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all this can be yours...





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Everybody was kung fu fighting
André - 29 agosto 2010 - 21:37
Karate Kid (The Karate Kid)
3/5

Direção: Harald Zwart
Roteiro: Christopher Murphey e Robert Mark Kamen

Elenco
Jaden Smith (Dre Parker)
Jackie Chan (Sr. Han)
Resto (Chineses aleatórios que fazem cara de mau e apanham)

Dre, um estreótipo de garoto DESCOLADO e do SUBÚRBIO, se muda pra China com a sua mãe. Como se trocar talheres por palitinhos já não fosse tragédia suficiente, ele acaba virando alvo de bulling por parte de uma gurizada que luta karate kung fu em uma academia DO MAL. Mas daí chega o Jackie Chan disfarçado de Sr. Han, um zelador, diz que vai ensinar karate kung fu pro Dre e Hollywood aproveita pra enfiar umas lições de vida junto.

Karate Kid é, com o perdão do trocadilho, um golpe certeiro em termos de mercado: a história de superação, os mistérios da China e o karate Kung Fu são elementos que atraem um público mais novo, enquanto o público mais velho, tomado pela nostalgia, faz questão de ir ao cinema apenas para falar mal - não à toa, em seu primeiro fim de semana em cartaz nos EUA, a película arrecadou cinquenta e seis milhões de dólares. Entretanto, apesar de ser um produto bem embalado pra nova geração, cheio de referências pop, sacadas espertas e um pirralho com DREADS, o filme acaba cedendo a algumas convenções que, no geral, enfraquecem a coisa toda.

Embora Jaden Smith não dê o braço a torcer com relação aos defeitos do filme.

A história da mudança pra China, por exemplo, funcionaria bem pra estabelecer a solidão de Dre caso ele não desse de cara com um ALEMÃOZINHO BATATA logo que desembarca, sem contar a chinesinha que o faz tremer nas bases. Dessa forma, quando ele diz "eu odeio este lugar" após levar um SAFANÃO dos chineses karatecas kung fúteis, a declaração soa forçada, pois o tema em questão não foi trabalhado de modo a sustentá-la. E isso é uma lástima, uma vez que o tempo desperdiçado por esses momentos (e com o romance entre os pombinhos, em uma trama que quebra o ritmo do filme toda vez que dá as caras) poderia ser investido na saudade que Dre tem de seu falecido pai, o que tornaria uma determinada entre o garoto e o Sr. Han ganhar TONELADAS de dramaticidade e beleza. Embora a narrativa principal fique NOS TRINQUES (incluindo o treinamento "alternativo", que é desenvolvido com competência e vai fazer muitas pessoas saírem do cinema tirando e recolocando suas jaquetas), é nas histórias paralelas que o filme, com o perdão do trocadilho, beija o tatame.

Já o Harald Zwart aposta em uma direção convencional e segura, tipo festa com Skol, embora de vez em quando até tente uma ou outra coisa nova, como a câmera sacolejando mais em momentos de "conflito dramático" e uma ou outra elipse fraca. Mas no geral são cenas mostrando o quanto a China fica bonita em contraluz, ou o Jackie Chan em contraluz, ou cenas mostrando o quanto a China é bonita e colorida, ou cenas mostrando como as paisagens da China são bonitas, e por aí vai. As lutas até que são bem coreografadas (com destaque para o quebra-pau onde Jackie Chan toca o terror em uma galera de forma absolutamente brilhante, e, de tão fodão, sai de cena MASTIGANDO CONCRETO), só que no desenrolar da película começam a ficar ligeiramente implausíveis e fotografadas por câmeras epiléticas, o que acaba tirando o impacto (ao menos a montagem não é aquela tradicional EJACULAÇÃO PRECOCE dos filmes de ação).

O grande golpe do filme mesmo é o seu elenco: Jaden Smith possui carisma e encarna Dre com naturalidade, dando atenção a pequenos aspectos da atuação, como um leve franzir de sobrancelhas que indica o quanto o garoto está segurando o choro; e Jackie Chan mostra que não é apenas mais um ROSTINHO BONITO, transmitindo, com seu jeito tranquilo e sua expressão melancólica, toda a sabedoria e experiência necessárias ao Sr. Han.

Karate Kid tem lá seus problemas, mas possui uma produção competente o suficiente para que eles não transpareçam muito. Pelo menos até o golpe final, que quase faz tudo dar com os burros n'água. Não estou nem falando só pela ausência do chute da garça, e sim pelo brutal assassinato da FÍSICA e da GRAVIDADE. É um momento plasticamente bonito, admito, só que o espectador sabe que jamais um garoto poderia fazer aquilo, a não ser que estivesse totalmente TOMADO PELA MATRIX. E essa é a grande diferença entre o original e sua refilmagem: assim como o simples chute da garça virou uma pirueta elaborada e sem impacto, o novo Karate Kid possui tudo bonitinho e no lugar, mas sem a simplicidade cativante que marcou sua versão oitentista.

