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Tiroteios, fugas, garotas e fotografia
André - 27 julho 2009 - 00:38
Inimigos Públicos (Public Enemies)
3/5

Direção: Michael Mann
Roteiro: Ronan Bennet, Michael Mann e Ann Biderman, baseados em livro de Bryan Burrough

Elenco
Johnny Depp (John Dillinger)
Christian Bale (Melvis Purvis)
Marion Cottilard (Billie Frechete)
Billy Crudup (J. Edgar Hoover)

Na década de 30 (conhecida como pós-crash ou pré-guerra),John Dillinger é um cara bacana, educado, informado, que se preocupa com o público e, apenas por acaso, rouba bancos e atira em pessoas. Então J. Edgar. Hoover, por não gostar de pessoas bacanas, educadas, informadas e que se preocupam com o público, chama o BATMAN pra caçar o sujeito.

O fato de se voltar contra os bancos e não tirar dinheiro das pessoas comuns, em uma situação onde a quebra da bolsa fez a imagem das instituições financeiras mais ou menos como a do Bush Jr. hoje em dia, deu a John Dillinger uma imagem um tanto heróica. Some isso ao fato de que é fácil o espectador torcer pelo bandido num filme e a personagem é interpretada por Johnny Depp, e pronto, já temos a conexão público-protagonista eficientemente armada.

O que é uma coisa boa. Com duas horas e dez minutos de duração, Inimigos Públicos não consegue construir de forma suficiente a imagem de John Dillinger. Existem cenas que dão pistas e deixam marcadas algumas características do sujeito, mas o romance dele com Billie, por exemplo, parece algo mais imposto pelo roteiro do que justificado por atitudes. Ainda assim, Johnny Depp consegue trazer toda a confiança e perspicácia necessárias para alguém do quilate do bandido - prova disso é quando, ao ser entrevistado por diversas câmeras, ele consegue virar o jogo e tornar-se o centro das atenções de forma positiva, apenas com alguns trejeitos e olhares. Com menos tempo em cena, o resto do elenco cumpre seu papel ao tornar interessantes personagens que, durante boa parte da projeção, limitam-se a mover a história para a frente.

Mas se o roteiro carece de alguns chuleios e arremates, o mesmo não pode se dizer do visual: com a câmera na mão e sempre sacolejando feito um avião em "área de instabilidade climática", o diretor Michael Mann busca a urgência de John Dillinger, cuja existência era permeada por uma atmosfera de constante movimento. Fotografa a Chicago dos anos 30 com uma beleza única, principalmente nas cenas noturnas, onde as sombras crescem e tornam-se parte da paisagem (destaque para o tiroteio no bosque, onde a iluminação vem praticamente só do fogo das armas. Me senti compelido a aplaudir de pé e mandar uma carta ao Louvre sugerindo que coloquem essa cena num quadro e a pendurem por lá). E é impressionante a preocupação do diretor com detalhes, chegando a captar o brilho no olho de Billie em uma conversa com John.

Beneficiado pelo AFINCO da equipe nas questões técnicas (fotografia, desing de som, desing de produção, entre outras que fariam vocês me xingarem de fresco se eu citasse), no geral Inimigos Públicos torna-se um excelente filme, embora tenha faltado Danoninho para construir uma história mais coesa e cativante. Infelizmente, não foi dessa vez que eu pude usar os trocadilhos "acertou em cheio" nem "o tiro saiu pela culatra". Paciência. Outras histórias de gângsters virão.

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