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Estereótipos
André - 31 agosto 2009 - 19:40
Na minha viagem até São Paulo no último fim de semana - por isso o blog ficou sem atualizações, não é que eu seja preguiçoso nem nada do gênero, embora eu seja -, quando o avião preparou-se para embicar em direção à capital paulista, o piloto avisou a galera que precisaríamos ficar sobrevoando Santos por dez minutos. O motivo? Excesso de tráfego no aeroporto de Guarulhos.

Ou seja, aterrisei dez minutos depois do esperado por causa de um CONGESTIONAMENTO DE AVIÕES. Em São Paulo. Mais clichê, impossível.
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Na torcida
André - 26 agosto 2009 - 20:07
Na capa da Zero Hora de hoje:


César Cielo é para os fracos: como vocês podem ver pela manchete, o Brasil inteiro está torcendo é para ultrapassar os malditos ianques nessa corrida. Já posso até enxergar os olhos dos brasileiros brilhando a cada espirro disparado nos quatro cantos do país, a mídia em polvorosa, todo mundo unido nessa corrente para vencer os estadounidenses.

Não à toa dizem que competitividade em excesso é coisa de gente doente.
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esses dias
André - 24 agosto 2009 - 13:36
hoje o dia amanheceu comum
e não há nada no infinito azul
a não ser o vazio de não poder mais te ver

se as respostas estão por aí
se há um motivo que nos faz entender
então porque o vazio de não poder mais te ter?

quando a porta da saída fechar
e a lágrima não parar de rolar
um pesadelo tomou conta deste lugar

se um dia tudo volta ao normal
a grama mais verde, a rotina igual
terá a saudade ido embora afinal?

mas toda vez que o vento soprar
sei que vou sentir você no ar
pois a noite chegou mas ela já vai
o dia começa a mostrar seu raiar

quando as esquinas começam a trazer
lembranças de um tempo que nunca acaba
é você tentando voltar pra casa?

e agora que a tarde se foi
como fazer o que ficou pra depois
e aceitar este mundo como parte da dor?
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Se beber, assista
André - 23 agosto 2009 - 23:07
Se Beber, Não Case (The Hangover)
5/5

Direção: Todd Phillips
Roteiro: Jon Lucas e Scott Moore

Elenco
Brad Cooper (Phil Wenneck)
Ed Helms (Stu Price)
Zach Galifianakis (Alan Garner)
Justin Bartha (Doug Billings)

Quatro amigos debandam pra Las Vegas, pois um deles está prestes a se casar e o resto da matilha quer fazer uma despedida de solteiro inesquecível. Entretanto, após o SATURDAY NIGHT FEVER, três dos protagonistas acordam sem lembrar de nada e descobrem que o noivo sumiu. Cabe a eles reconstituírem seus passos pra encontrar o sujeito antes do casamento.

Se Beber, Não Case possui seu público alvo bem definido - para descobrir qual é, basta examinarmos as pistas: a mítica "o que acontece em Vegas, fica em Vegas"; uma relação de compreensão e confiança perfeitas entre os homens da história; o fato de que as mulheres são normalmente obstáculos para alcançar outros objetivos - com exceção, claro, de uma prostituta. Tudo isso para criar aquele road movie alucinadamente divertido que provavelmente cativará a ala feminina, enquanto, ao mesmo tempo, fará a ala masculina ficar de pé nas poltronas do cinema com os braços erguidos em comemoração.

Isso tudo porque a película segue uma lógica interna bastante peculiar, com eventos desconcertantes ocorrendo a cada segundo sem deixar tempo para o espectador respirar. É o tipo de história onde cada acontecimento tenta superar o anterior em bizarrice, criando uma atmosfera de surpresas que é evidenciada pela direção "séria" (até mesmo as piadas mais idiotas são encaradas de forma quase natural pela câmera, o que as torna ainda mais engraçadas). Soma-se a isso um elenco muito bem entrosado, que foge das caricaturas com sucesso e cosntrói uma relação sincera entre os protagonistas. Digamos que não seria surpresa nenhuma se, nos intervalos das filmagens, os caras se reunissem pra jogar Play 2 e beber cerveja.