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A publicidade total
André - 27 agosto 2010 - 22:02
Quando falei do comercial da Samsung aqui, disse o quanto ele havia mexido comigo e tentei, dentro do possível, analisá-lo enquanto uma obra de arte. Pois aconteceu de novo: a Nike (que também já foi beneficiada com um post aqui no blog) realizou um vídeo épico pra seleção holandesa após a derrota na final da Copa. E é uma obra tão intensa que não posso deixar de pensar que ela alcança muito mais do que os vídeos "tradicionais" de publicidade e pode ser elevada a outro nível. Então aí vai:


Os holandeses esperaram muito tempo por este momento. O momento onde egos foram destruídos. Onde a história foi apagada. Onde 23 jogadores sangraram como um só. Um time com uma missão: terminar o que começaram. Chegamos tão longe pra aprender uma coisa: quando você dá tudo o que pode, nunca sai derrotado.

A primeira coisa a destacar é a fotografia: granulada, dando um aspecto sujo e real e por vezes monocromática, ela diz sem meias palavras que "o sonho acabou, é hora de voltar à realidade" (e reparem que entre 0:18 e 0:21 filtros vermelho e amarelo "cruzam" a tela, remetendo a uma sirene, que sempre significa emergência - e combina perfeitamente com um elemento da trilha, que será abordada daqui a algumas frases). A câmera é inquieta, como se ainda estivesse tremendo por não ter superado o baque de perder a final, e os jogadores aparecem sempre com uma expressão sisuda, envoltos em sombra (ou à frente de um fundo escuro, como é o caso do Sneijder). É uma atmosfera pesada, melancólica, como deveria ser a de um time que foi derrotado em uma final de Copa do Mundo. Os quadros no início do vídeo relembram as outras duas quase-conquistas (1974 e 1978), e tornam o fardo de 2010 ainda maior - e o travelling no último plano, afastando-se do Sneijder, é emblemático, como dizendo "acabou, agora é um adeus por longos quatro anos".

A trilha melancólica, uma guitarra solitária que soa como se fosse tocada com raiva e frustração, recebe apenas o apoio de uma sirene que ecoa duas vezes, ilustrando o estado frágil no qual se encontram todos os holandeses após tamanha decepção. A locução do capitão Gio Van Bronckhorst, sóbria, recita um texto que, até sua última frase, toca na ferida e expõe sem meias-palavras o que um país inteiro está sentindo.

É aí que a coisa muda de figura. Por 26 segundos a Nike não tentou confortar a Laranja Mecânica e seus admiradores, mas sim criou uma atmosfera mostrando que entendem a sensação. Isso cria uma empatia imediata, pois a utilização impecável dos elementos já citados torna esses 26 segundos tempo suficiente para o espectador identificar o tamanho do esforço e da derrota. Então vem a derradeira frase: when you give everything, you lose nothing. Pronunciada aleatoriamente, pode soar como uma frase de auto-ajuda simplória. Mas, colocada nesse contexto intenso, tendo como base um drama apresentado de forma tão coesa e emocionante, ganha um sentido novo. E deixa de soar como consolo para soar como reconhecimento, honra e grandiosidade.
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The women are on the table
André - 25 agosto 2010 - 22:35
Ana Karênina - Liev (Léon / Leão / Leo) Tolstói
Setecentas páginas de pura CIRURGIA na alma humana. Impressionante como o russo se apega a detalhes e descrições tal qual um torcedor se apega ao seu lugar da sorte no sofá - entretanto, isso só beneficia a história, pois passamos a viver as situações junto com as personagens, ao invés de simplesmente sermos informados sobre seu estado. E assim passamos a gostar deles, e a receber com mais intensidade as pauladas que eles recebem (e o TOLSTA não tem pudores de dissecar as intenções de cada um. Ninguém é totalmente bom). Tudo isso em uma prosa que é uma elegância só - me senti compelido a vestir terno e gravata cada vez que pegava o livro.

Desceu até a pista, evitando olhá-la de frente, como se ela fosse o sol, mas, sol que era, também não precisava de a olhar para vê-la.

Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - Stieg Larsson
A trama é uma daquelas histórias de mistérios instigantes, pela situação meio absurda na qual ocorreu o crime. E o sueco até consegue levar ela numa boa, tipo churrasco de domingo de tarde com a família, assim. Mas é aquele negócio, as personagens estão sempre a favor da história e o leitor realmente não se importa com elas, quer é saber a resposta pro mistério - e se todo mundo na trama tiver que morrer pra isso, que morram logo e na pobreza. Achei o texto do Stieg Larsson bastante superficial, um negócio meio Dan Brown STÁILE, expondo de forma bem direta as intenções da galera e se preocupando pouco em desenvolver as situações. Mas sem ofender a igreja.

Do outro lado da estrada, se elevava o monte Sul. Mikael escalou uma encosta íngreme e precisou do apoio das mãos nos últimos metros. O monte Sul terminava numa falésia quase vertical sobre o mar. Mikael retornou a Hedeby seguindo pela crista, de onde avistou as cabanas, o velho porto dos pescadores, a igreja e a pequena casa em que estava hospedado. Sentou-se numa pedra e serviu-se de um último resto de café morno.
Não tinha a menor ideia do que fazia em Hedeby, mas a vista lhe agradava.

