Apesar das pataquadas que tenho disparado contra a atual geração de videogames, preciso confessar que o modo Rumo ao Estrelato do PES 2011 conquistou meu coração de uma forma que nenhuma mulher até hoje conseguiu (e provavelmente jamais conseguirá). Fiquei genuinamente feliz quando consegui minha primeira transferência pra uma equipe grande, sofri com o nervosismo na minha primeira final de UCL, vibrei alucinadamente com meu gol no finalzinho do jogo que deu a Copa América à seleção brasileira e assim por diante. Deu até uma pequena melancolia quando me transferi da Juventus para o Manchester United após quatro vencedoras temporadas.
Daí fico pensando se esses videogames atuais não são um "plano B" para aquelas brincadeiras e sonhos que tínhamos quando éramos crianças. Tipo quando o cara sonha em fazer um gol de título no apagar das luzes e depois aprende que a vida não é uma historinha da turma da Mônica, mas compra um PES e esfrega uma Liga dos Campeões na cara do destino. Ou então quando o pessoal brinca de mocinho e bandido com armas de brinquedo, e, percebendo que com armas de verdade a coisa ficaria meio nociva à saúde, pega o Red Dead Redemption e passa dias jogando. E não preciso nem citar o Rock Band e sua tentativa de sufocar um pouco mais o Tyler Durden dentro de cada um, né?
Ok, isso tudo soa meio patético, admito. Mas bem, vivemos em uma sociedade meio patética, fazendo coisas bastante patéticas, e de um tempo pra cá ser patético até meio que está na moda. De qualquer jeito, já que aparentemente tudo provavelmente vai acabar em Matrix mesmo, que ao menos algumas das simulações sejam de coisas que mexeram bastante com nossas cabeças quando ainda acreditávamos que a vida era gentil feito uma avó em dia de formatura do neto.
Agora com licença que o Manchester United não vai manter sua invencibilidade na temporada sozinho. |