Mais do que tudo, há uma grande aura de sinceridade envolvendo aqueles amigos. Aquele tipo de sinceridade que leva alguém a fazer uma idiotice e, anos depois, se orgulhar dela, relembrando, junto de seus afeiçoados, as histórias comuns como se elas fossem verdadeiros épicos. Por isso citei o público-alvo no início do texto: todos os homens do mundo fatalmente irão se identificar com a trajetória daqueles quatro idiotas. E todos os homens do mundo, ao final do filme, vão se arrepender de não ter levado uma caixa de cerveja pra tomar durante a projeção.

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O Especialista
Thiago Silverolli - - 14:48
Demorou. Mas enfim, um ano depois de formado - um ano mais uma semana graças à gripe suína - voltei pra escola. Voltei imaginando que a empolgação de ver de uma vez por todas como era o curso iria influenciar de maneira superlativamente positiva minhas impressões sobre a faculdade, do mesmo jeito que alguém morto de fome chega em um restaurante e come qualquer a la minuta mal cozida como se fosse a comidinha da mamãe.

E logo na estréia não pude deixar de valorizar minhas origens. Antes de começar a aula de terça-feira, passei na secretaria pra descobrir em que sala seria ministrada a primeira aula do meu curso de pós-graduação. Mas quando cheguei lá, minhas dúvidas só se multiplicaram. O atendente, ao invés de me responder a pergunta objetivamente, rebateu-a com uma nova pergunta. Odeio esse hábito nas pessoas!

Ele disse: - ''Claro que posso ver em qual sala vai ser a aula, tu só precisa me dizer que aula é.'' Ao perceber minha reação reticente, ele completa: - ''Tu sabe que aula tu vai ter?'' E o fabicano legítimo responde da forma que lhe é peculiar: - Não, tu tem como ver aí no sistema pra mim? Nem mesmo o atendente expressou surpresa e, de forma inacreditavelmente natural, fez a consulta e me orientou. Parece que ele tinha visto a minha ficha e sabia exatamente o tipo de estudante com o qual estava lidando.

Não preciso dizer que na aula seguinte, na quinta-feira, o protocolo se repetiu. E dessa vez ele até me chamou pelo nome. Ele falou um ''Oi Thiago" que intrinsecamente se mostrou uma abreveiação de ''Oi Thiago, quer que eu veja no sistema qual é a tua próxima aula?", mas ele não me poupou de fazer a pergunta.

Passei pelas luxuosas salas Citibank e Petrobrás para chegar na sala indicada por ele, a enfabicada sala 3. É, o patrocínio faz toda a diferença! E ao contrário dos remédios, uma sala de aula de grife é visivelmente superior a uma sala de aula genérica.

Quanto às aulas, parece que o pessoal está bem a fim de estudar e tal, o que pude notar foi uma escacez preocupante de publicitários no curso. De uma forma que me atiçou a vontade de levantar da cadeira e voltar na secretaria pra dizer pro atendente que pós-graduação não tinha trote e que ele podia tratar de me passar a informação correta e me mandar pro curso de Especialização em Comunicação Publicitária.

Mas essa sensação passou quando o professor começou a falar. Ouvi termos que só se ouvem numa aula de comunicação, e experimentei um orgulho lúdico de poder compreender uma porcentagem do discurso um tanto maior do que a média da turma.

Na primeira das aulas, na hora que a turma se apresentou e eu disse que era fabicano, o professor exclamou profunda satisfação ao informar que conhecia um nome de quem me deu aula na graduação. Meu pensamento de ''ah não, lá vem mais papers'' foi interrompido com a revelação de que não se tratava de quem eu estava pensando. Meu alívio me abandonou horas depois, quando soube que o trabalho final será de fato um Paper.

A segunda aula foi melhor ainda! E a cadeira vai girar em torno da semiologia. Olha o que eu acabei de escrever! Nunca achei que conseguiria escrever um parágrafo, uma frase ou até mesmo uma palavra entusiasmada sobre semiologia. Mas eu vou tentar explicar: imaginem que semiologia não fossem calhamaços sobre ícone e signo, imaginem que fosse uma matéria de cursinho, com direito a todas aquelas piadas e encenações que fazem o vestibulando esquecer que está prestes a encarar o maior pesadelo de sua vida até então.

