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OFERTA DE EMPREGO TEMPORÁRIO
André - 28 outubro 2010 - 20:15
ATENÇÃO!

A EMPRESA DE SERVIÇOS GERAIS M. J. B. (MANUTENÇÃO DO JEITINHO BRASILEIRO) ESTÁ SELECIONANDO CANDIDATOS QUE COMPRARAM INGRESSOS A MAIS PARA O SHOW DO PAUL MCCARTNEY EM PORTO ALEGRE. AS VAGAS SÃO PARA O TRABALHO DE "NEGOCIADOR OPORTUNISTA", CONSISTINDO NA REVENDA DESSES INGRESSOS POR NO MÍNIMO O DOBRO DO PREÇO PAGO.

PROCURAMOS PROFISSIONAIS EXPERIENTES, QUE JÁ TENHAM UMA SÓLIDA CARREIRA DE EGOÍSMO, IGNORÂNCIA MUSICAL E FALTA DE VERGONHA NA CARA. CANDIDATOS COM HISTÓRICO DE RECLAMAR DA AÇÃO DE CAMBISTAS TÊM PREFERÊNCIA NA DISPUTA PELA VAGA.

REQUISITOS IMPRESCINDÍVEIS: PÓS-GRADUAÇÃO EM "VOU ME DAR BEM", CONHECIMENTOS BÁSICOS DO PACOTE "MICROSOFT ASSHOLE".
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Jogando com sonhos
André - 26 outubro 2010 - 21:12
Apesar das pataquadas que tenho disparado contra a atual geração de videogames, preciso confessar que o modo Rumo ao Estrelato do PES 2011 conquistou meu coração de uma forma que nenhuma mulher até hoje conseguiu (e provavelmente jamais conseguirá). Fiquei genuinamente feliz quando consegui minha primeira transferência pra uma equipe grande, sofri com o nervosismo na minha primeira final de UCL, vibrei alucinadamente com meu gol no finalzinho do jogo que deu a Copa América à seleção brasileira e assim por diante. Deu até uma pequena melancolia quando me transferi da Juventus para o Manchester United após quatro vencedoras temporadas.

Daí fico pensando se esses videogames atuais não são um "plano B" para aquelas brincadeiras e sonhos que tínhamos quando éramos crianças. Tipo quando o cara sonha em fazer um gol de título no apagar das luzes e depois aprende que a vida não é uma historinha da turma da Mônica, mas compra um PES e esfrega uma Liga dos Campeões na cara do destino. Ou então quando o pessoal brinca de mocinho e bandido com armas de brinquedo, e, percebendo que com armas de verdade a coisa ficaria meio nociva à saúde, pega o Red Dead Redemption e passa dias jogando. E não preciso nem citar o Rock Band e sua tentativa de sufocar um pouco mais o Tyler Durden dentro de cada um, né?

Ok, isso tudo soa meio patético, admito. Mas bem, vivemos em uma sociedade meio patética, fazendo coisas bastante patéticas, e de um tempo pra cá ser patético até meio que está na moda. De qualquer jeito, já que aparentemente tudo provavelmente vai acabar em Matrix mesmo, que ao menos algumas das simulações sejam de coisas que mexeram bastante com nossas cabeças quando ainda acreditávamos que a vida era gentil feito uma avó em dia de formatura do neto.

Agora com licença que o Manchester United não vai manter sua invencibilidade na temporada sozinho.
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Feliz Segunda-Feira
André - 25 outubro 2010 - 03:20
Milla Jovovich
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A crise dos sessenta
André - 24 outubro 2010 - 22:13
O Solteirão (Solitary Man)
3/5

Direção: Brian Koppelman e David Levien
Roteiro: Brian Koppelman

Elenco
Michael Douglas (Ben Kalmen)
Jenna Fischer (Susan Porter)
Mary-Louise Parker (Jordan Karsch)
Susan Sarandon (Nancy Kalmen)
Danny DeVito (Jimmy Merino)
Jesse Eisenberg (Daniel Cheston)


Michael Douglas interpreta Ben Kalmen, um sujeito velhaço, mulherengo e que, tal qual o Fábio Rochemback, estraga tudo aquilo que toca. Daí vamos acompanhando a trajetória dele enquanto o cara desfila filhadaputices por aí e vê o mundo tocar o terror pra cima dele, tudo polvilhado, claro, com a clássica mensagem de "ei, aprenda a dar valor ao que realmente é importante".

