Nos últimos meses de 2006, chegou até mim a notícia de que o meu antigo colégio, Irmão Weibert, estava se declarando falido e encerraria seus trabalhos. Deixaria de existir.
Todos os dias andamos pelas ruas, passamos por lancherias, lojas de presentes, postos de gasolina, estabelecimentos que abrem e fecham a toda hora. Não criamos vínculos com esses lugares, eles são passageiros, efêmeros. Mas uma escola? Escolas não são lugares de consumo. São lugares de formação, de aprendizado, de se construir como pessoa.
Freqüentei o Irmão Weibert da quinta série até o terceiro ano. Sete anos da minha vida, praticamente um terço dos meus 23. Tive grandes amigos, professores bacanas, histórias para contar. Coisas de colégio, vocês certamente sabem do que eu estou falando. Ou seja, ele era o berço de um bom pedaço da minha vida.
Apesar de quase nunca ter voltado lá depois da minha formatura, em 2000, ele funcionava como um potencial banco de lembranças. Eu poderia, a qualquer momento, passar por aquele pedaço da Protásio Alves, olhar lá pra dentro e recordar, como já havia acontecido algumas vezes, em passagens esporádicas. Ficar sem esse "porto seguro" era, de certa forma, ficar um pouco sem referência.
No final das contas, o colégio não fechou de vez. Agora não é mais o nostálgico Irmão Weibert, mas o Colégio Senhor Bom Jesus, após ter sido comprado por um grupo franciscano. Pelo menos não virou um centro comercial, um posto de gasolina, um complexo esportivo. Mas ainda é estranho olhar pra lá depois que ele foi comprado e ter a certeza, lá no fundo, de que não é mais a mesma coisa. Seguramente não é mais a mesma coisa. |