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Everybody was kung fu fighting
André - 29 agosto 2010 - 21:37
Karate Kid (The Karate Kid)
3/5

Direção: Harald Zwart
Roteiro: Christopher Murphey e Robert Mark Kamen

Elenco
Jaden Smith (Dre Parker)
Jackie Chan (Sr. Han)
Resto (Chineses aleatórios que fazem cara de mau e apanham)

Dre, um estreótipo de garoto DESCOLADO e do SUBÚRBIO, se muda pra China com a sua mãe. Como se trocar talheres por palitinhos já não fosse tragédia suficiente, ele acaba virando alvo de bulling por parte de uma gurizada que luta karate kung fu em uma academia DO MAL. Mas daí chega o Jackie Chan disfarçado de Sr. Han, um zelador, diz que vai ensinar karate kung fu pro Dre e Hollywood aproveita pra enfiar umas lições de vida junto.

Karate Kid é, com o perdão do trocadilho, um golpe certeiro em termos de mercado: a história de superação, os mistérios da China e o karate Kung Fu são elementos que atraem um público mais novo, enquanto o público mais velho, tomado pela nostalgia, faz questão de ir ao cinema apenas para falar mal - não à toa, em seu primeiro fim de semana em cartaz nos EUA, a película arrecadou cinquenta e seis milhões de dólares. Entretanto, apesar de ser um produto bem embalado pra nova geração, cheio de referências pop, sacadas espertas e um pirralho com DREADS, o filme acaba cedendo a algumas convenções que, no geral, enfraquecem a coisa toda.

Embora Jaden Smith não dê o braço a torcer com relação aos defeitos do filme.

A história da mudança pra China, por exemplo, funcionaria bem pra estabelecer a solidão de Dre caso ele não desse de cara com um ALEMÃOZINHO BATATA logo que desembarca, sem contar a chinesinha que o faz tremer nas bases. Dessa forma, quando ele diz "eu odeio este lugar" após levar um SAFANÃO dos chineses karatecas kung fúteis, a declaração soa forçada, pois o tema em questão não foi trabalhado de modo a sustentá-la. E isso é uma lástima, uma vez que o tempo desperdiçado por esses momentos (e com o romance entre os pombinhos, em uma trama que quebra o ritmo do filme toda vez que dá as caras) poderia ser investido na saudade que Dre tem de seu falecido pai, o que tornaria uma determinada entre o garoto e o Sr. Han ganhar TONELADAS de dramaticidade e beleza. Embora a narrativa principal fique NOS TRINQUES (incluindo o treinamento "alternativo", que é desenvolvido com competência e vai fazer muitas pessoas saírem do cinema tirando e recolocando suas jaquetas), é nas histórias paralelas que o filme, com o perdão do trocadilho, beija o tatame.

Já o Harald Zwart aposta em uma direção convencional e segura, tipo festa com Skol, embora de vez em quando até tente uma ou outra coisa nova, como a câmera sacolejando mais em momentos de "conflito dramático" e uma ou outra elipse fraca. Mas no geral são cenas mostrando o quanto a China fica bonita em contraluz, ou o Jackie Chan em contraluz, ou cenas mostrando o quanto a China é bonita e colorida, ou cenas mostrando como as paisagens da China são bonitas, e por aí vai. As lutas até que são bem coreografadas (com destaque para o quebra-pau onde Jackie Chan toca o terror em uma galera de forma absolutamente brilhante, e, de tão fodão, sai de cena MASTIGANDO CONCRETO), só que no desenrolar da película começam a ficar ligeiramente implausíveis e fotografadas por câmeras epiléticas, o que acaba tirando o impacto (ao menos a montagem não é aquela tradicional EJACULAÇÃO PRECOCE dos filmes de ação).

O grande golpe do filme mesmo é o seu elenco: Jaden Smith possui carisma e encarna Dre com naturalidade, dando atenção a pequenos aspectos da atuação, como um leve franzir de sobrancelhas que indica o quanto o garoto está segurando o choro; e Jackie Chan mostra que não é apenas mais um ROSTINHO BONITO, transmitindo, com seu jeito tranquilo e sua expressão melancólica, toda a sabedoria e experiência necessárias ao Sr. Han.

Karate Kid tem lá seus problemas, mas possui uma produção competente o suficiente para que eles não transpareçam muito. Pelo menos até o golpe final, que quase faz tudo dar com os burros n'água. Não estou nem falando só pela ausência do chute da garça, e sim pelo brutal assassinato da FÍSICA e da GRAVIDADE. É um momento plasticamente bonito, admito, só que o espectador sabe que jamais um garoto poderia fazer aquilo, a não ser que estivesse totalmente TOMADO PELA MATRIX. E essa é a grande diferença entre o original e sua refilmagem: assim como o simples chute da garça virou uma pirueta elaborada e sem impacto, o novo Karate Kid possui tudo bonitinho e no lugar, mas sem a simplicidade cativante que marcou sua versão oitentista.

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