Star Trek4/5
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: Alex Kurtzman e Roberto Orci, baseado em série de TV criada por Gene Roddenberry
ElencoChris Pine (James T. Kirk)
Zachary Quinto (Spock - o cara orelhudo e tal)
Eric Bana (Nero)
Leonard Nimoy (Spock - o cara orelhudo e tal)
Karl Urban (Dr. McCoy)
O filme mostra como o (futuro) capitão James Kirk, seu amigo
elfo vulcano Spock e o resto da tripulação original de Jornada nas Estrelas (aliás, por que o título não foi traduzido? George Lucas anda fazendo escola?) chegaram até a Frota Espacial, tornando-se os motoras responsáveis pela famosa USS Enterprise.
Após assumir as rédeas desse projeto, o diretor/produtor J.J. Abrams assumiu não ser fã da série original. Isso deve ter causado alguns dos momentos mais angustiantes na vida dos
trekkers, pois alguém que não é fã tem culhões suficientes pra mexer como quiser na história, certo?
Pois foi o que o diretor fez: mandou as convenções e obrigações para a ilha de LOST , deu CTRL + Alt + Del na franquia e, utilizando-se do artifício das viagens no tempo, construiu uma base sólida para pegar as personagens originais e jogá-las em novas aventuras nos próximos anos. Se o recurso utilizado para isso foi um tanto, como vou dizer, falcatrua (pessoalmente, prefiro as complexidades dos paradoxos temporais quando as linhas do tempo precisam se complementar), não há como negar que o filme funciona como REBOOT da série. E funciona bem.
Utilizando a tramóia que envolve o capitão Nero como pano de fundo, o roteiro dá em cima mesmo é das personagens, preocupando-se em apresentar cada sujeito já com suas peculiaridades. No entanto, longe de atirar estereótipos pra lá e pra cá, a narrativa confere personalidade própria ao TIME da USS Enterprise. Claro que uns possuem mais tempo em cena, outros menos, mas é divertido ver a gurizada (sim, gurizada, literalmente) se reunindo na turminha que vai aprontar de montão espaço afora.
Mas a coisa mais batuta de película fica mesmo na relação entre a impulvisidade e arrogância (geralmente certas) de Kirk e a lógica fria (geralmente certa, também) de Spock. Mesmo quem não conhece a série original (como eu) sabe que o capitão e o cara orelhudo eventualmente vão se tornar bróders. Então os conflitos entre ambos engrandece a história, pois de certa forma já conhecemos de antemão a capacidade e a importância daquelas personagens. E o pequeno traço de cumplicidade exibida entre os dois, no final, quando um é nomeado primeiro oficial, já dá indícios do respeito que existe/vai existir por parte daqueles dois fanfarrões.
Se os mistérios de LOST deixam a galera revirando-se na cama, descobrir como J.J. Abrams fez para reiniciar uma das séries mais queridas da história sem, com isso, ser alvo de uma multidão furiosa armada com tochas é uma experiência divertida, agradável e que promete ainda mais
blockbusters inteligentes em um futuro próximo.