Chega de escrever, é hora de ler. Sim, porque apesar dessa impressão positiva da primeira semana, o que não faltou foi tema pra casa.
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Sobre anões e boleiros
André - 21 agosto 2009 - 19:59
Foram convocados os seguidores de Dunga que irão enfrentar a Argentina e o Chile, pela próxima rodada das eliminatórias. Comentários nonsense lá no Imparciais. O que não é surpresa, uma vez que a convocação, pra variar, foi nonsense.
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2008 + 2009
Anônimo - 19 agosto 2009 - 22:20
Falta pegada mesmo. Concordo em gênero, número e grau com o Tcheco. Falta aquela pegada do ano passado ao Grêmio de 2009. A começar pelo próprio Tcheco. Poderia dizer que seria mais inteligente o Grêmio economizar a passagem do Tcheco para os jogos fora de casa. Admiro muito o jogador, é o termômetro do time, mas pouco tem feito fora de casa. Acho que "pouco" ainda é coisa demais. Mas não dá pra apontar o dedo e por a culpa nele. Quem está disponível para armar as jogadas e disponível no mercado? Há uma meia-dúzia de "camisas 10" no Brasil, de fato, e Tcheco é um deles. E já é do Grêmio.

O time todo tem feito pouco, ou melhor, nada fora de casa. Poucas excessões eu vejo aqui. Adilson parece se esforçar fora de casa tanto quanto no Olímpico, mas sozinho não há o que fazer. O Grêmio de 2008 não tinha alternativas durate o jogo. Aliás, tinha, mas não as aproveitava. Dava pena ver aqueles jogadores se esforçando para, aos trancos e barrancos, conquistar as vitórias. O Grêmio 2008 pecava na falta de alternativas, culpa de seu técnico "turrão", que não aceitava fazer mudanças que pudessem fazer a sua equipe surpreender à adversária. Mas o Grêmio 2008 empenhava-se em campo. Como aqueles jogadores não tinham muito o que inventar, visto que o técnico só trocava seis por meia-dúzia, não dando opção ofensiva à equipe - se houvesse uma avenida pelo lado esquerdo do adversário, problema era do adversário, pois o Celso Roth não ocupava o espaço a fim de esboçar alguma pressão - o Grêmio ganhava na força, no tranco, no domínio e toque rápido de bola e na marcação sob pressão. Deu muito certo por um turno inteiro, até que todos percebessem isso.

O Grêmio 2009, visivelmente, toca mais a bola do que faz faltas. Joga de pé. Quando há uma possibilidade de jogada pela esquerda, as peças mudam e a jogada sai pela esquerda. Isso é bom. O Grêmio 2009 é inteligente, mas é lerdo, displicente. Creio que não adianta pensar a jogada, como faz Autuori, se ela não sair. O que falta ao Grêmio 2009 é a agilidade do Grêmio 2008, a marcação no campo ofensivo do Grêmio 2008. O Grêmio 2009 fica "encerando" pois a cada passe os jogadores dominam a bola na canela, dominam a bola na barriga, e o espaço livre se vai.. Juntasse a vontade do Grêmio 2008, com a inteligência do Grêmio 2009, creio que a coisa seria melhor.

Falei.

Bruno
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Woodstock 2.009
André - 18 agosto 2009 - 21:21
Um dia desses aí comemorou-se os quarenta anos do Festival de Woodstock, evento onde uma galerinha do barulho se reuniu pra ouvir música, celebrar a contracultura, o movimento hippie e espalhar os conceitos de Paz e Amor (cachimbo da paz e DAR amor pra todo mundo, no caso).

