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Advogado do Diabo
Kleiton - 06 março 2007 - 21:14
Pegando carona na discussão do post sobre Borat, tentei pensar em uma teoria que pudesse explicar a suposta prepotência dos americanos, achando que são donos do mundo e que o resto das pessoas devem ser iguais a eles.

Antes disso, só acho que não dá pra generalizar: esse não é o único povo prepotente, e nem todo americano é igual ao outro - o fato do país ser o maior destino migratório do mundo todo transforma ele num foco único de diversidade étnica, cultural e religiosa. Mas o que chama os imigrantes até os EUA é exatamente o que faz com que eles se sintam tão superiores: um modelo social (supostamente) bem-sucedido, onde um pé-rapado pode virar um CEO da noite para o dia, passando de 50 dólares semanais a 50 milhões mensais assim, num piscar de olhos.

Eu sei, eu sei: o sistema deles não funciona tão bem assim (e vem decaindo cada vez mais na última década, com grande concentração de renda e pequena mobilidade social). Mas o fato é que cada americano ouve essa história desde pequeno, e cresce acreditando profundamente que seu país é a terra das oportunidades. Por analogia, acha uma injustiça que em algum lugar do mundo as coisas não sejam como são por lá, onde basta dar duro para se chegar onde quer. E não conseguem entender como que o mundo inteiro ainda não se mudou pra lá, pra se fazer na vida.

Outra coisa que ajuda bastante é o fato deles já nascerem falando inglês. Eles não precisam, definitivamente, entrar em contato com uma outra língua para sair viajando por aí. Falam inglês, e basta, porque todo mundo fala inglês. E como língua e cultura andam lado a lado, a falta de vontade ou de necessidade de aprender uma nova língua também pode provocar a mesma falta de interesse por outras culturas. E entra ano, sai ano, eles vão se isolando ainda mais.

Mas a gente sabe que todo império, um dia, cai. Provavelmente nossos filhos e netos conhecerão americanos bem mais conscientes e menos prepotentes que os de hoje - e invasões chinesas a países que não colaborarem com o mais novo império global. Coisas do ser humano.
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