uno, dos, tres...
André
Bruno
Kleiton
Laura
Leandro
Rafael
Thiago
14

hello, hello!
Cão Uivador
Dilbert blog
Forasteiro RS
GPF
Improfícuo
La'Máfia Trumpi
Limão com sal
Malvados
Moldura Digital
Notórios Infames
PBF archive
Wonderpree

hola!
Elsa estava certa
Diário de Leitura: Graça Infinita - 12/01/2015
Breves comentários sobre os últimos livros que li
O dia em que eu fiquei trancado no elevador
Os sanduíches às duas da manhã
O dia em que eu fui à Copa do Mundo
Ginástica de hardware
Samson
Breves comentários sobre os últimos livros que li.
Entendendo o Super Bowl

Swinging to the music
A 14 Km/seg
Expressão Digital
Peliculosidade
Suando a 14
Tá tudo interligado
Cataclisma14 no Pan
Libertadores 2007

dónde estás?
03/201501/201511/201409/201408/201406/201405/201404/201403/201402/201401/201412/201311/201310/201309/201308/201307/201306/201305/201304/201303/201302/201301/201312/201211/201210/201209/201208/201207/201206/201205/201204/201203/201202/201201/201212/201111/201110/201109/201108/201107/201106/201105/201104/201103/201102/201101/201112/201011/201010/201009/201008/201007/201006/201005/201004/201003/201002/201001/201012/200911/200910/200909/200908/200907/200906/200905/200904/200903/200902/200901/200912/200811/200810/200809/200808/200807/200806/200805/200804/200803/200802/200801/200812/200711/200710/200709/200708/200707/200706/200705/200704/200703/200702/200701/200712/200611/200610/200609/200608/200607/200606/200605/200604/200603/200602/200601/200612/2005

all this can be yours...





RSS
A vingança dos nerds
André - 31 julho 2010 - 21:36
Comprei um videogame ontem. Um Xbox, pra ser mais exato. Aliás, pra ser mais exato ainda, comprei um RODADOR de Winning Eleven (a versão 2010 do jogo está "real" demais e bastante imune às manhas de versões anteriores. Desprezo-a). E, enquanto deixava os rins dos meus netos na loja, uma coisa me chamou a atenção: o tamanho da área direcionada apenas a videogames.

Vejam bem, quando eu estava na adolescência, videogames e histórias em quadrinhos (vocês devem conhecê-los hoje como games e graphic novels, porque tudo que é nomeado de acordo com a língua inglesa é por definição melhor) eram coisas de nerds - e nerds, na época, não passavem de pessoas desajustadas socialmente, cuja função básica na hierarquia escolar era servir de chacota. Ou seja, admitir qualquer intimidade com as duas atividades citadas podia ser considerada o equivalente social a dar um tiro na testa.

Por isso tenho uma certa estranheza ao perceber a proporção que os quadrinhos e os videogames tomaram, ocupando lugares de destaque em grandes lojas. Parece que a maré virou, hein? Hoje em dia ser nerd é até motivo de orgulho, e não duvido que logo seja a ordem social vigente. Até já imagino um bando de geeks (ah, a força das nomenclaturas) pegando um dos atletas do time de futebol na saída do colégio e jogando ele em uma lata de lixo no formado de R2-D2. Daí vem um monta de gostosas com o cabelo PRINCESA LEIA STÁILE e ri do atleta, enquanto sai pra tomar milk-shake com os nerds.

Se é que esse tipo de coisa já não acontece, sei lá. Tem até aquele slogan do seriado The Big Bang Theory, que diz "Smart is the new sexy", não tem? Bem, se for o caso, então podem cair em cima e me disputar a tapa, meninas: agora eu tenho um Xbox.
Comentários: 4
 
Nike - Make the Difference
André - 27 julho 2010 - 20:55
Dando uma banda pelo YouTube achei dois vídeos sensacionais da Nike pra campanha Make The Difference, de 2009. Os dois têm como protagonistas jogadores do Arsenal (Arshavin e Fabregas), e mostram que, se por um lado as camisetas da Adidas são mais ARREBATADORAS, por outro a Nike entendeu o que é futebol - pelo menos nos comerciais.


Você poderia apenas ficar no chão. A grama é macia e gostosa. Em um minuto, alguns sujeitos legais vão carregar você pra fora do campo. A torcida vai aplaudir. E a imprensa vai dizer que você caiu como um herói.

Pra mim, soa como um insulto.


Um milissegundo e contando. Tempo de sobra para definir o jogo. Relaxe. Dê uma olhada em volta. Aproveite a vista. Então escolha seu homem. E sirva a bola em uma bandeja.