Nos minutos iniciais de O Solteirão - mais uma vítima cruel das traduções bizarras de títulos -, o espectador fica com aquela sensação do tipo "ok, eu já sei o que vai acontecer". E na real é um caminho meio óbvio mesmo, embora aqui e ali a película tente soar um pouco mais esperta e menos convencional do que se poderia imaginar.

Tipo sendo o 1° filme da história a fazer Michael Douglas não vestir um terno.

A principal cartinha de "Revés" que o roteiro tirou é a ausência de uma linha narrativa central mais forte, através da qual o público fosse carregado ao longo da projeção. Porque do jeito que a coisa foi finalizada, parece que Ben simplesmente ia de uma situação ruim a outra de forma aleatória, tipo o ATLÉTICO MINEIRO. Claro, existe uma conexão entre os fatos, mas faltam elementos para ir construindo aos poucos o arco dramático pelo qual o protagonista parece estar passando - assim, qualquer eventual mudança na consciência de Ben não parece ser resultado de um caminho percorrido, e sim porque alguém achou que só colocar o sujeito na desgraceira total ia render um processo por parte do Iñarritu. Então, a saída é adicionar algum aprendizado ali.

Para corroborar esse clima de que o protagonista é um sacana e que seus sentimentos são feitos de FALÁCIAS, os diretores empregam uma fotografia levemente dessaturada e que não curte muito cores quentes. Mas apostam em uma direção que, de tão convencional, poderia muito bem cursar Direito em alguma universidade do país - os planos praticamente não fogem de uma linguagem tradicional, com exceção do bom mas deslocado plano do frisbee (simbolismo de como a vida de Ben ia ladeira abaixo a partir dali) e de algumas transições com o selo de elegância "MULHER MELANCIA". Ainda há de se salientar a ótima direção de arte, que consegue transmitir nos detalhes a personalidade solitária de Ben (roupas sempre pretas, óculos escuros, casa com decoração impessoal), e a trilha sonora, que começa com Johnny Cash, e uma trilha sonora que possui Johnny Cash sempre é sinônimo de título mundial.

Michael Douglas já interpretou papéis como esse o suficiente e possui carisma o suficiente para fazer com que o espectador goste de Ben Kalmes, mesmo ele sendo tão odiável quanto qualquer juiz de futebol. O resto do elenco se mantém em um nível convincente, até porque seu tempo em cena é reduzido, mesmo para coadjuvantes.

Somando tudo, O Solteirão ganha um dedão pra cima pelo seu final interessante, que tenta fugir da mesmice do gênero. Apesar de não conquistar o espectador, a película se mantém sempre atraente, talvez pela ironia de ver Michael Douglas interpretando um mulherengo. E já que estamos nesse tópico, o filme provavelmente se beneficiaria bastante se, como na vida real, Michael Douglas tivesse a deslumbrante Catherine Zeta-Jones para contracenar. Pena.

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Crônicas da Discoteca - 1
André - 21 outubro 2010 - 14:57
A maioria das pessoas considera Godzilla, de 1998, um desastre tão grande quanto o réptil que estrela a película. E confesso, sou um dos que achou extremamente desnecessária a realização de um filme solo pro Tiranossauro Rex de Parque dos Dinossauros, do Spielberg. Mas eis que em uma longínqua aula de artes, lá pelos idos de 1998, um aparelho chamado "rádio" começa a tocar uma canção e um rapaz chamado "André" é tomado de assalto por ela. Meu então colega Guto prontamente identifica a dita-cuja como sendo a versão do Wallflowers pra Heroes, do David Bowie. Que, por acaso, foi feita para a trilha sonora de Godzilla. Que, se por um lado não amplificou a minha paixão por cinema, por outro deu o play no que viria a ser a minha paixão por música.

A trilha sonora de Godzilla foi o segundo disco que comprei na vida, sendo precedido apenas por um do Jorge Ben Jor que tinha aquela música do Tim Maia. Lembro que além de Heroes o disco também contava com uma canção famosinha (leia-se "música com videoclipe") do Jamiroquai, mas eu não dei muita bola pra ela. Dançante demais. Eu estava atrás de algo como o riffzinho de guitarra no refrão da canção dos Wallflowers, que conseguia preencher uma sala inteira com melodia, que mudava drasticamente a canção sem realmete mudá-la. E encontrei nos à época corajosos versos de Untitled, do siverchair ("dreams are bad / when all they do is leave the truth behind"), ou na hipnótica e cativante A320, do Foo Fighters. Duas bandas que assumiram a posição de titular do meu time e não sairam mais, aliás.