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light years
André - 24 agosto 2010 - 13:00
and wherever you've gone
and wherever we might go
it don't seem fair... you seem to like it here
your light's reflected now
reflected from afar
we were but stones
your light made us stars

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Feliz Segunda-Feira
André - 23 agosto 2010 - 00:20
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E tomara que seja o último, mesmo
André - 22 agosto 2010 - 16:38
O Último Mestre do Ar (The Last Airbender)
1/5

Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan, baseado no desenho animado criado por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzo

Elenco
Noah Ringer (Aang)
Nicola Peltz (Katara)
Dev Patel (Príncipe Zuko)
Jackson Rathbone (Sokka)

Em O Último Mestre do Ar, o planeta é divido em 4 povos: os da Terra, do Ar, do Fogo e da Água. Cansados dessa dinâmica meio CAPITÃO PLANETA, a galera do fogo resolve tocar o terror em todo mundo e dominar tudo. Mas um casal da trupe H2O acaba encontrando Aang, um menino careca, cheio de tatuagens e com um extenso conhecimento sobre determinada arte marcial (um PITBOY, se quiserem resumir), que é um Avatar e pode trazer equilíbrio ao mundo, SEJA LÁ o que isso signifique.

Existe um filme legal em O Último Mestre do Ar. Tive um vislumbre dele no bacana travelling circular que Shyamalan realiza enquanto Katara e Aang estão lutando capoeira treinando em uma cidade de gelo. Entretanto, fora esse plano específico (mais um ou outro de LUTINHA) o que se enxerga é uma sucessão de decisões tão ruins que, por um instante, pensei que haviam ligado o projetor na TV SENADO.

"O Último Mestre do Ar" foi queimado por público e crítica.

Para condensar em duas horas uma temporada inteira do desenho animado, o roteirista/produtor/diretor/cara cujo nome aparece em cima do título do filme sabia que precisaria ser objetivo - e a definição de "objetivo", no dicionário dele, está como "utilizar elipses sem nenhum sentido e diálogos expositivos como se não houvesse amanhã". Por causa disso, a todo momento a história salta do ponto A para o ponto B sem que o espectador acompanhe o desenrolar dessa mudança (que pode não ser importante para o PLOT, mas faz diferença no estabelecimento das personagens e do clima do filme), muitas vezes assando a física e a geografia em um ESPETO (como alguém aparecendo num lugar enquanto devia estar em outro), e absolutamente TODOS os diálogos contém informações essenciais, o que os torna não apenas implausíveis, mas CHECHELENTOS. Tipo, parece que em todas as cenas o que se vê são dois MANUAIS DE INSTRUÇÃO conversando.

Shyamalan acerta ao colocar a Tribo do Fogo sempre cercada por elementos escuros e pontiagudos (uniformes, armas, capacetes, navios), como se estivesse com cinzas por toda parte, conferindo a eles sempre um visual agressivo (a poluição causada pelos caras ajuda bastante também. Desenvolvimento sustentável who?), enquanto a Tribo da Água é BRANQUINHA e LIMPINHA. Fora isso, não há nada muito impressionante, embora vez ou outra alguma cena de luta consiga criar algo que não é uma derrota total - ao menos o diretor aposta em planos longos, ao invés de ficar naquele SACODE ALUCINADO que têm se tornado os filmes de ação. Falhando totalmente na construção de uma mise-en-scène ao menos digerível, O Último Mestre do Ar ainda sofre com a falta de imaginação das coreografias nas sequências de PAULEIRA, o que é uma pena, já que tinha material pra fazer algo bastante IRADO. Ao menos a trilha sonora não é das piores.

Homogeneamente fraco, o elenco não consegue ter mais carisma do que um bando de sujeitos que matam filhotes de foca enquanto contam piadas de filhotes de foca sendo mortos. Noah Ringer surge sempre desinteressado, Dev Patel só faz cara de mal e Jackson Rathbone é um BANANA (as exceções ficam por conta de Nicola Peltz, que pelo menos dá um pouquinho de vida quando está em cena, e Shaun Tob, que faz do tio de Zuko um sujeito bacana). Um elenco digno do roteiro que estão representando, imagino. Parece que Shyamalan perdeu aquele toque que fez de seus primeiros filmes obras cativantes e originais - uma habilidade que, pela necessidade de trocadilho para fechar o texto, chamaremos aqui de O SEXTO SENTIDO.

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Diálogos comunitários
André - 20 agosto 2010 - 22:35
Filosofando esses dias a respeito das novas tecnologias, redes sociais e outras tantas frescuras que um homem não precisa, me dei conta que no Orkut as pessoas usam as comunidades mais para dizer algo a respeito de si do que para participar delas, mesmo.

