A humanidade caminha para uma era de interminável e insuportável chatice. Um eterno campeonato de pontos corridos, onde tudo é mesurado, tudo é registrado, tudo é quantificado. Patrocinado por grandes multinacionais, o objetivo vencerá as eleições contra o subjetivo por uma diferença abismal, e a própria crença na porcentagem e não nos discursos será um salto em direção a este cenário protocolar, e o subjetivo vagará pelos áridos e esquecidos desertos do desuso, e sua sobrevivência dependerá da benevolência do destino e das coincidências das quais é constituído. Os vastos campos da imaginação serão castrados e esterelizados e sobre eles serão construídas fábricas de números, e cada vida de cada pessoa de cada canto do planeta será regida por uma matemática arrogante, cujas equações excluem tudo aquilo que faz a diferença.
Em um futuro não muito distante, crianças irão deitar sem sobremesa sempre que pintarem por cima das linhas em livros de colorir. |