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Chinese Gold Farmers
Leandro Corrêa - 03 julho 2007 - 23:59
Ser pago para jogar video-game - o emprego dos sonhos de muita gente. Mas imagine se, ao invés de jogar normalmente, você tivesse que ficar apertando os mesmos botões repetidamente, para realizar a mesma ação com sua espada ou machado mágico, matando os mesmos monstros em troca de moedas virtuais, numa jornada diária de 12 horas por um salário de 200 dólares. Mal negócio? Pois saiba que mais de 100.000 jovens chineses atualmente vivem disso.

"Chinese Gold Famers" é o nome que jogadores americanos dão para chineses que, em games online, se prestam a ficar horas e horas apenas garimpando moedas, acessórios e itens valiosos, que depois são vendidos por dinheiro de verdade através da internet. Assim, quem tem muito dinheiro e o pouco tempo (os americanos) terceirizam o trabalho chato para quem tem pouco dinheiro e muito tempo (a abundante e barata mão-de-obra chinesa) produzir e exportar bens virtuais em jogos online. "Chinese Gold Famers" é também o nome do documentário que Ge Jin, um chinês radicado nos Estados Unidos, está produzindo para seu doutorado na Univesidade da California de San Diego, onde estuda o nascimento de uma economia global virtual através da internet.

Estima-se que mais de 100 milhões de pessoas no mundo todo tenham jogado games on-line em 2005, ano em que as empresas de jogos faturaram U$ 3.6 bilhões só em assinaturas serviços on-line. Como a atividade de "gold farming" desequilibra a economia natural dos jogos e não gera receita para as empresas, elas estão banindo assinantes que são descobertos burlando as regras. Por isso, as diversas casas de jogos que empregam gold farmers na China são ilegais e clandestinas, sendo que as imagens e depoimentos de jovens chineses no documentário de Ge Jin denunciam péssimas condições trabalho, beirando a exploração humana.

Jogos eletrônicos deveriam ser diversão e entretenimento, e não uma maneira de trocar ou ganhar dinheiro. A evolução tecnológica, que permite o acesso a computadores e serviços on-line a um baixo custo, bem como todos os benefícios que o acesso à informação que a inclusão digital deveria proporcionar, no caso chinês, viabilizaram a composição de uma grande rede de empresas ilegais que exploram mais de 100.000 jovens chineses de baixa renda à procura de um trabalho para sobreviver.

Ainda que a China seja um país de características completamente diferentes, que o absurdo denunciado por Ge Jin sirva, de alguma forma, para que o Brasil entenda que inclusão digital deve ser planejada, pois apenas permitir o acesso não necessariamente é uma boa coisa.

Por fim, levanto aqui alguns questionamentos de Ge Jin no site oficial do documentário: "O quão grande esta economia virtual pode se transformar? Quem são os donos de propriedades virtuais no mundo dos jogos? Como os governos devem lidar com a questão dos impostos em transações financeiras virtuais? Podemos [no gold farming] distinguir o virtual do real? Este documentário, enfim, não é sobre jogos on-line, mas sobre a vida na nossa vila global. A interação virtual faz o mundo ficar menor, mas será que ela nos aproxima?"

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