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A crise dos sessenta
André - 24 outubro 2010 - 22:13
O Solteirão (Solitary Man)
3/5

Direção: Brian Koppelman e David Levien
Roteiro: Brian Koppelman

Elenco
Michael Douglas (Ben Kalmen)
Jenna Fischer (Susan Porter)
Mary-Louise Parker (Jordan Karsch)
Susan Sarandon (Nancy Kalmen)
Danny DeVito (Jimmy Merino)
Jesse Eisenberg (Daniel Cheston)


Michael Douglas interpreta Ben Kalmen, um sujeito velhaço, mulherengo e que, tal qual o Fábio Rochemback, estraga tudo aquilo que toca. Daí vamos acompanhando a trajetória dele enquanto o cara desfila filhadaputices por aí e vê o mundo tocar o terror pra cima dele, tudo polvilhado, claro, com a clássica mensagem de "ei, aprenda a dar valor ao que realmente é importante".

Nos minutos iniciais de O Solteirão - mais uma vítima cruel das traduções bizarras de títulos -, o espectador fica com aquela sensação do tipo "ok, eu já sei o que vai acontecer". E na real é um caminho meio óbvio mesmo, embora aqui e ali a película tente soar um pouco mais esperta e menos convencional do que se poderia imaginar.

Tipo sendo o 1° filme da história a fazer Michael Douglas não vestir um terno.

A principal cartinha de "Revés" que o roteiro tirou é a ausência de uma linha narrativa central mais forte, através da qual o público fosse carregado ao longo da projeção. Porque do jeito que a coisa foi finalizada, parece que Ben simplesmente ia de uma situação ruim a outra de forma aleatória, tipo o ATLÉTICO MINEIRO. Claro, existe uma conexão entre os fatos, mas faltam elementos para ir construindo aos poucos o arco dramático pelo qual o protagonista parece estar passando - assim, qualquer eventual mudança na consciência de Ben não parece ser resultado de um caminho percorrido, e sim porque alguém achou que só colocar o sujeito na desgraceira total ia render um processo por parte do Iñarritu. Então, a saída é adicionar algum aprendizado ali.

Para corroborar esse clima de que o protagonista é um sacana e que seus sentimentos são feitos de FALÁCIAS, os diretores empregam uma fotografia levemente dessaturada e que não curte muito cores quentes. Mas apostam em uma direção que, de tão convencional, poderia muito bem cursar Direito em alguma universidade do país - os planos praticamente não fogem de uma linguagem tradicional, com exceção do bom mas deslocado plano do frisbee (simbolismo de como a vida de Ben ia ladeira abaixo a partir dali) e de algumas transições com o selo de elegância "MULHER MELANCIA". Ainda há de se salientar a ótima direção de arte, que consegue transmitir nos detalhes a personalidade solitária de Ben (roupas sempre pretas, óculos escuros, casa com decoração impessoal), e a trilha sonora, que começa com Johnny Cash, e uma trilha sonora que possui Johnny Cash sempre é sinônimo de título mundial.

Michael Douglas já interpretou papéis como esse o suficiente e possui carisma o suficiente para fazer com que o espectador goste de Ben Kalmes, mesmo ele sendo tão odiável quanto qualquer juiz de futebol. O resto do elenco se mantém em um nível convincente, até porque seu tempo em cena é reduzido, mesmo para coadjuvantes.

Somando tudo, O Solteirão ganha um dedão pra cima pelo seu final interessante, que tenta fugir da mesmice do gênero. Apesar de não conquistar o espectador, a película se mantém sempre atraente, talvez pela ironia de ver Michael Douglas interpretando um mulherengo. E já que estamos nesse tópico, o filme provavelmente se beneficiaria bastante se, como na vida real, Michael Douglas tivesse a deslumbrante Catherine Zeta-Jones para contracenar. Pena.

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