Bon Appétit.
Comentários: 1
 
Feliz Segunda-Feira
André - 26 julho 2010 - 02:04
Alison Lohman
Comentários: 0
 
É uma bomba
André - 25 julho 2010 - 19:37
Encontro Explosivo (Knight and Day)
1/5

Direção: James Mangold
Roteiro: Patrick O'Neil

Elenco
Tom Cruise (Roy Miller)
Cameron Diaz (June Havens)
Pessoas que levam tiros

Uma vez que deu certo pra James Cameron no filme True Lies, em 1994, Hollywood resolveu apostar mais uma vez na combinação "agente secreto MCGUYVERIANO e companheira histérica". Daí botaram o Tom Cruise e a Cameron Diaz sendo perseguidos pelo mundo porque têm em seu poder uma BATERIA VITAMINADA e... e bem, é isso.

Esse filão de comédias de ação/aventura costuma ser bastante lucrativo, e, normalmente, dá bons resultados (o já citado True Lies, Máquina Mortífera, Tiros & Beijos, etc). Entretanto, só pegar a fórmula e atirá-la em frente às câmeras, como um ex-BBB tentando carreira artística, não vai fazer com que o espectador solte sequer um ESCÁRNIO.

"Cameron, transformar este filme em algo decente vai ser uma missão... impossível."

E é isso que Encontro Explosivo faz sem pudor nenhum. Tive acesso ao roteiro original da película e ele dizia exatamente o seguinte: "vamos botar, tipo, Tom Cruise e Cameron Diaz dando a volta ao mundo e sendo perseguidos, e tipo, a gente pode explodir algumas coisas aqui e ali, soltar uns tiros aqui e acolá, daí tipo, bora inventar uma bateria infinita pra ser o motivo da matança e tal, \o/". Os diálogos são dolorosos, não apenas pela construção e obviedade, mas também por acreditar que o espectador não vai lembrar de algo que ocorreu míseros cinco minutos antes. E a trama se resume a ver os protagonistas levando chumbo e sorrindo como em um comercial de perfume.

Sabendo que possui um casal fotogênico, o diretor James Mangold não tem constrangimento nenhum em enfiar a câmera na cara deles, em closes abundantes. Infelizmente os efeitos visuais não são tão fotogênicos assim, e, graças à utilização chinfrim do chroma key, um espectador desavisado pode achar que está assistindo a um TELEJORNAL. E as cenas de ação seguem pelo mesmo caminho insosso, tão entediantes que, cada vez que June gritava ou saía correndo, eu achava que tinha menos a ver com a coreografia murrinha dos tiroteios e mais com alguma eventual barata que aparecera por ali. Aliás, gritar e correr é só o que a Cameron Diaz faz o tempo todo, além de permitir que seus lindos olhos azuis sejam fotografados em close. Já Tom Cruise liga o modo RED BULL e sai alucinado pelas ruas, derrubando pessoas com seu sorriso perturbador, dando mais tiros do que solteirona em festa cheia de jovens e usando óculos escuros.

Pra não dizer que nada se salva, a luta inicial no avião é até legalzinha, e uma cena onde determinada personagem é drogada diverte bastante, também. Mas no geral é uma fórmula batida, contada de forma batida, com ideias batidas e cenas batidas. Uma sucessão de derrotas, e mesmo os lindos olhos azuis da Cameron Diaz não conseguem fazer desse encontro nada mais do que uma faísca.

Marcadores:

Comentários: 0
 
Por que revistas impressas são melhores do que o iPad
André - 23 julho 2010 - 21:33
Irá o iPad terminar com as festas juninas?

Conversando com um amigo meu durante a LABUTA, abordamos alguns temas filosóficos envolvendo tranqueiras digitais e impressas, e a conclusão foi de que os aparatos digitais de forma alguma sobrepujam os não digitais. Por que? Ora, eis os porques:

- O cara não pode enrolar um iPad e bater com ele no cachorro quando o bicho roer o fio do notebook ou a figurinha do Fábregas. Quer dizer, até pode tentar usar só pra bater, mas talvez seja mais barato baixar um aplicativo que simule o som de um jornal acertando um canino;

- Não dá pra recortar o iPad e usar como bandeirinha de São João. E não, usar o Ctrl + X pra tentar recortar não adianta também;

- Caso resolva sequestrar alguém, nem pense em usar o iPad pra mandar aqueles bilhetes com frases formadas por palavras de diferentes revistas;

- iPads não são dobráveis em formatos diversos como aviõezinhos, naviozinhos, chapeuzinhos e mais um monte de "inhos" que os japoneses inventaram;

- Um sujeito de caráter duvidoso não pode amassar um iPad, atirar em alguém e acusar como autor da travessura um inocente que esteja por perto;

