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Lenda Urbana
Thiago Silverolli - 06 julho 2007 - 22:20
Sabem aqueles mitos que todo mundo prega sem ter certeza nem provas de que é verdade? Histórias que ficam famosas por serem sempre repetidas mas deixarem aquela dúvida no ar? Hoje eu tive a gratificante oportunidade de comprovar uma delas.

10:20 da manhã: o pessoal no escritório, empolgado pelo final de semana iminente e pelo clima leve que a liberdade de vestimenta proporciona (fui trabalhar com a camisa do Liverpool), resolve fazer algo diferente no almoço. A idéia aceita de forma unânime: esfirra do Habbib's.

11:14: um colega telefona para a tele-entrega e faz o pedido exagerado cujo custo beira os 60 reais.

11:36: começam as especulações a cerca da promessa da rede de fast food que ostenta ''seu pedido em 28 minutos ou seu pedido de graça.".

11:40: nossas chances passam a tomar feições mais reais a medida em que o prazo vai se esgotando e nem cheiro da comida é sentido nas dependencias da empresa. Certamente o maldito transito caótico do centro de Porto Alegre trabalharia a nosso favor, de forma inédita.

11:42: 28 minutos depois do pedido, nada do almoço. Otimistas fazem novos planos para o dinheiro, pessimistas ainda duvidam da propaganda.

11:45: nova ligação por parte do colega, agora para reclamar da demora. Do outro lado da linha, a confirmação: "Você não deve pagar por esse pedido."
Uma euforia incrédula e abafada pela incerteza toma conta do ambiente.

11:53: o momento de maior tensâo. Com um atraso de 11 minutos o entregador é anunciado. As pessoas se olham. Um suor gélido na testa passa a fazer parte do uniforme da empresa. Apesar de estarmos com a razão, não tínhamos a noção exata da reação do motoboy ao saber que não seria remunerado. Outro fator que pesava contra nós: ele seria atendido em meio aos nossos clientes que aguardavam com suas senhas o chamado ao guichê, o que tira completamente a nossa possibilidade de reação caso o rapaz não concorde em sair de mãos abanando.

11:54: alguem no meio da nossa equipe é escolhido, melhor: convocado. Se levanta, cerra os punhos e parte com determinação rumo ao setor de atendimento ao público.

11:56: Depois de um diálogo pacífico que pôde ser acompanhado por todos de onde ficamos aguardando ansiosos, nosso colega retorna. Em suas mãos, as esfirras; os refrigerantes; o limão; o catchup; o nosso dinheiro e o "troco pra sessenta" que o motoqueiro trouxe.

Moral da história: não só almocei por conta dos árabes, como lucrei umas moedas com isso.
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