Seguindo o raciocínio, cheguei à brilhante conclusão de que, daqui a pouco, as comunidades vão pular para outras esferas de interação, e, ao invés de "selos" que identificam um determinado tipo de personalidade, passarão a ser utilizadas em conversas. Logo me veio à cabeça os diálogos tenebrosos que seriam produzidos por tal ignomínia:

- Me chamo Valdete
- Toda Valdete é gata
- Meninas que ficam vermelhas com elogios
- Eu curto timidez
- Não sou legal, to te dando mole
- Fetiches bizarros
- Por que eu bloqueei ele, mesmo?

Ainda bem que o Orkut vai acabar antes do mundo.

(post feito em parceria com a Marilia, do Fake Carousels)
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Taxi Driver
André - 18 agosto 2010 - 21:41
Hoje a necessidade me obrigou a ignorar o tamanho da minha conta bancária e pegar um táxi - e conseguir um táxi às dezoito horas, em uma avenida tão movimentada quanto a rede social do momento, é uma aventura que por si só já faria o DUETO A Ilíada e A Odisséia soar como, respectivamente, uma guerra de bexigas d'água e um passeio de triciclo no quintal.

Uma vez dentro do veículo, forneci o endereço necessário e gritei "PÉ NA TÁBUA" (mentira). Durante o trajeto, fui conversando com o motorista sobre o iminente fim do mundo que se aproximava no alvorecer (conhecido pela massa como "Inter x Chivas", onde a equipe mexicana estava como um peru no Natal ou ), prestando pouca atenção ao trajeto. Ao final, FINDADO o passeio, o sujeito diz que vai cobrar três reais a menos porque deu uma volta desnecessária, o que aumentou o valor da bagaça.

Daí, pensando nas eleições que estão por vir, onde eu fatalmente votarei nulo em tudo que aparecer na frente, me dei conta de algo: as únicas diferenças entre quem dirige o país e o cara que dirigia o táxi eram salário, simpatia e integridade.
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Feliz Segunda-Feira
André - 16 agosto 2010 - 08:40
Jennifer Connely
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Elenco forte, filme fraco
André - 15 agosto 2010 - 19:35
Os Mercenários (The Expendables)
1/5

Roteiro: Sylvester Stallone e David Callaham
Direção: Sylvester Stallone

Elenco
Sylvester Stallone (Barney Ross)
Jason Statham (Lee Christmas)
Jet Li (Ying Yang)
Mickey Rourke (Tool Road)
Dolph Lundgren (Gunner Jensen)

Barney Ross e seu time de mercenários são contratados pela CIA pra tocar o terror em cima de um ditador ali na América do Sul. Lá eles encontram uma moça sexy e latina, porque todas as latinas dos filmes são sexy, e, como são um bando de FRUTINHAS, resolvem largar a missão e ajudar ela a tornar a ilha de Vilena um lugar melhor.

Depois de um trabalho, um bando de caras, em um veículo, relaxa contando piadas provocativas, tomando cerveja e fumando charuto. Tipo uma sexta-feira comum, né? Só que aqui eles fizeram isso depois de ter feito dezenas de TERRORISTAS ALEATÓRIOS abotoarem o paletó. Era bem esse clima de CROMOSSOMO Y que o Stallone queria passar, reunindo pesos-pesados do gênero de ação. Mas em algum momento a testosterona deu com os burros n'água, e a única coisa viking do filme foi mesmo a lista de nomes no cartaz promocional.

"Solte a arma ou leva um tiro de botox na fuça".

A história deve ter sido encontrada pronta na internet, mas convenhamos, a trama não possui lá tanta relevância nesse caso. O problema principal em Os Mercenários, com relação ao roteiro, é a absoluta inexistência de qualquer frase de efeito devastadora. Você é a doença e eu sou a cura, Hasta la vista, baby ou (o plano é) Resgatar a fulana. Matar o resto são substituídas por genialiades como ok, é a sua mãe e vamos voar. Além disso, o botox que Stallone tanto usou o deixou cego para lacunas gritantes na hora de criar a BRODERZICE das personagens. Tipo, os dois protagonistas parecem simplesmente estar ali porque o roteiro quer, e não porque eles curtem detonar vilões estereotipados no sábado de noite e fazer um CHURRAS no domingo pra assistir ao jogo do Grêmio. Aliás, sequer há uma diferenciação entre eles, quer por especialidade ou caráter: são todos brutamontes (decisão acertada) sem noção nenhuma (decisão acertada) mas que muitas vezes se confundem na tela (decisão DESACERTADA).

Confesso que também me incomodou a fotografia ligeiramente granulada, que tenta conferir um tom "real" a algo que é absurdo por natureza (e contrasta totalmente com as cenas de tripas sendo atiradas pra todo lado, que são quase num nível Kill Bill). Pior que isso só a famosa câmera-Parkinson, com suas tremidas e zooms alucinados (eu o almadiçôo, Riddley Scott!), tornando impossível para o espectador identificar QUALQUER COISA que está em cena. Daí tudo aquilo que a película justamente teria de melhor, a "ação descerebrada", ganha a intensidade de um programa sobre culinária (quem é que chama o Jet Li pra um filme e dá uma metralhadora pro cara, ao invés de jogar ele no KUNG FU FIGHTING total?). Pra completar, os efeitos especiais são apenas corretos, embora falhem miseravelmente em uma cena onde um sujeito fica literalmente em chamas.