Algo havia começado dentro de mim e não poderia mais ser parado, como um trem desgovernado gritando pelos trilhos ou o efeito dominó desencadeado pelo travamento de um simples programa do computador, obrigando a reinicialização do mesmo. Uma audição mais cuidadosa do disco me revelou novos sentimentos: a vontade de sair por aí dando VOADORA NAS PESSOAS enquanto a poderosa Walk The Sky, do Fuel, rola ao fundo; a lacrimejante descida de notas no dedilhado distorcido de Macy Day Parade, do Michael Penn; a possibilidade do coração bater no ritmo de um piano com a emocionante Air, do Ben Folds Five; e a vontade de conhecer um bar da Chicago dos anos 50 com Undercover, do Joey DeLuxe. Havia até mesmo uma Kashmir recauchutada na Come With Me, onde Puff Daddy pedia ajuda a Jimmy Page, e que, peço desculpas pela ignorância temporária, na época soava melhor do que a original.

Outro momento de imensa adrenalina ocorreu do primeiro ao último acorde de Brain Stew, do Green Day, que parecia rugir o suficiente mesmo se não houvesse o rugido do Godzilla na mixagem. Na verdade, essa foi a primeira canção do disco que me chamou a atenção. Mas era conveniente deixá-la por último no texto para fazer um link com o próximo post, Crônicas da Discoteca II ou Como um Garoto Magrela e Branquelo Começou a Ouvir o que Ele Imaginava ser Punk Rock.

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Feliz Segunda-Feira
André - 18 outubro 2010 - 01:04
Monica Bellucci
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Casamento rima com Neil Young
André - 17 outubro 2010 - 22:43
O Casamento de Rachel é um filme intenso, que não tem medo de atirar suas personagens na deprê total e ainda assim faz com que a gente goste delas. Sem histrionismos, sem exageros, sem apelações do tipo "ok, agora eu vou entrar por essa porta e opa, eis minha mulher beijando meu melhor amigo na boca", apenas um roteiro construído com ternura e temperado com SAZON.

Daí ao longo da película a gente se apega à turminha que fica zanzando pela telona, tipo aquelas pessoas que o cara encontra de vez em quando na rua e pensa "puxa, eu REALMENTE preciso marcar de tomar uma cerveja com esse(a) sujeito(a)". Então, quando acontece alguma coisa boa, mesmo que pequena, o espectador fica feliz por ver aquela galera sorrindo e tal. E se acontece algo sensacional, fora de série, um momento realmente arrebatador, então ele se torna instantaneamente um EQEL!.

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A seguir: O Fim do Mundo
Thiago Silverolli - 15 outubro 2010 - 19:31
Até quem nunca chegou perto de uma sala de aula de comunição, ou mesmo até foi pra frente da porta da faculdade, mas só porque tinha um aglomerado de pessoas trancando a passagem e pensou que estivessem distribuindo algum brinde, deve ter noção do que significa a expressão espetacularização da mídia.

De qualquer forma, melhor do que explicar o conceito de um jeito chato e repetitivo, é indicar o filme Mad City. de 1997, com Dustin Hoffman e John Travolta. No Brasil foi lançado com o nome 'O Quarto Poder'. Esse filme é uma aula de como transformar o Nada em ''O fato mais marcante de toda a história da humanidade".

E o fato da semana vem do Chile. Óbvio que eu não so louco de escrever aqui que aquele drama vivido por aqueles 30 e poucos heróis se resume a nada. Muito pelo contrario, foi uma das histórias mais incríveis já vistas. Mas é exatamente por ser uma história incrível, que estão fazendo de tudo para que ela renda estórias incríveis.

Certamente não vai demorar muito para que sejam lançados livros relatando o episódio, através da visão dos mineiros, da visao dos bombeiros, ou até mesmo da visão daquela amante que foi receber um dos resgatados no local!

E daí a cadeia se desenrola: filmes, camisetas de "eu estive lá", mineiros fazendo camapnha política dizendo que não sentiram medo de serem soterrados, mas que tem muito medo da oposição; miniatura dos mineiros no McLanche feliz...