Fizeram outras tentativas de reeditar o festival, mas claro, falharam miseravelmente, porque as pessoas com dinheiro simplesmente não entendem que certas coisas não se repetem. Entretanto, é um exercício interessante imaginar como seria uma versão atual de Woodstock, levando em conta as mudanças sociais e políticas:

- Milhares de pessoas em uma área descampada? A Brigada ia chegar descendo o pau pra ver se esses sem-terra tomam vergonha na cara;

- Galvão Bueno narraria a transmissão do evento, com Zeca Camargo trazendo detalhes absolutamente insignificantes e Pedro Bial fazendo poesia na cobertura do Fantástico (algo como "E é bem vinda a lama, que suja o corpo mas limpa a alma, e é bem vinda a chuva, que esfria o corpo mas aquece o coração");

- Isso, claro, partindo do princípio que a Globo, ao ver aquele monte de pessoas lutando por algo melhor, não faria uma reportagem do tipo "Multidão se reúne pra celebrar o aniversário de Glória Maria";

- A Record e a Igreja Universal fariam uma versão menor do festival. A coisa seria tão emocionante quanto um documentário sobre sofás, e então eles noticiariam suspeitas de fraude no evento original;

- Representantes de ONGs circulariam por ali distribuindo camisinhas, para que a parte do "amor" pudesse ser realizada. Representantes também passariam distribuindo outras coisas, para que a parte da "paz" e do "veja, um elefante rosa" pudessem ser realizadas;

- Haveria uma lan house no local, debaixo de um letreiro com os dizeres "INCLUSÃO DIGITAL";

- Metade do público presente seria formado por vendedores de cachorro-quente, cerveja, churrasquinho de gato, churros. Eu apostaria até em uma barraca da Pizza-Hut;

- Ivete Sangalo cantaria no festival, representando a "musicalidade brasileira";

- O evento iria ocorrer numa sexta, pra não prejudicar a transmissão dos jogos do campeonato brasileiro.
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O horror
André - 16 agosto 2009 - 21:00
Nos últimos anos, pude perceber uma crescente associação entre as palavras "blockbuster" e "qualidade". Claro, por mais que Hollywood se empenhasse, sempre tem um Quarteto Fantástico pra deixar a coisa toda no nível do Brasileirão, até porque todo torneio tem o seu Fluminense e tal. Mas vamos parar pra pensar: Senhor dos Anéis, Piratas do Caribe, Harry Potter, Onze e Doze e Treze Homens e um Segredo, Transformers, Duro de Matar 4.0, X-Men, Homem-Aranha, entre tantos outros. Junto com as comédias românticas, os blockbusters pareciam ter encontrado um certo equilíbrio entre as necessidades do público e as do filme - e se Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, por exemplo, não é lá um Sinédoque, Nova Iorque, pelo menos ele se mantém divertido e criativo dentro da sua proposta.

Só que em 2009 parece que a escola de Jerry Bruckheimer está tentando queimar seu filme, com o perdão do trocadilho. Transformers 2 e G.I. Joe fazem um gif animado parecer Cidadão Kane; X-Men Origins: Wolverine e Uma Noite no Museu 2 são tão ruins quanto se esperava; O Exterminador do Futuro: A Salvação não faz realmente jus ao seu subtítulo; Velozes e Furiosos 4 eu não vi, e REALMENTE acho que o caminho para considerar o filme menos DIABOLICAMENTE FABRICADO POR SATÃ é não assistí-lo. Os únicos sobreviventes são Harry Potter e o Enigma do Príncipe e Star Trek, os únicos a realmente saírem pra batalha enquanto o resto permaneceu naquela trincheira chamada "vamos investir primeiro no marketing, depois nos efeitos, depois mais um pouco no marketing, depois na pós-produção, depois um pouquinho em publicidade, depois em computadores novos, e o resto vai pro filme".

E agora, com a tecnologia 3D e o cinema Imax e os baldes de pipoca do tamanho de estações de trem, me preocupa que volte a tendência a dar cada mais prioridade ao Photoshop do que ao Word. Talvez seja uma visão pessimista, e Hollywood não irá cair novamente na ilusão dos grandes orçamentos, assim como os motoristas de ônibus talvez não tenham criado uma conspiração contra mim, mas há um fato que joga quilos de fermento nesse raciocínio. Um acontecimento que, por si só, traduz o quanto o cinema está mais preocupado em iludir o grande público com qualquer porcaria. Uma IGNOMÍNIA que será comentada por séculos como o maior truque que o diabo já praticou na Terra:

A pessoa homenageada na37ª Edição do Festival de Cinema de Gramado foi a Xuxa.

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Onde o futebol foi abduzido
André - 12 agosto 2009 - 21:43
Os comentários sobre a partida de... de... bem, sobre o "embate" (risos) entre Brasil e Estônia foram colocados lá no Imparciais.