No elenco, destacam-se a boa presença de cena de Statham e a participação de Mickey Rourke, que tira leite de pedra nas poucas cenas em que aparece. O resto se propõe a disparar armas e soltar uma ou outra piada fraca de vez em quando, e se Stallone consegue algum destaque como ator, é só por causa das suas sobrancelhas extremamente estranhas e que parecem desenhadas. Bizarrice total, carisma zero.

Todo o TITITI em torno de Os Mercenários era por causa da reunião do elenco, da promessa de ser testosterona impressa em um filme, e coisa e tal. Mas na verdade a película acaba mostrando um bando de sujeitos que fazem tudo por causa de uma MINA e de uma moral sentimentalóide. Mesmo acompanhado de tantos especialistas em manejar pistolas, facas, revólveres e até bazucas, Stallone conseguiu a proeza de errar o alvo.

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The book is always on the table
André - 12 agosto 2010 - 20:25
Algumas pessoas, ao se mostrarem automaticamente desfavoráveis a qualquer inovação que o mundo espane em suas fuças, assustam-se por pensarem que a velhice está chegando a GALOPE. Eu não. Eu sei que sou velho de espírito e que rechaçarei todas as novidades que destoem de um limitadíssimo grupo de conceitos, nos quais eu incluo "Nick Hornby", "volante de destruição", "traz mais duas garrafas de cerveja" e "quem é aquela de olhos claros, madeixas douradas e seios fartos?", entre outros.

Claro que Deus, como qualquer programador, ficou olhando sites de cinema durante o trabalho e deixou alguns erros passarem, e por isso eu eventualmente acato alguma novidade sem conseguir odiá-la antes. O que é realmente desalentador, pois me atira em um grupo que vive em eterno deslumbramento por tudo que é lançado. E se a "coisa" puder ser definida apenas em inglês, então pode comprar camisinha porque o INTERCURSO é inevitável. Tipo "cara, comprei um PHONE que tem vários GADGETS e APPS já no STANDARD MODE, e tu pode fazer DOWNLOAD de um PLUS na ONLINE STORE. É POTATO" é quase o mesmo que "lembra da Julia, a ruiva de lábios carnudos? Comi".

Entretanto, o mais NEFASTO de tudo é essa incapacidade humana de abraçar algo sem condenar outro algo ao limbo, ou, pior, à Sulamericana. Tudo que surge vai sepultar o que veio antes em no máximo cinco anos (é sempre um prazo de cinco anos. E ninguém nunca se dá ao trabalho de verificar, porque nesse tempo todo mundo já esqueceu. Tipo eleições, assim). Daí chegam todas aquelas coisas de iPad, iPhone, realidade aumentada, realidade virtual, jogos 3D, ARGs, filmes 3D, crossmedia, e é tudo tão fantástico que a galera estufa o peito e grita com certeza absoluta que "o livro vai morrer".

Porque, claro, as pessoas hoje em dia buscam uma experiência, algo que apenas essas novas tecnologias podem proporcionar, já que estão cheias de CHIPS e COISAS SE MEXENDO SOZINHAS. Mas o que ninguém se lembra é que elas são incapazes de oferecer uma experiência melhor do que o livro, que pode lidar com centenas de temas ao mesmo tempo, que permite a reflexão imediata, a imersão total, e a possibilidade do leitor construir o texto na sua cabeça da forma que quiser. E simplesmente não há GADGET, APP, HARDWARE ou SOCIAL NETWORK que possa competir com a imaginação.
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Feliz Segunda-Feira
André - 09 agosto 2010 - 01:45
Jessica Rabbit
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Christopher Nolan para presidente do mundo
André - 08 agosto 2010 - 12:21

A Origem (Inception)
5/5

Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan

Elenco
Leonardo DiCaprio (Cobb)
Joseph Gordon-Levitt (Arthur)
Ellen Page (Ariadne)
Marion Cotillard (Mal)
Ken Watanabe (Saito)

Tal qual Martin Luther King, Cobb tem um sonho - entretanto, em seu sonho ele irrompe nos sonhos alheios para tocar o terror e roubar informações de suas vítimas. Sem chance de ver seus filhos pois foi acusado de matar sua esposa, Cobb vê a chance de redenção quando o milionário Saito requisita seu serviço para um propósito diferente: ao invés de roubar ideias, pede que ele implante uma ideia na mente de seu concorrente. Sim, Cobb é contratado para fazer exatamente o que a Veja faz, mas de forma mais sutil.