Agora, só se vai falar disso até o próxima vez que o mundo acabar. Seja um famoso pisando na bola, ou a natureza avisando que não somos nada. Pois nada como um fim do mundo pra acabar com o fim da audiência.
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Wake me up when the show ends
André - 14 outubro 2010 - 21:14
Eu seu livro Proust Was a Neuroscientist (sobre o qual já comentei aqui), o neurocientista e blogueiro Jonah Lehrer explica que a música é uma espécie de sobrecarga no nosso cérebro: a tendência das células cinzentas (abraço, Poirot) é se concentrar no som de apenas um instrumento - entretanto, como é informação demais pro dito-cujo, ele abandona essa tentativa fracassada de focar em apenas um som e passa a se concentrar na relação entre eles, e daí sim vem a música como a conhecemos. No mesmo livro o sujeito ainda explica que mente e corpo não são coisas distintas (como acreditavam alguns filósofos da idade média e alguns marombeiros do século XXI), pois as vezes um sentimento não se restringe à interpretação que o cérebro faz de impulsos nervosos. E ele dá como exemplo o medo, uma sensação que não existe sem alguns sintomas físicos como coração palpitando, pernas tremendo e vontade total de entrar naquele que é o bunker mais seguro de todos os tempos, o espaço debaixo dos cobertores.

Digo isso porque foi o que aconteceu no show do Green Day, ontem. A certa altura, a música chegou em um nível tão espetacular, a atmosfera chegou em um nível tão épico, ficou tudo tão devastador que foi demais pra qualquer mente conseguir processar tudo aquilo. E enquanto a cabeça conseguia apenas perceber as relações entre o som no volume ANIQUILADOR, as explosões, as labaredas, os fogos e a bazuca de camisetas (eu disse BAZUCA DE CAMISETAS), o corpo se deu conta disso e passou a dar voz a um sentimento de VITÓRIA que a mente não tinha tempo pra conceber. Estou falando daquele arrepio que começa na altura da cintura, vai subindo pelas costas espalhando emoção pelo mundo inteiro, em um crescendo descomunal, até que se torna tão intenso que é preciso liberá-lo fisicamente através de lágrimas.

Tenho certeza que Jonah Lehrer chegaria mais ou menos às mesma conclusões, talvez com um pouco mais de propriedade e elaborando um pouco mais seus argumentos. Mas aposto que ele não percebeu nada disso porque estava no meio de uma descomunal roda punk. E ei, quem pode culpá-lo?

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Não sei se tu me ama, pra que tu me elege?
Thiago Silverolli - 12 outubro 2010 - 01:45
A figura do Tiririca não é o que me incomoda. O meu problema não é ele ser eleito ou não. O que eu condeno é o mecanismo de duas maos que representa a candidatura de personagens da mídia que não têm a menor experiencia politica. De um lado, o ex-famoso querendo uma chance de reaparecer para o publico, numa ultima tentativa desesperada de não cair no esquecimento; e de outro, politicos despudorados que se aproveitam do apelo que os diversos Tiriricas possuem para se elegerem obscuramente graças ao sistema de votação proporcional.

Quem critica o a figura do Tiririca por se prestar a esse papel, tem a mesma noção de gravidade do problema que as pessoas que o elegeram: Muito superficial. Ter um palhaço no congresso (e aqui não estou sendo pejorativo, afinal essa é a ocupação dele) não vai fazer a menor diferença entre os milhares de parlamentares que lá estao, entre sérios e nem tao serios assim (e agora sim, uso o carater pejorativo).

A ferida é mais profunda, é estrutural. O sistema de votação deixa de ser democratico a partir do momento que os eleitores desconhecem as pessoas que estão sendo eleitas, justamente porque esses candidatos sequer receberam votos nominais suficientes para tanto. Além disso, se em concursos públicos são aceitos apenas os mais bem preparados, porque é que os candidatos nao sao submetidos ao mesmo rigor de avaliação? Cargo público não pode ser encarado como cabide de emprego, pra se considerar política como profissao, é preciso que se tenha profissionais, ou seja, pessoas preparadas para as obrigaçoes e responsabilidades que as funçoes demandam.

E os eleitores? Não é por acaso que o voto deixou de ser um direito para se tornar um dever. Como é que as pessoas podem estar aptas a tomar decisoes tao importantes, se menos da metade tem noçao do que representa o ato que estao praticando no dia das eleiçoes, e menos ainda, talvez nem 10% dos eleitores tem condiçoes de estabelecer uma discussao politica do nivel que estamos tendo aqui. Nível este que nem está tao abrangente assim.

