Nós conseguimos. Quando as luzes se apagaram, lá estávamos eu, o Leandro e o Bruno. Entre as 70 mil pessoas. Entre uma sexta-feira, prévia do fim de semana, e uma terça-feira onde teríamos que trabalhar. Entre um estado e outro. Entre a fascinação por ter conseguido e a ansiedade pelo começo. Entre as dificuldades impostas e o esforço colossal da Márcia, que nos botou lá dentro. Entre uma luta e um sonho.
Porque eu lembro do frio na barriga antes de entrar no avião, antes da decolagem, na hora do pouso. Da beleza de Sorocaba, da correria atrás dos ingressos, da cerveja não-Polar, da festa, da guria de Itu que ficou comigo. Lembro das poucas horas de sono, do ônibus, da Capital, dos prédios, da caminhada pela Avenida Paulista, do Trensurb genérico, dos Habib's, da Smirnoff, do café-da-manhã, do Morumbi, da fila, da correria, da área VIP, de me separar e reencontrar com um amigo, das águas de graça, do suposto cachorro-quente, do show de abertura, da espera eterna. Das luzes se apagando. E no meio da emoção, lembro que nesse momento passou pela minha cabeça:
"Nós conseguimos!"
Então, as luzes se acenderam. E, durante duas horas, ofuscaram o resto do mundo.
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Faz mais de um ano, gurizada. Não teve post no dia certo, mas tudo bem. O vídeo abaixo não é exatamente o nosso lugar - na real estávamos do outro lado e mais perto -, mas tudo bem. Porque o que realmente faz a diferença são aquelas duas horas dentro do estádio.