E que Deus tenha piedade da alma de todos que pararam pra assistir a essa chocarrice.
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Gas panic
André - 11 agosto 2009 - 17:00
Imaginem que, após uma intensa festa com seus amigos Johnny e Natasha, o Sujeito X tem duas opções de caminho pra retornar à sua casa: o primeiro é descer até o mar, nadar alucinadamente, dar a volta no lettering "Oceano Atlântico", chegar aos Estados Unidos da América, ser identificado como imigrante ilegal e, assim, deportado para o Brasil em um bote inflável que tem o Faustão como animador; o segundo é atravessar a favela da Rocinha de madrugada, sozinho e desarmado. Qual deles vocês acham que o Sujeito X escolheria?

O primeiro, claro. Pois bem. Então um dia o Don Corleone da Rocinha, os comandantes de todas as instâncias da polícia, até mesmo o Pedro Bial, chegam para o Sujeito X e falam algo como "caro interlocutor, tais impropérios desferidos contra a área de alta densidade demográfica conhecida como Favela da Rocinha não passam de inverdades para manter curiosos afastados, pode se aventurar pelos corredores daquelas humildes moradias que, prometemos, absolutamente nada lhe acontecerá". Basicamente, garantiram que o Sujeito sairia dali com o cu inteiro. Vocês acham que ele se aventuraria?

É claro que não. Porque o medo do lugar foi construído durante anos e anos e anos, através de dados, estatísticas, histórias, boatos, manchetes. Mesmo que se passem dez verões sem uma notícia sobre sequer uma briga de torcedores ali, a situação continuará a mesma, e um transeunte qualquer vai preferir apostar numa vitória do Grêmio fora de casa a circular pela Rocinha.

A Gripe A está chegando nesse estado. Ninguém sabe se ela é realmente devastadora ou não, e na real isso não importa mais: o que se sabe é que ela mata e está por aí. Então estamos todos devidamente assustados. Qualquer pessoa que tossir ou espirrar já vai tocar um sininho na nossa cabeça que soa "Gripe A", qualquer pessoa usando máscara vai conseguir abrir um buraco em fila de banco. Já existe um princípio de pânico por causa da doença. E, com esse medo já instaurado, não há como retornar ao momento pré-terror.

O interessante é que, com a Gripe A, algumas pessoas dizem que os jornais estão exagerando, enquanto outras dizem que eles estão evitando noticiar tudo. Temos dois lados completamente diferentes que concordam em discordar do que está sendo dito. Ironicamente, há informação em tudo que é canto, mas falta conteúdo. Sem conteúdo, não há como manter o público decentemente informado.

Ou seja, quanto mais informação, menos informação.
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Ação sem comando
André - 09 agosto 2009 - 22:49
G.I. Joe - A Origem de Cobra (G.I. Joe: The Rise of Cobra)
1/5

Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stuart Beattie, David Elliot e Paul Lovett

Elenco
Em algum lugar ali no meio da computação gráfica

Com o sucesso de Transformers 1 e 2, a fabricante de brinquedos Hasbro resolveu levar os famosos Comandos em Ação pra telona também. Então alguém sacou da cartola TRÊS roteiristas, que criaram uma história genial envolvendo nanotecnologia e a dominação do mundo e, claro, um generoso buffet de efeitos especiais (o título do filme devia ser CGI JOE, a propósito).

Na primeira cena do filme já somos informados do que vai acontecer nas duas horas subsequentes: nada de interessante. Porque G.I.Joe faz parte daquela leva de produções cuja campanha de marketing é REALMENTE mais importante do que a história, já que ninguém, em sã consciência, conseguiria sair do cinema sem arrancar as poltronas e jogar na tela durante a projeção. A única forma de chamar a atenção da gurizada é com uma campanha bem feita, que já diga para o público-alvo como a película é boa. Tipo aquela história do "Compre Batom", multiplicada por centenas de milhões de dólares investidos em publicidade.