Nada contra o Tiririca se essa for a vontade real do povo, o problema é que esta vontade não é respeitada. E mais, se esse mesmo povo não leva a sério a oportunidade que tem de mudar alguma coisa, tambem nao tem o direito de reivindicar que seja levado a sério depois.

Em tempo, entre os 6 parlamentares eleitos com os votos do Tiririca, estão políticos como Valdemar Costa Neto, que renunciou ao mandato anterior para escapar da cassaçao no escândalo do mensalão. Não sei até que ponto o povo se identifica com esse tipo de representante e nem se ele teria o apelo sufciente para continuar na vida pública com as próprias pernas.
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Feliz Segunda-Feira
André - 11 outubro 2010 - 12:45
Keira Knightley
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Menos frases de efeito, mais ideias
André - 09 outubro 2010 - 22:22
Tropa de Elite 2
5/5

Direção: José Padilha
Roteiro: José Padilha e Bráulio Montovani

Elenco
Wagner Moura (Capitão Nascimento)
Irandhir Santos (Fraga)
André Ramiro (Mathias)
Sandro Rocha (Russo)
Milhem Cortaz (Capitão Fábio)

Depois de tocar o terror em viciados, traficantes e pessoas que ficaram meses ouvindo os outros repetirem à exaustão os bordões de Tropa de Elite, o capitão Nascimento agora voltou com um posto na Secretaria de Segurança Pública. Mas, apesar do visual engomadinho, o capitão vai continuar batendo mais do que zagueiro de interior - desta vez a complexa trama envolve milícias, políticos corruptos, eleições, compra de votos e muitas outras TRAQUINAGENS.

Tropa de Elite 2 faz o que poucas continuações conseguem fazer: amplia a discussão proposta no primeiro filme. Agora a balbúrdia do tráfico e a reflexão entre a necessidade da violência (exposta de forma tão direta na cena da sala de aula, em Tropa de Elite) é elevada à RENATOGAÚCHOPOTÊNCIA. E se o objetivo do diretor José Padilha não é mais fazer o espectador confrontar seus próprios sentimentos ao encarar a brutalidade da polícia como heroísmo (embora essa lição não tenha ficado clara, uma vez que toda a sala de cinema riu quando o capitão Mathias disse "bota a cabeça dele no saco"), continua a inteligência do roteiro em não abordar nada de forma superficial ou maniqueísta, construindo um retrato cru das relações entre os tópicos trabalhados (e é emblemática a cena onde as pessoas se levantam e aplaudem o capitão Nascimento após ele ter feito uma carnificina, o que faz com que os políticos mudem rapidamente de ideia a seu respeito).

Resumindo, um filme que faz o cara parar pra refletir.

Certamente derivado das expressões "sucesso" e "vitória", o roteiro deixa um pouco de lado as frases de efeito e se preocupa mais em expandir suas ideias. Dessa forma, por exemplo, não apenas imagina um Rio de Janeiro despido do tráfico, como pensa nas consequências que isso traria. Aliás, as intrincadas ligações entre os diversos setores jamais soam confusas, e isso faz com que o espectador, ao reconhecer tais instituições e os conceitos aplicados a elas, saia do cinema com a cabeça ZUNINDO de ideias. E a representação de tudo isso está na figura do capitão Nascimento, que, na Secretaria de Segurança Pública, percebe que o BOPE também é peça do sistema corrupto que tenta eliminar. Daí, totalmente tomado pela frustração, o capitão passa a rever suas certezas - e esse devastador arco dramático percorrido pelo protagonista culmina em um clímax apoteótico, que lança no ar frases como "A PM do Rio de Janeiro tem que acabar" (e o fato de acompanharmos essa mudança no capitão é o maior trunfo do filme, pois carrega o espectador junto com ele, faz o público passar por tudo que ele passou, e o choque entre o quase fascista caçador de corinthianos no primeiro filme e esta figura cansada é uma das coisas mais desnorteadoramente belas que o cinema nacional já produziu). E tudo isso é feito com diálogos bem elaborados, sem se render ao lugar comum e se adaptando à realidade e ponto de vista de cada personagem (quando o ativista de direitos humanos entra em um presídio sem colete à prova de balas, por exemplo, o capitão nascimento informa ao Mathias que "o Che Guevara está entrando sem colete").