Nem Batman, nem Homem de Ferro, nem Kick-Ass: o verdadeiro super-herói de Hollywood atende pelo nome de Christopher Nolan. Tudo bem, o sujeito não usa capa nem uma cueca por cima das calças, tampouco possui um alter-ego igual a ele sem que alguém perceba, mas é Nolan quem realiza filmes que devastam a mente do espectador e bilheterias mundo afora. A Origem é mais do que prova disso, uma obra original até o COPIÃO (embora dê pra encontrar vestígios de Matrix, Sinédoque, Nova York, Ilha do Medo e até mesmo de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças), complexa, que não se rende ao fácil e testa a todo momento a inteligência do público, e que mesmo assim está arrecadando somas monetárias que outros blockbusters apenas sonharam (piada infame, mas obrigatória).

"Apareça aqui de novo com um cabelo mais lambido do que o meu e a cobra vai fumar!"

Com uma trama que oferece mais possibilidades do que a zaga da Argentina, seria fácil o filme se perder em devaneios. Mas não, Nolan mantém o controle o tempo todo. Cria uma lógica interna para A Origem e nunca, jamais, nem que o céu caia sobre a cabeça dele, abandona ou contradiz ela. É um roteiro totalmente redondo e à prova de "ah, mas ele não explicou isso" para uma história que em seu ÂMAGO seria bastante propensa a oferecer "furos" - como se Nolan tivesse escrito a trama e depois vestido ela com um COLETE À PROVA DE BALAS. Ajuda bastante a película assumir no início uma estrutura de "filme de assalto", onde somos apresentados a cada integrante da equipe e Ariadne, na função de CAÇULA da galera, torna-se um motivo para que a BALBÚRDIA toda seja explicada ao espectador de maneira orgânica. Toda essa base fornecida inicialmente é o que impede o cérebro do público de de praticar CONTORCIONISMO quando o plano de Cobb é colocado em prática, e é impressionante como, dentro das intrincadas ligações entre os sonhos, o filme se mantém claro e coeso. E olha que em nenhum momento apela pra soluções do tipo "ah, ele é especial, então pode furar todas as regras até aqui indicadas". Cada etapa é construída com tanto cuidado que o espectador sequer duvida que a ação X resultará na reação Y, mesmo que, fora de contexto, qualquer uma das duas soe como uma CONVOCAÇÃO DO DUNGA. É um filme sobre sonhos que, paradoxalmente, cria uma realidade sólida e crível.

Parte disso se deve também às escolhas visuais, uma sucessão de vitórias como há muito não se via. A fotografia sóbria e bastante enamorada de sombras (exceto em determinadas memórias felizes de Cobb, quando as cores quentes entram em campo pra fazer bonito) ajuda a criar não apenas a "solidez" daqueles mundos, como também um clima de tensão desumano (que também é resultado dos acordes pesados, carregados e apavorantes da trilha de Hans Zimmer). Daí vem a direção de arte e cria mundos totalmente baseados na realidade e bagunça eles como se não houvesse amanhã, além de se preocupar com detalhes que contribuem para formar a personalidade de cada personagem (notem como Arthur, o "sem imaginação", veste sempre roupas certinhas e sóbrias, e os mundos que cria possuem estruturas tradicionais e sempre retas). E à esse elenco somam-se efeitos especiais desnorteadores. É sério. Impressionante como até mesmo as coisas mais absurdas possuem "peso" suficiente para se integrarem perfeitamente à cena. Os caras são tão arrogantes que fizeram uma PANQUECA utilizando como massa a CIDADE DE PARIS, e o fizeram de uma forma perfeitamente crível! Anabolizantes na equipe de efeitos especiais é a única explicação possível.

Tudo isso trabalha em conjunto para que Nolan cria sequências arrebatadoras, como a já citada de Paris, ou a que Ariadne desce em um elevador, ou uma briga em um hotel enquanto uma van capota (nunca achei que fosse escrever uma frase assim). É um filme tão cheio de soluções e rimas visuais que só posso defini-las como CHORO COMPULSIVO POR PARTE DO PÚBLICO. Os momentos em que a realidade interfere nos sonhos, então, são dignos de se atirar no chão gritando "eu não mereço! Eu não mereço!". Com enquadramentos elegantes, o diretor jamais foge da estética proposta, e utiliza a câmera lenta com bastante propriedade para ilustrar a diferença de tempo entre os sonhos. E também para construir um clímax absolutamente angustiante, cujo desdobramento, mesmo sendo um exercício de lógica interna, é pura poesia visual.

Deixando de lado a intensidade levemente exagerada que costuma ter, Leonardo DiCaprio assume com naturalidade o centro do filme, economizando nos trejeitos e movimentos (o que passa a sensação de que Cobb é experiente e está sempre seguro do que faz) mas abraçando bem o drama quando necessário. Joseph Gordon-Levitt, de cara sempre fechada, transmite a serenidade necessária com o "racional" do time, e Ellen Page, sei lá como, INCITA carisma só de aparecer em cena. O resto do elenco, sem dúvida tentando almejar um papel no novo Batman, cumpre com louvor suas funções - destaque para Marion Cotillard, cuja beleza e presença são tão fortes que, mesmo quando ela não está em cena, sentimos sua "sombra".

