O motoqueiro Ben acorda em uma lata de lixo grande, ao lado de um bar, sem lembrar de nada que aconteceu. Ao sair, percebe que o bar está no meio do nada - o único vestígio de civilização por perto é a sua moto, estacionada no canto. Educadamente bate na porta, mas ninguém abre. Educadamente dá um pedalaço na porta, quebrando a entrada e abrindo caminho.
Lá dentro, só o barman, um gordo repugnante cheio de tatuagens e com um piercing em formato de argola no nariz. As mesas todas estão vazias. Com passos firmes, ele se aproxima do balcão e faz perguntas, mas o dono do bar, limpando copos, diz que não sabe de nada. Ben, então, se aproxima um pouco mais. Com a voz rouca e calma, inicia o seguinte diálogo:
- Sabe o que também ficaria legal no seu nariz?
- O que? - assim que o Barman responde, em um movimento rápido o motoqueiro pega ele pelo piercing do nariz e enfia a cara do sujeito na mesa.
- O balcão.
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Um jogo de computador que começa dessa forma só pode ser ducaralho. Lançado em 1995, Full Throttle faz parte da galeria de Adventures da famosa Lucasarts. Com um roteiro inteligente e engraçado e muitos quebra-cabeças criativos, certamente desbanca muita coisa eletrônica que foi feita nos últimos doze anos.
Além do mais, como não gostar de comandar um personagem que, ao inclinar a moto a trezentos quilômetros por hora, diz o seguinte:
"Na estrada eu sou indestrutível". |