerar – encararam a madrugada gelada na fila para tentar assistir a um jogo e saíram de mãos abanando, enquanto agiotas surgiam de todos os lados com um bolo de entradas na mão.
Talvez pelo fato de a Internet não ser tão democrática como poderia, essas idéias não sejam assim... ideais. Mas são alguns pensamentos, um começo para um caminho novo.
Locutor do rádio: - Tempo bom em Porto Alegre, temperatura na capital gaúcha agora de dez graus e três décimos. Eu: - Tempo bom AONDE? Tá fazendo dez graus, DEZ GRAUS! E está de noite, como tu pode dizer que o tempo tá bom? Só porque --- FINALMENTE --- parou de chover? Ah vai tomar no c*
"Faz tanto frio em Porto Alegre..." ... que eu não só tô falando com aparelhos eletrônicos incapazes de me responder, como ainda fico puto com o que eles me dizem.
A propósito, esses dias assisti a Deja Vu - a versão da Disney - e não achei grande coisa. Parte de uma idéia legal, mas as viagens no tempo não seguem uma lógica, mudando de acordo com as necessidades do roteiro.
Por isso acho muito melhor aquele intrigante e famoso filme fabicano. Não apenas porque o roteiro mantém a coerência, ou o vilão é uma personagem tridimensional com motivos e dramas, ou o suspense é angustiante, mas principalmente porque Denzel Washington não faz caretas tão bem quanto o Bruno.