E o que falar da história em si? Bem, ela segue os três atos que constam no manual dos filmes de ação: no primeiro, conhecemos os mocinhos DESCOLADOS e DURÕES, ainda que eventualmente COMEDIANTES SEM GRAÇA, e descobrimos que o fato deles não terem conseguido realizar uma missão é o suficiente para os colocar na melhor equipe do mundo (os G.I. Joe, não o Barcelona); no segundo, os mocinhos encontram outras pessoas DESCOLADAS E DURONAS, ainda que eventualmente COMEDIANTES SEM GRAÇA, e realizam suas primeiras missões com ajuda de computação gráfica DESCOLADA e DURONA; no terceiro, toda a galera vai pro confronto final com os vilões DESCOLADOS e DURÕES, ainda que eventualmente COMEDIANTES SEM GRAÇA, em um lugar DESCOLADO E DURÃO criado pelo photoshop e onde metade do orçamento do filme foi depositado. Eventualmente tudo vai abaixo, os mocinhos DESCOLADOS e DURÕES beijam as mocinhas DESCOLADAS e DURONAS e fica o gancho pra uma possível sequência DESCOLADA e DURONA.

O que acontece é que, mesmo dentro de uma estrutura pré-concebida, um filme pode ser original e divertido (a franquia Onze Homens e um Segredo está aí para provar a tese). Só que G.I. Joe possui uma profundidade de ZORRA TOTAL em todos os seus aspectos cinematográficos, levando uma pessoa a acreditar que havia um grande buraco negro sugador de criatividade durante a produção. Do elenco tão expressivo quanto uma entrevista de jogador de futebol até os aspectos técnicos de qualidade CARNAVALESCA, a película falha miseravelmente. Tudo bem que as "reviravoltas" da história sejam previsíveis, mas quando o espectador consegue antecipar o que vai acontecer nas sequências de ação, há algo errado. Tudo bem que flashbacks são um recurso muitas vezes necessário, mas quando a único contribuição que eles conseguem fazer é na ENFADONHICE da trama, há algo errado. De fato, pra um filme de ação com muitos tiroteios e explosões (tudo, absolutamente tudo explode, incluindo aí a cabeça do espectador), G.I. Joe não acerta uma - e quando uma película se promove através de seus efeitos especiais, sendo que o nível de realismo destes se aproxima bastante da definição "Playstation 2", há algo MUITO errado.

O pior é que os bonecos dos Comandos em Ação, as naves que se uniam pra formar bases ou que abrigavam veículos menores, a diversidade de personagens, o visual legal de grande parte deles, tudo isso estava à disposição do diretor. Com o apelo saudosista que esses brinquedos têm com uma parcela do público, somado ao apelo que qualquer filme com efeitos especiais têm junto aos adolescentes, dava pra iniciar uma longa e divertida franquia. Mas parece que sobrou ação e faltou comando para imprimir um mínimo de noção à película. E a produção provavelmente vai ficar tão esquecida quanto aqueles bonequinhos que estão no fundo dos nossos baús.

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Rimas Ricas
André - 05 agosto 2009 - 04:35
Quando fui assistir Inimigos Públicos, percebi uma coisa interessante: as legendas dos filmes já estão de acordo com a reforma ortográfica. Infelizmente, apesar do português correto, a tradução dos diálogos tem momentos tão precários que parece ter sido feita por Joel Santana;

Danilo Gentilli fez uma piada digna de Zorra Total no Twitter, o Ministério Público de São Paulo ficou de birra porque enxergou racismo na brincadeira, e agora querem processar o sujeito pra mostrar que sim, eles defendem a causa dos eleitores negros (ênfase no "eleitores"). Infelizmente, apesar de seu crescimento, o Twitter meio que não é o topo da lista de prioridades sociais, a não ser que a manutenção de uma imagem politicamente correta seja a base da democracia - é como se o governo fosse aquele gordinho loser e o Twitter aquela amiga gata que ele sabe que nunca vai pegar, mas anda com ela por questões de status.

Nota-se, nos causos acima citados, uma preocupação essencial com a forma (português correto, imagem politicamente correta), e não com o conteúdo. Ninguém havia me dito que vivemos em um mundo pautado pelo parnasianismo...
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About a singer
André - 02 agosto 2009 - 23:42
Kurt Cobain: Retrato de uma Ausência (Kurt Cobain: About a Son)
4/5

Direção: AJ Schnack

Elenco
Kurt Cobain (Narrador)

Uma tentativa de captar a figura do líder do Nirvana, aproveitando material das vinte e cinco horas de gravação de uma entrevista que ele fez com o jornalista Michel Azerrad.

