Hoje teve mais uma convocação do Dunga, para mais amistosos caça-níqueis da seleção. Vamos à Europa jogar contra um vizinho e depois contra um time africano. Eu poderia me alongar mais desenvolvendo esse assunto, mas essa coluna conscientemente não tem primado por notícias.
Ok.Vou usar a convocação. Mas não comenta-la particularmente. Pretendo falar sobre o que essa seleção tem me passado para comentar sobre torcida.
Costumam dizer que em época de Copa do Mundo é onde o patriotismo mais aflora nos brasileiros. É quando mais bandeiras são hasteadas, quando mais roupas verde-e-amarelas são vestidas, e o hino nacional (a parte lembrada, pelo menos) é mais cantado. Patriotismo? Eu não acho que seja. Pra mim é simplesmente uma torcida para um time de futebol. O que é bem diferente.
E só há mobilização tão grande em torno desse time por pura falta de opção. Afinal de contas, todos os torneios de clubes são interrompidos.
Seria até engraçado tentar defender aqui que a Copa desperte menos interesse do que o Campeonato Brasileiro. Se bem que eu poderia fazê-lo em relação à Copa América... Mas o fato é que os torcedores se identificam muito mais com seus clubes do que com a seleção de seu país.
Uma derrota em um GREnal decisivo é bem mais dolorosa do que uma eliminação para a França; e na vitória, nem se fala: em quem tu te arriou em 2002, quando o Brasil ganhou o penta-campeonato? Fez buzinaço no consulado alemão ou no Instituto Goethe? Claro que não! Estavam todos insuportavelmente felizes, logo, todos suportavam. Ganhar sem ver ninguém de cabeça inchada não tem a mesma graça.
Este sentimento se acentua em momentos como o atual, em que a seleção passa por um período de testes, quando atletas sem empatia com a maioria da torcida são chamados para representa-la.