José Padilha aposta com tudo no mesmo estilo documental do primeiro filme, com a câmera na mão, tensa e sacolejante (mas de forma que o espectador consiga ver o que está acontecendo, e não naquele tremelique sem fim tão característico dos irmãos Scott) e uma fotografia dessaturada, remetendo à crueza daquela realidade. Jogando pra Coréia do Norte aquela história de que só americanos sabem fazer filmes de ação, o diretor constrói tiroteios desenfreados extremamente bem coreografados, além de saber utilizar as locações de forma épica (fiquei de pé e gritei "Museu do Louvre já!" naqueles planos aéreos quando o BOPE está invadindo as favelas). Tropa de Elite 2 ainda se beneficia de um excelente design de som e uma direção de arte certeira, que se preocupa com os mínimos detalhes (e é de chorar no cantinho o contraste entre a casa do capitão Nascimento, econômica e sempre escura, e a do deputado Fraga, bem iluminada e com mais vida).

Mais uma vez assumindo a BOINA número 10, Wagner Moura faz um trabalho minucioso como Capitão Nascimento: se por um lado sua entonação dá a entender que é o mesmo aniquilador do primeiro filme, por outro sua postura arqueada e olhos cansados ilustram bem como o sujeito já está na capa da gaita. Já Irandhir Santos tem carisma suficiente pra puxar o espectador pro lado do deputado Fraga, enquanto André Ramiro cria um Mathias que é pura intensidade e Sandro Rocha transforma Russo em um inimigo sempre perigoso. Na real o elenco todo está mais do que afiado, de tal forma que a seleção de atores que compõe Tropa de Elite 2 deve ter subido até a segunda colocação no ranking de seleções da FIFA. E isso só porque eles não têm o Fabregas.

Intenso e pertinente até os RINS, Tropa de Elite 2 é um filme que evita generalizações, evita respostas fáceis, evita clichês e joga na cara do espectador sem pudor nenhum o ciclo praticamente imutável de um sistema corrupto e oportunista. Uma película abrangente, que ainda assim consegue fugir do superficial. A segunda mão de tinta em uma franquia que é um retrato assustadoramente fiel do Brasil.

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Como trocar a resistência de um chuveiro
André - - 14:19
Uma vez que a existência da humanidade depende do bom odor alheio, e que as resistências de chuveiro são tão sádicas quanto motoristas de ônibus, resolvi fazer aqui um tutorial simples para quem ainda possui dúvidas sobre a tarefa:

1 - Desligue a chave de energia do banheiro para evitar choques;
2 - Por precaução, é melhor desligar de todo o apartamento;
3 - Pensando bem, se possível, desligue a luz do prédio inteiro;
4 - Aliás, o mais seguro mesmo é derrubar o poste de luz na frente da sua casa;
5 - Desmonte o chuveiro;
6 - Diga palavrões em voz alta por ter se molhado ao desmontar o chuveiro;
7 - Com um alicate, retire os "enganches" da velha resistência;
8 - Agora vem a parte difícil: identificar, no manual da resistência, o desenho correspondente ao seu chuveiro;
9 - Pegue a nova resistência e engate os "enganches" nos lugares determinados;
10 - Fique alguns minutos na dúvida se os "enganches" estão bem presos ou não;
11 - Mande tudo às favas e monte o chuveiro de novo;
12 - Abra o registro e deixe um pouco de água encher a "cabeça" do chuveiro antes de ligar a chave;
13 - Dê tapinhas nas próprias costas congratulando-se por um trabalho bem feito;
14 - Ligue tudo e admire o chuveiro continuando a não funcionar;
15 - Respire fundo;
16 - Desmonte tudo de novo e xingue tudo de novo ao se molhar de novo;
17 - Verifique os engates utilizando o alicate;
18 - Monte novamente o chuveiro tentando cobrir sua pontada de esperança com racionalizações pessimistas;
19 - Ligue e descubra a total falta de lógica no mundo ao ver que a água está saindo quente;
20 - Uma vez consolidada a sua posição de macho-alfa, ordene à sua namorada (ou esposa, ou amiga, ou irmã, ou até mãe) que faça comida, pegue uma cerveja e sente-se no sofá para assistir ao futebol.
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Jogando com a realidade
André - - 00:11
As pessoas estão sempre reclamando que o mundo está cada vez piorando mais - afinal, reclamar é uma das características mais nobres e intrínsecas ao ser humano, e não é como se o mundo, tal qual o Silas, pudesse reclamar que não fez nada pra merecer tais palavras. Mas daí chega alguém e diz que a sociedade sempre foi assim, que é tudo farinha do mesmo saco, e cita algum período ou evento da história pra justificar (idade média, império romano, Grécia antiga, Brasileirão por pontos corridos) porque, bem, porque nenhum de nós viveu naquela época e pode desdizer isso. Entretanto, existem fortes evidências de que jamais a balbúrdia havia tocado tanto o terror na galera: os videogames.

