Minhas andanças pela maratona de caracteres do David Foster Wallace me levaram apenas até a página 183 por enquanto (e mais umas quinze das notas de rodapé, que são notas mas não estão no rodapé). Gosto muito dos capítulos, "capítulos", mas não tenho nem ideia de como as coisas vão se interligar se é que vão se interligar se é que tudo vai fazer sentido um dia. Também não sei dizer sobre o que é o livro. "O que tu tá lendo?", "Graça Infinita", "sobre o que é?", "fralda geriátrica". Entro de férias segunda-feira, quando poderei me dedicar à tarefa em tempo integral e completar o processo de aceitação de que sou um analfabeto funcional. Até aqui, a rápida descrição das baratas foi hilariante. O final do segundo parágrafo da p.89 é uma aula. E o intervalo entre a p.162 e a p.175 é uma narração tão brilhante que tive que ler usando óculos escuros, um nocaute em qualquer ambição escritística do leitor, um daqueles nocautes em que a mão martela o queixo e a baba voa em câmera lenta e o nocauteado está tão nocauteado que parece que ele não consegue cair porque está alheio às leis da física e o chão é que vem com tudo e acerta a cabeça dele fazendo um som oco. Mas essas passagens podem vir a ser obliteradas, afinal, ainda há muita fralda geriátrica pela frente e os dois marcadores de páginas estão a anos-luz de distância um do outro.
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