Ontem no aniversário do meu irmão, motivo pelo qual tive de ser muito bem substituído pelo André na Suando a 14, a família toda se reuniu. E eu tive a sempre enriquecedora oportunidade de conversar com as pessoas mais experientes do meu clã.
É fascinante o contato com pessoas que têm muito a nos ensinar e que fazem isso com um prazer espontâneo notável. Pessoas que estão muito na nossa frente na corrida da vida e que riem quando tentamos dar uma volta neles, pois lembram que na nossa idade tentavam os mesmos truques.
Em algumas das histórias que eles contam, consigo por vício ter uma visão publicitária da situação. É o caso desse episódio curto que sobre o qual um detalhe mínimo deu nome a esse post.
Meu tio falava sobre sua infância no inicio de década de 50, em Caxias do Sul. Poderia ser em qualquer outra cidade gaúcha na época, inclusive Porto Alegre, afinal me pareceu bem genérica a história. Ele conta que depois de passar a tarde correndo na praça, ia sempre no armazém do bairro. Um casebre, com os produtos pendendo do teto, e apenas duas opções: pão de banha e pão sovado.
O lanche dele era o pão de banha, amassado e assado de forma mais do que artesanal, amadora, grosseira; cortado ao meio, com uma manteiga caseira rígida que não vinha em tabletes, mas no tamanho e forma dos recipientes onde era preparada. A manteiga se derretia apenas no contato com aquele pão salgado. Sobre a manteiga, uma lasca de mortadela que sobrava no pão completava o sanduíche; a mortadela gigantesca ficava exposta no balcão, às moscas, e era fatiada na hora do preparo do rango.
Pra acompanhar, a tenaz Coca-cola... |