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E tomara que seja o último, mesmo
André - 22 agosto 2010 - 16:38
O Último Mestre do Ar (The Last Airbender)
1/5

Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan, baseado no desenho animado criado por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzo

Elenco
Noah Ringer (Aang)
Nicola Peltz (Katara)
Dev Patel (Príncipe Zuko)
Jackson Rathbone (Sokka)

Em O Último Mestre do Ar, o planeta é divido em 4 povos: os da Terra, do Ar, do Fogo e da Água. Cansados dessa dinâmica meio CAPITÃO PLANETA, a galera do fogo resolve tocar o terror em todo mundo e dominar tudo. Mas um casal da trupe H2O acaba encontrando Aang, um menino careca, cheio de tatuagens e com um extenso conhecimento sobre determinada arte marcial (um PITBOY, se quiserem resumir), que é um Avatar e pode trazer equilíbrio ao mundo, SEJA LÁ o que isso signifique.

Existe um filme legal em O Último Mestre do Ar. Tive um vislumbre dele no bacana travelling circular que Shyamalan realiza enquanto Katara e Aang estão lutando capoeira treinando em uma cidade de gelo. Entretanto, fora esse plano específico (mais um ou outro de LUTINHA) o que se enxerga é uma sucessão de decisões tão ruins que, por um instante, pensei que haviam ligado o projetor na TV SENADO.

"O Último Mestre do Ar" foi queimado por público e crítica.

Para condensar em duas horas uma temporada inteira do desenho animado, o roteirista/produtor/diretor/cara cujo nome aparece em cima do título do filme sabia que precisaria ser objetivo - e a definição de "objetivo", no dicionário dele, está como "utilizar elipses sem nenhum sentido e diálogos expositivos como se não houvesse amanhã". Por causa disso, a todo momento a história salta do ponto A para o ponto B sem que o espectador acompanhe o desenrolar dessa mudança (que pode não ser importante para o PLOT, mas faz diferença no estabelecimento das personagens e do clima do filme), muitas vezes assando a física e a geografia em um ESPETO (como alguém aparecendo num lugar enquanto devia estar em outro), e absolutamente TODOS os diálogos contém informações essenciais, o que os torna não apenas implausíveis, mas CHECHELENTOS. Tipo, parece que em todas as cenas o que se vê são dois MANUAIS DE INSTRUÇÃO conversando.

Shyamalan acerta ao colocar a Tribo do Fogo sempre cercada por elementos escuros e pontiagudos (uniformes, armas, capacetes, navios), como se estivesse com cinzas por toda parte, conferindo a eles sempre um visual agressivo (a poluição causada pelos caras ajuda bastante também. Desenvolvimento sustentável who?), enquanto a Tribo da Água é BRANQUINHA e LIMPINHA. Fora isso, não há nada muito impressionante, embora vez ou outra alguma cena de luta consiga criar algo que não é uma derrota total - ao menos o diretor aposta em planos longos, ao invés de ficar naquele SACODE ALUCINADO que têm se tornado os filmes de ação. Falhando totalmente na construção de uma mise-en-scène ao menos digerível, O Último Mestre do Ar ainda sofre com a falta de imaginação das coreografias nas sequências de PAULEIRA, o que é uma pena, já que tinha material pra fazer algo bastante IRADO. Ao menos a trilha sonora não é das piores.

Homogeneamente fraco, o elenco não consegue ter mais carisma do que um bando de sujeitos que matam filhotes de foca enquanto contam piadas de filhotes de foca sendo mortos. Noah Ringer surge sempre desinteressado, Dev Patel só faz cara de mal e Jackson Rathbone é um BANANA (as exceções ficam por conta de Nicola Peltz, que pelo menos dá um pouquinho de vida quando está em cena, e Shaun Tob, que faz do tio de Zuko um sujeito bacana). Um elenco digno do roteiro que estão representando, imagino. Parece que Shyamalan perdeu aquele toque que fez de seus primeiros filmes obras cativantes e originais - uma habilidade que, pela necessidade de trocadilho para fechar o texto, chamaremos aqui de O SEXTO SENTIDO.

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