Para colocar uma ideia na cabeça de alguém, Cobb explica, é preciso reduzi-la à sua forma mais básica e plantar ela como uma semente na mente alheia. Pois bem. Logo no início de A Origem, Cobb pergunta a Saito "como você sabe que isto não é um sonho?". É uma pergunta direta, objetiva, e relacionada apenas com aquela situação, com aquele momento. Mas essa pergunta planta uma semente na cabeça do espectador. Que vai sendo regada no desenrolar da película, absorvendo todas as informações e acontecimentos. Duas horas depois, assim como Cobb e sua equipe se propuseram a fazer com a vítima, Nolan conseguiu colocar uma ideia diferente na cabeça de cada espectador.

Ideias essas que vão suscitar discussões e pontos de vista completamente distintos após o espetacular plano final do filme.

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In internet we trust
André - 07 agosto 2010 - 21:24
Se há uma coisa que a internet deixou evidente para todos é o fato de existir muito mais criatividade fora do mainstream do que dentro dele. Ou talvez o fato de que, no mainstream, a criatividade é algemada a um cano em um subsolo escuro, localizado no prédio mais distante do mundo, e dizem pra ela que, caso tente se soltar, vão matar sua esposa e filhos.

Digo isso porque www afora encontra-se uma série de materiais que ganhariam 99 no Winning Eleven em "genialidade". Obras que não receberam necessariamente uma injeção de orçamento na veia, mas ainda assim trabalham com astúcia dentro de suas propostas, e conseguem ser mais pertinentes do que concorrentes que trazem na bagagem um investimento maior do que o PIB de alguns países e, pasmem, as vezes até maior do que o investimento do Real Madrid na temporada.

Como exemplo, coloco abaixo dois vídeos amadores que poderiam muito bem ganhar a titularidade como videoclipes das músicas neles executadas. Assistam e ergam os braços em comemoração:

R.E.M. - It's the End of the World as We Know It (and I Feel Fine)


Black Eyed Peas - I Gotta Feeling

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Top 5 músicas pra pegar a estrada
André - 04 agosto 2010 - 20:57
Se há uma coisa que os road movies americanos nos ensinaram é que uma viagem de carro pelo país leva as pessoas a realmente se conhecerem, e também que sempre tem uma moçoila gatinha pra fazer a odisséia valer a pena.

E como uma viagem de carro sem trilha sonora é crime federal, resolvi compilar aqui as 5 melhores canções pra uma road trip (Born to be Wild não consta da lista pois é hors-concours). Então liguem os motores, ajeitem o espelho retrovisor, verifiquem a gasolina, a água, os freios, o óleo, testem os limpadores de para-brisa e pé na estrada.

5 - Roll me Away - Bob Seger and the Silver Bullet Band
Não só deve constar da lista como a viagem deve iniciar por ela. Poucas notas, piano ensandecido, guitarra marota no fundo e um refrão emocionado se unem a momentos de pura poesia, como "a 12 horas de Mackinac City parei numa bar pra tomar uma ceva". Impossível não se sentir tomado pela aventura absoluta enquanto Roll me Away está rolando. Tipo de música que enche o ouvinte de emoção, de grandiosidade e de cerveja.

Trecho pra cantar com a cabeça pra fora da janela:
Just then i saw a young hawk flyin' / and my soul began to rise / and pretty soon / my heart was singin' / roll, roll me away / i'm gonna roll me away tonight

4 - Rockin' in the Free World - Neil Young
Dizem por aí que toda vez que Rockin' in the Free World toca em algum lugar, do outro lado do mundo crianças acordam de seus delicados sonos fazendo HEADBANG. Porque é uma canção poderosa. Visceral. O velho Neil Young cospe as palavras no meio de guitarras tão sujas quanto políticos e uma bateria bombástica. Acima de tudo, Rockin' in the Free World coloca corações em MACH 5 e explode tudo ao seu redor com um refrão épico, que rasga gargantas e infla corações até o ponto onde pegar a estrada sem apostar corrida com a velocidade da luz é inaceitável.

Trecho pra cantar com a cabeça pra fora da janela:
We got a man of the people / he says "keep hope alive" / got fuel to burn / got roads to drive / keep on rockin' in the free world

3 - Roadhouse Blues - The Doors
Um dos maiores riffs de guitarra da história pede passagem. A potente voz de Jim Morrison entra em um blues possante, marcante, que não apenas desafia a habilidade do ouvinte de se manter ESTÁTICO como a joga pelos ares feito uma folha de papel, principalmente quando Morrison canta com paixão a FILOSOFIA "let it roll, baby, roll". Posso imaginar quatro sujeitos num carro conversível, capota abaixada, uma latinha de cerveja na mão de cada um, vento no rosto, todos balançando a cabeça ao som da música. E também consigo imaginar eles, em algum momento, descobrindo o sentido da vida e jogando-o fora sem hesitar pra ver uma morena de pernas roliças e saias curtas dançar Roadhouse Blues.