Ao longo dos noventa e seis minutos de documentário, imagens de Kurt Cobain e do Nirvana devem aparecer por, no máximo, dez ou vinte segundos. Seja por escolhas dos autores, ou porque Courtney Love mantém os direitos sobre imagens e músicas da banda trancafiados, o filme é praticamente todo composto por cenas que não possuem nenhuma ligação direta com o assunto. Como um grande videoclipe - só que, ao invés de apenas canções, temos como guia uma narração em off do próprio Cobain.

E, ainda que não seja um documentário "tradicional", o diretor consegue manter uma linearidade na edição do áudio. Kurt Cobain começa falando de sua vida na pequena Aberdeen, passando pela vida de BOÊMIO (leia-se "vagabundo") em Olympia e finalmente a mudança pra famosa Seattle. À medida que a conversa vai se desenrolando, muitas vezes contando com intervenções do próprio jornalista, o diretor, com sucesso, busca imagens que de certa forma tenham o mesmo tom do momento (quando Cobain fala de mudanças de cidade, por exemplo, é comum ver sequências de carros em movimento ou paisagens sendo deixadas pra trás). Isso tudo cria uma atmosfera quase poética, ainda mais com a trilha sonora escolhida a dedo, que inclui bandas como Queen, Creedence, Stooges e por aí vai.

A informação se concentra toda nos depoimentos de Kurt Cobain. E enquanto ele discorre sobre seus sonhos, suas opiniões, seus medos, seus traumas, o espectador vai conhecendo um pouco daquela figura mítica que foi embora tão rápido quanto surgiu. Não há assuntos proibidos, e as discussões passam tanto pela banda e seus integrantes como pela relação dele com sua esposa. Pessoalmente, senti falta de uma aproximação maior quanto à criação e o lançamento do disco Nevermind, de longe o mais importante da banda - talvez tenha sido uma restrição do próprio músico, mas ainda assim deixa um certo vácuo na história.

O Nirvana apareceu meteoricamente em uma era pré-internet. Não havia muito o que descobrir a respeito da banda, a não ser suas músicas, em discos que marcaram a história da cultura pop. Kurt Cobain: Retrato de uma Ausência não vai resolver nenhum mistério, apenas enquadrar um pouco mais de perto a imagem do líder do Nirvana. Torná-lo menos mítico e mais humano. E, nesse processo, quem sabe o próprio espectador não possa fazer da experiência toda uma espécie de reflexão sobre si mesmo.

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Saúde!
Thiago Silverolli - 01 agosto 2009 - 11:58
Ah, não! Mais um post sobre a gripe do porco! Não aguento mais ouvir falarem sobre isso. Porque a gripe do porco tem esse nome? Por acaso alguém vê leitoezinhos espirrando por aí? Ok, o Ronaldo foi internado essa semana, mas foi pra fazer uma lipo-aspiração. Ele não tá tecnicamente doente. Aliás, o Porco está muito bem, obrigado! Lidera o Brasileirão e com grandes perspectivas de título agora que contraiu um técnico mais malvado que o Ebola.

A doença é bem pior do que uma gripezinha. E já havia virado pandemia antes dos tempos da peste negra. Desde sempre, a desgraça de uns é comemorada por outros. Foi assim no começo do ano, quando os desastres de Santa Catarina provocaram uma alta nos galões de água mineral, e 5 litros eram comercializados pelo precinho simbólico - ou sintomático cairia melhor? - de R$30,00. Às vezes a gente chega a pensar se uma epidemia de verdade não faria um mundo melhor... Agora o fenômeno se repete, conforme podemos notar pela tabela abaixo:

Caixa de Luvas Cirurgicas - R$30,00 com MasterCard, R$50,00 com Gripe Suína.
Nebolizador - R$70,00 com MasterCard, R$120,00 com Gripe Suína.
Álcool-Gel para mãos - R$2,50 com MasterCard, R$12,00 com Gripe Suína.

Fica bem dificil curar doenças provocadas por parasitas racionais...
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