Vejam bem, vocês se lembram como eram os jogos de videogame no início de tudo? Um porco espinho descolado com tênis vermelho e que é mais rápido do que uma MÁ NOTÍCIA; um encanador que enfrenta bichinhos parecidos com CARAMELOS e é amigo de um dinossauro; um herói que vence seus inimigos na base do pedra, papel e tesoura, e por aí vai. Quer dizer, era como um roteiro de LOST, apenas um pouco mais coerente. Daí a galera chegava do colégio estressada após tantos conflitos e considerações sociais, e era transportada para um mundo que só existia no videogame.

Mas nos últimos anos alguém aí descobriu que videogame dava dinheiro, e resolveu transformar a indústria em algo sério. Os jogos viraram games, os jogadores viraram gamers, e, principalmente, os fabricantes estão possuídos pela ideia de emular a realidade. E dá-lhe falar sobre a "física do jogo", tentando simular os acontecimentos reais dentro de existências virtuais, buscando "transmitir a experiência mais real possível" para o jogador. Eles basicamente estão querendo recriar tudo ali na telinha, pra que as pessoas basicamente paguem não pra jogar, mas pra viver.

E se, ao contrário do que ocorria antes, o mundo para o qual as pessoas tentam escapar despreocupadamente está tentando roubar a camiseta de titular da realidade, deve ser porque a verdadeira realidade encheu o saco e resolveu chutar o balde de vez.
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Very Rich People
André - 05 outubro 2010 - 22:11
Tenho sérios problemas com essas "áreas vips" que andam colocando na frente do palco em shows monumentais por esse Brasilzão afora (claro que os publicitários inventam nomes mais palatáveis, como o "gramado premium" no vindouro show do Paul McCartney. Orgulho da classe).

O principal problema, óbvio, é que eu nunca tenho dinheiro para desfrutar de tais luxos. Porque os preços não são abusivos, eles são ESTUPRADORES. É mais ou menos como se eu oferecesse pra vocês um sorvete de uma bola a R$ 1 e um sorvete de 3 bolas a R$ 520,00. Simplesmente inviável. Deve sair mais barato contratar alguém pra sequestrar o músico e levar ele pra tocar em algum momento importante da minha vida, como quando eu venci o prêmio de "futebolista do ano" no modo Rumo ao Estrelato do PES 2010 (está tudo bem, vocês não precisam se levantar nem aplaudir).

O outro problema é que, como eu, muita gente nunca tem dinheiro pra desfrutar de tais luxos. E muitas pessoas desse grupo de muita gente são muito fãs do artista em questão. E o que acontece? Elas vendem a alma ao diabo (ou, pior, fazem hora extra) pra conseguir a grana ou simplesmente se contentam com uma posição menos favorecida no local.

No final das contas, metade das pessoas estão no "gramado premium" por CULHÕES e a outra metade porque pode. Porque é status. Porque é um "evento imperdível". E quando o show começa detonando tudo, a galera mais perto do palco não é a que está pulando alucinada e derretendo seu coração em forma de lágrimas, mas sim quem olha pro lado e diz "puxa, que legal, né?" (ok, estou generalizando, mas em tempos de trevas as generalizações se fazem necessárias). Não é mais necessário madrugar no estádio, acampar, fazer aquelas loucuras que soam tão bem quando contadas de forma exagerada nos dias seguintes: agora, só é necessário ter a quantia suficiente da moeda corrente e pronto, tá garantido.

Ou seja, novamente o dinheiro sobrepuja a paixão.
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Feliz Segunda-Feira
André - 04 outubro 2010 - 09:25
Emma Stone
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Dormir, bocejar, se entediar
André - 03 outubro 2010 - 19:04
Comer, Rezar, Amar (Eat, Pray, Love)
1/5

Direção: Ryan Murphy
Roteiro: Ryan Murphy e Jennifer Salt, baseados no livro de Elizabeth Gilbert

Elenco
Julia Roberts (Elizabeth Gilbert)
Billy Crudup (Stephen)
James Franco (David Piccolo)
Javier Barden (Felipe)

Elizabeth Gilbert é uma escritora que, certo dia, visita um velho desdentado na Índia e percebe que sua vida é murrinha (não, eu também não entendi a ligação. Mas continuemos). Daí ela resolve viajar pra Itália, Índia e Bali, aprender coisas novas, encontrar a si mesmo e praticar todos aqueles clichês de auto-ajuda hollywoodianos.