Trecho pra cantar com a cabeça pra fora da janela:
Well i woke this morning and i got myself a beer / the future is uncert and the end is always near / let it roll, baby, roll

2 - Born to Run - Bruce Springsteen
Na verdade o ideal não seria colocar Born to Run pra tocar no rádio, e sim derretê-la e utilizá-la como COMBUSTÍVEL para o carro. É uma canção tão épica e grandiosa que a mãe de Zeus sempre mandava ele baixar o volume quando a música estava rolando. Praticamente todos os versos de Born to Run nasceram para a estrada, e, quando acompanhados de um instrumental lacrimejante e da voz rouca feito um motor de Springsteen, o mundo inteiro se desfaz e sobra apenas a emoção, e uma canção, e a vontade de queimar o asfalto e fazer o próprio Sol engolir poeira.

Trecho pra cantar com a cabeça pra fora da janela:
The highway is jammed with broken heroes / on a last chance powerdrive / everybody's out on the run tonight / but there's no place left to hide

1 - Thunder Road - Bruce Springsteen
Ok, vamos esquecer por um momento que esta é a maior canção de todos os tempos. Thunder Road é um road movie em formato musical, ou melhor, os road movies são Thunder Road em formato cinematográfico. Ela abre com um piano cativante, e vai crescendo, como uma viagem onde as pessoas vão aprendendo cada vez mais sobre si mesmas e sobre a vida. É sincera, é desafiadora, é companheira. Traz em sua letra todos os aspectos que constroem uma viagem inesquecível. Thunder Road entra devagar pela pele, e aos poucos vai tomando todo o corpo, culminando com aquele arrepio indescritível na espinha que vai subindo até que a garganta não consegue mais segurar a vontade de gritar cada verso. Sair estrada afora com Thunder Road na bagagem é como partir em uma aventura levando dois corações, ambos com uma sede violenta pra descobrir o que esse mundo esconde por aí.

Trecho pra cantar com a cabeça pra fora da janela:
With a chance to make it good somehow / hey what else can we do now? / except roll down the window and let the wind blow back your hair / the night's busting open these two lanes will take us anywhere
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Feliz Segunda-Feira
André - 02 agosto 2010 - 00:47
Cameron Diaz
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Curtas
André - 01 agosto 2010 - 23:40
O Fantástico Sr. Raposa - 4/5
Wes Anderson, sempre com seus enquadramentos milimétricos, direção de arte de encher os olhos e ESTRANHICES, pega uma história infantil e a utiliza para discutir questões como a animalidade intrínseca a todos nós. Meio bizarro mas bastante cativante, como toda a filmografia do diretor.

Smokin' Aces - 1/5
Uma sucessão de derrotas em todos os aspectos fílmicos faz de Smokin' Aces um dos melhores exemplos pra uma campanha de CONTROLE DE NATALIDADE em Hollywood.

O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus - 4/5
Uma obra visualmente arrebatadora, repletas de soluções visuais LACRIMEJANTES, que conta com atuações épicas e uma história tão envolvente quanto o meio-de-campo da Espanha. Vi semana passada e ainda estou chorando.

Pleasantville - 5/5
Uma garrafa cheia de inventividade e originalidade até o gargalo. Embora exagere um pouco no melodrama no finalzinho, o filme tem fotografia e trama em níveis devastadores, além de usar como música tema uma versão fatal da Fiona Apple pra Across The Universe.

Onde Vivem os Monstros - 4/5
Spike Jonze acertou de novo: Onde Vivem os Monstros é bastante cativante e original para ser apreciado com uma boa dose de satisfação. Daquelas obras infantis que com certeza vão deixar os adultos encucados e com vontade de assistir novamente. Pixar feelings.

Presságio - 4/5
Tramas que giram em torno de um grande mistério não conseguem ser muito satisfatórias, mas Presságio, ao contrário do que se poderia prever (trocadilho obrigatório), cumpre seu papel. Méritos para a direção e o elenco SUPIMPAS, além de uma trama que se desenvolve no ritmo certo. E aquela sequência do avião é desumana.

The Runaways - 2/5
Tom Hanks e Cameron Crowe deviam ser consultores obrigatórios para todos os filmes de roquenrol. Falta coesão e fluidez pra The Runaways, cujo roteiro mesquinho não justifica os avanços da história, e apostar que uma ou outra cena com drogas vai dar o ar ROQUENROLZÍSTICO suficiente ao filme é falhar miseravelmente. E as duas protagonistas têm pernas finas.

Across the Universe - 2/5
Uma grande e cara desculpa pra jogar um monte de cores psicodélicas e canções dos Beatles na tela. Embora tenha uma direção de arte pegável, o roteiro não faz sentido nenhum. Pra ser mais apropriado, Across the Universe é um grande HELTER SKELTER.

Defendor - 2/5
Prova cabal de que, ao contrário do que se pensa mundo afora, não basta contratar o Woody Harrelson no papel de um maluco para fazer um filme dar certo.

A Era da Inocência - 4/5
Tipo um Beleza Americana francês. Impossível não se identificar com Jean-Marc, que, na condição de protagonista, passeia pelas VICISSITUDES da nossa existência e vai aos poucos abraçando o cinismo como se não houvesse amanhã.

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