Homem de Ferro 2 (Iron Man 2) 4/5
Direção: Jon Favreau Roteiro: Justin Theroux, baseado no personagem da Marvel
Elenco Robert Downey Jr. (Tony Stark / Homem de Ferro) Mickey Rourke (Ivan Vanko) Gwyneth Paltrow (Pepper Pots) Don Cheaddle (James Rhodes) Scarlett Johansson (Natasha Romanoff / prova da existência divina) Sam Rockwell (Justin Hammer)
Após os eventos do primeiro filme, onde Tony Stark pegou uma armadura e saiu por aí feito um adolescente com um POSSANTE, o Homem de Ferro agora precisa a) trocar farpas com o governo, que quer pegar seu brinquedinho b) enfrentar um vilão russo no melhor GUERRA FRIA STAILE c) achar um carregador de celular que funcione com sei iPAD no peito, já que o atual está envenenando o amigo da robôzada.
Levando em conta que o herói do filme é um playboy rico e sem noção, e que ele é dono de um aparelho ainda mais ducaralho do que o Play 2, a franquia Homem de Ferro funciona enquanto filme seguindo uma e apenas uma lógica: diversão absoluta. Entretanto, se por um lado apenas a presença do protagonista já é magnética suficiente, falta Toddynho pra película se manter à altura da primeira obra.
Digo isso porque a história em si é uma grande arrumação de malas na hora de voltar de viagem: o cara tenta colocar coisa demais e acaba ficando tudo amassado. A tramóia do reator no peito do Tony parece ter sido colocada só pra ocupar os espaços do campo, e em nenhum momento ganha a profundidade necessária, assim como o vilão Ivan Vanko. E o mesmo ocorre com toda a balbúrdia que o governo faz para tentar pegar a BECA do Tony. Na verdade, a película carece de uma linha central narrativa, que carregue o espectador pela história. É tipo jogar com o JULIO BAPTISTA no lugar do Kaká. Mas se essa parte da estrutura parece feita de palitinhos, o roteiro acerta em cheio com diálogos apocalípticos e fazendo de Tony Stark uma magnética mistura entre Bon Jovi, Steve Jobs e ROMÁRIO.
E ouvi dizer que também tem um cara com uma armadura de ferro.
Já conhecendo bem a personagem e suas TRAQUINAGENS, o diretor Jon Favreau comanda a bagaça de forma bastante convencional, deixando que a força de seu protagonista cative a platéia - embora, admito, senti falta de uma ou outra ousadia nas cenas de ação. A fotografia é bastante colorida, ressaltando aquele mundo de NINGUÉM É DE NINGUÉM onde Tony vive, e mesmo as cenas na gelada Rússia não puxam a coisa pra um lado muito cinzento ou escuro (o que destoaria da proposta do filme). Com uma montagem bastante descolada (ou seja, cortes rápidos, mas em um nível perceptível ao olho humano - abraço, Michal Bay), o filme fica fluído e nada cansativo. O único porém vai pras já citadas cenas de ação, que, com exceção daquela na corrida e uma da Natasha Romanoff, não suprem a necessidade de adrenalina que meu coração buscava. E o clímax precisava de mais molho BARBECUE.
Citar a atuação de Robert Downey Jr. é chover no molhado, armar a seleção da itália na retranca. Totalmente à vontade no papel, o ator possui um carisma desgraçado, fazendo com que todos na sala de cinema queiram ser amigos daquele protagonista - e o simples fato dele não ser engolido por Mickey Rourke, que faz um vilão MEDONHO e tem no currículo O Lutador, é prova de seu talento. O resto do elenco se propõe a manter a coisa rolando, sem aparecer muito e tal, com exceção de Sam Rockwell (que faz milagres com uma personagem tão irritante quanto mosquito voando perto do ouvido) e Scarlett Johansson (que cria paz mundial com seus olhos verdes, e cria incêndios florestais com aquela roupa colada, e é dona da melhor sequência de ação do filme, e cada vez que ela sorri uma criança sofrendo na África ganha na loteria).
Homem de Ferro 2 é divertido pacas e um bom exemplo de blockbuster com qualidade, mas está um nível abaixo do filme que lançou o herói enlatado. Pela bilheteria, é provável que uma continuação da continuação seja lançada, ou seja, hora de torcer para que o diretor Jon Favreau aprenda com esses pequenos erros e mostre que não está enferrujado. Marcadores: Peliculosidade |