Cedo de manhã, enquanto o ar condicionado da cidade de Porto Alegre ainda estava ligado na temperatura "Aspen", tomei o caminho até o centro para visitar uma repartição pública - e esta, como sempre, abrigava mais pessoas do que a torcida adversária em um Grenal.
Enquanto aguardava durante alguns cento e vinte minutos no local, astutamente percebi que os funcionários dos guichês pegavam panos embebidos a álcool para limpar suas mesas, canetas e outros objetos que fossem utilizados pelos clientes. Faziam isso toda vez que acabava o atendimento e outra pessoa se dirigia ao guichê. Certamente uma orientação graças à nova gripe, que vai se espalhando e já atacou violentamente dezenas de jornais pelo país.
No entanto, é de se questionar: em uma sala cheia de pessoas, todas tossindo, espirrando, respirando o mesmo ar, fazendo algazarra e mais sei lá o que, a ação tomada para evitar o contágio da gripe é limpar mesinhas com paninhos vermelhos?
É como se houvesse um incêndio colossal em uma fábrica com milhares de trabalhadores e os bombeiros mandassem pra lá apenas um sujeito com um tubinho de Hipogloss. |