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Casa comigo, futebol?
André - 06 maio 2009 - 17:56
Ao vencer o Real Madrid por 6 a 2, o Barcelona não se ligou que estava cavando sua própria desclassificação na Liga dos Campeões contra o Chelsea. Isso porque, apesar das grandes atuações ao long do ano, foi quando blitzkrieguiou o rival que os catalães se tornaram a bala que matou o Kennedy, a guria nova do colégio, a sensação d0o momento. E, no futebol, a sensação do momento nunca sai campeã - se vocês não acreditam em mim, podem ir bater um papinho com a seleção da Holanda.

Isso ficou claro no início da partida de hoje quando aos nove minutos Essien acertou um chute desumano, colocando os Blues na frente. E um a zero classificava o Chelsea. Ficou mais claro ainda quando, após Anelka tropeçar em uma lufada de ar, o juiz, completamente alucinado, expulsou Abidal, deixando o Barcelona com um a menos. E embora os catalães insistissem, a defesa dos ingleses cafungava no cangote dos atacantes, dificultando o toque de bola dos adversários - vamos dizer que não seria absurdo se, na linha do meio de campo, colocassem uma placa de "Cuidado, cães ferozes". Como eu coloquei no parágrafo acima, as circunstâncias indicavam que a equipe de Guardiola não teria cadeira pra sentar quando acabasse a música.

Mas outro fator acabou igualando a balança. Ninguém esperava pelo penteado SACOLA DE FEIRA utilizado pelo francês Malouda, do Chelsea. E se por um lado o Barcelona tinha que ser eliminado, também era futebolisticamente impossível um time com um jogador capilarmente absurdo chegar na final. A indiferença do juiz ao lance onde o zagueiro Piquet agarrou a redonda dentro da área como se estivesse bêbado em uma festa às quatro e meia da manhã, não marcando pênalti a favor do clube londrino, indica isso. Graças à Malouda, o Barça jogava livre da maldição de ser a sensação do momento.

O bom de precisar de apenas um gol é que não é necessário jogar bem. Para se fazer um gol, basta uma bola espirrada, um erro, um lance incomum.

Após uma atuação digna de um Framboesa de Ouro, Dani Alves pegou a bola aos 47 do segundo tempo. E cruzou. E errou. Entretanto, a redonda sobrou para o camaronês Eto'o, que não havia feito nada até ali. Reconhecendo isso, ele logo tocou para Messi, que também não ganharia uma estrela no Winning Eleven. Ciente de tal fato, o argentino rapidamente rolou para o espanhol Iniesta, pois as bolas eventualmente acabavam nele de qualquer jeito.

E aí percebe-se a diferença: 47 do segundo tempo, o Barcelona precisando de apenas um gol para se classificar, a chance de um chute fatal, defesa ligeiramente aberta, bola rolada certinha. Era de se esperar que um jogador fechasse os olhos e desferisse um trator em direção à goleira adversária. Mas Iniesta sabia que do outro lado havia o monstro Petr Cech. Então a parte de fora do pé do espanhol beijou com força a orelha da bola, e todos sabemos que beijos nas orelhas da ala feminina causam efeito. A pelota curvou-se para a direita em reverência à tecnica do jogador, e atingiu com uma firmeza indefensável o ângulo. Uma trivela irretocável. Um chute perfeito. Uma obra-prima.

Enquanto eu estava de pé comemorando, vi os jogadores e comissão técnica do Barcelona se atirarem um sobre o outro, vi o Chelsea atacar novamente e reclamar um pênalti, vi o princípio de confusão. Vi um lance mudar conceitos: o ataque catalão, tido por muitos como o melhor do mundo, não havia arremessado a bola em gol nenhuma vez. Todas as tentativas haviam encontrado o ar ou o colorido zombeteiro das placas de publicidade. O lance de Iniesta foi o primeiro chute na direção certa. Um chute. Um gol. Cem por cento.

Noventa minutos como esses não podem ser comprados, não tem preço. O Barcelona não passou para a final porque foi melhor: passou para a final porque foi mais futebol.
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