Adaptar livros para o cinema não é bolinho, pois tudo de importante que no livro pode ser descrito (os pensamentos de uma personagem, por exemplo) tem que aparecer de alguma forma na telona. A solução mais simples? Usar alucinadamente narrações em off e personagens explicando de forma precisa o que está se passando com o protagonista/o que ele está sentindo. E o número de vezes que Comer, Rezar, Amar se utiliza desse artifício é quase maior do que o número de dentes que Julia Roberts tem na boca.

Não à toa esse pedaço de pizza tem oito metros de comprimento e recheio de OSSOS.

Vamos começar pelo problema principal: com poucos minutos de projeção, Elizabeth (Liz, para os íntimos) já está chorando as pitangas. Ela explica seu sentimentos em uma locução em off com algumas frases de efeito. E bem, é isso. O espectador é informado sobre o drama dela, ao invés de sentir. E aí qualquer tipo de envolvimento que o público poderia ter vai pro brejo. Quer dizer, se o motivo pelo qual Liz faz a mochilada não é bem desenvolvido, o arco dramático que a moça vai percorrer já está comprometido. Mas o próprio filme não se ajuda, colocando o tempo todo pessoas que dizem para Liz o que ela deve fazer para alcançar a "paz", o "equilíbrio" e outros conceitos que a gente vê todo dia na "sorte do Orkut". Pra piorar, diálogos constrangedores invadem o campo e tomam tudo de assalto ("olhe nos meus olhos e diga se me ama ou não", "você precisa perdoar a si mesma"), o que faz com que a película pareça ter oito semanas de duração. E as personagens parecem simplesmente colocadas ali pra mover a história pra frente, sem que nenhuma ganhe destaque ou tenha um pouco de carisma, como se fossem apresentadores de televisão espalhados pelo mundo.

Com tantas paisagens bonitas pra fotografar, o diretor RYAN SEILAOQUE estava com a faca, o queijo e uma morena de seios fartos nas mãos. Entretanto, tomado por algum espírito indie, inventou de filmar tudo com a luz estourada, eventualmente criando uma atmosfera "divina" em cima da Elizabeth, de alguns coadjuvantes, e... bem, em tudo que seja branco. A estratégia acaba se mostrando pior do que as do técnico Silas, pois mostra a urbana Nova Iorque com a mesma aura "mística" que as demais cidades (que, teoricamente, deveriam ser mais impressionantes, pois é onde Liz tem as epifanias de mudança de vida e tal). Também vive fazendo travellings e panorâmicas com sua câmera - o que até poderia ilustrar o constante "movimento" da protagonista, caso tais movimentos não fossem planejados pela arbitrariedade total. E ainda por cima o diretor aparentemente nunca tinha visitado nenhum dos países, pois metade do filme é composta por paigasens e monumentos simplesmente sendo filmados, que ele deve ter captado para guardar como recordação e mostrar aso seus amigos. Ao menos a direção de arte faz o seu papel e a trilha sonora, com Neil Young e Eddie Vedder (que são a mesma pessoa, apenas estão em diferentes épocas temporais), consegue um ou outro resquício de emoção.

Diante de um roteiro composto por todas as variações da palavra "FRACASSO", Julia Roberts gasta seu carisma fazendo com que o espectador não odeie a protagonista (falhando em boa parte do processo). Já o resto do elenco não é composto por personagens, mas sim de "sistemas de suporte para diálogos", que estão lá apenas para dizer verdades universais e traduzirem os sentimentos da Elizabeth. O único que consegue algum destaque é Billy Crudup, que, embora com poucas cenas, aqui e ali consegue fugir da obviedade.

No final das contas, embora pregue um pouco daquela coisa de carpe diem (abraço, Robbin Williams), Comer, Rezar, Amar é tão burocrático e sem sal quanto a vida que sua protagonista levava até querer sair por aí ATAZANANDO diversos países. E se for inspirar alguém a repensar sua vida, será graças à reflexão causada pela pessoa ter perdido duas horas da sua vida em algo tão desinteressante.

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