- Nenhum transeunte pode abrir o iPad e colocar em cima da cabeça para se proteger de uma chuva incessante. Quer dizer, poder até pode, mas daí é um investimento indo por água abaixo;

- Devido à sua constituição frágil, iPads não podem ser utilizados para calçar mesas e cadeiras mancas.
Comentários: 4
 
Ideia pra um curta
André - 20 julho 2010 - 21:07
Um pai está sentado no sofá, um óculos de aro fino no rosto, lendo tranquilamente o jornal, quando sua filha de 4 anos entra na sala e pergunta se pode fazer uma pergunta. O pai ri da inocência dela e diz que sim, claro que pode. Então a guriazinha pergunta a ele por que se deve usar camisinha. O pai se engasga e diz como assim?, e a mocinha loira de olhos azuis angelicais repete a frase. Daí o pai deixa o jornal de lado, esfrega os olhos e pensa. Gagueja, tenta desviar. E a guriazinha sempre olhando. Ele fala da florzinha e da abelinha, mas não consegue colocar a camisinha no meio da história. Então resolve chutar o balde e dizer a verdade. Mas no meio da explicação, a mãe entra em casa. Vendo a cena, ela fica completamente alterada, pergunta como ele pode fazer aquilo, diz que é um homem doente, atira uma almofada no sujeito. Grita que ele sempre foi um depravado, que ela devia ter percebido antes, que ele a enganou deliberadamente e ela não merecia isso. Então, lágrimas nos olhos, pega a filha e avisa que vai passar uns tempos na casa da mãe, porque se recusa a dividir o quarto com um homem nojento daqueles. Ao pai, tudo que sobra é levantar, pegar um copo de uísque, respirar fundo e murmurar baixinho "é por isso que eu devia ter usado camisinha".
Comentários: 3
 
Feliz Segunda-Feira
André - 19 julho 2010 - 00:25
Sophia Bush
Comentários: 1
 
Das comédias que ainda são engraçadas
André - 18 julho 2010 - 21:18
Tá Rindo do Quê? (Funny People)
4/5

Direção: Judd Apatow
Roteiro: Judd Apatow

Elenco
Adam Sandler (George Simmons)
Seth Rogen (Ira Wright)
Leslie Mann (Laura)
Jason Scwhartzman (Mark Taylor Jackson)

George Simmons é um comediante famoso e solitário que é diagnosticado com uma doença rara e possivelmente terminal. Daí ele contrata um sujeito gordinho e simpático pra ser seu assistente, e os dois começam a se tornar bróders e enfrentar todas as BALBÚRDIAS que aparecem pela frente.

Judd Apatow é o diretor por trás de O Virgem de 40 Anos e Ligeiramente Grávidos, duas comédias que viraram FRISSON quando foram lançadas e que trouxeram frescor e qualidade ao gênero. E nesses trabalhos o cineasta já mostrava uma preocupação com as personagens dos filmes, que fugiam dos estereótipos, que tinham atitudes simples como todos nós. E este Tá Rindo do Quê?, além de uma das piores traduções de títulos de todos os tempos, mostra essa característica de Apatow no nível 99.

Equipe responsável pela tradução do título do filme.

A trama segue aquela premissa básica de POWERPOINT INSPIRADOR, tipo "sujeito milionário e egoísta repensa seus valores e descobre a beleza das pequenas coisas", mas é tão bem construída que convence. O arco dramático percorrido por George Simmons não é previsível, e a personagem não acaba o filme "completa" - pelo contrário, como mostra uma cena onde ele está dirigindo ao lado de Ira. Isso faz com que o espectador realmente seja cativado por aquele sujeito, e realmente queira pagar uma cerveja pra ele enquanto discutem a rodada de domingo do Brasileirão. Somam-se a isso diálogos críveis e sacadas inteligentes, fazendo de Tá Rindo do Quê?, além de uma tradução de título mais chula do que a Lindsay Lohan, uma comédia realmente engraçada.

Para ilustrar a solidão e tristeza de Simmons, Apatow utiliza bastante planos bem abertos, onde o protagonista é a única pessoa presente (e SAQUEM como a mansão do comediante fica mais clara e alegre quando Ira está por perto). Mantém o filme em um caminho seguro, sem arriscar muito - a não ser uma ou outra câmera tremida aqui e ali quando alguém está num momento de instabilidade -, e demonstra de diversas formas o crescimento gradual de Simmons (até o figurino dele fica mais colorido e menos desleixado com o tempo). Claro que ajuda muito contar com um Adam Sandler contido, econômico nos trejeitos, que, com seus ombros caídos e sua expressão de torcedor do Botafogo, transmite bem toda a DERROTA pela qual está passando. E também com Seth Rogen, cuja cara de VIRA-LATAS FAMINTO é o suficiente para que o público simpatize com ele, ainda mais que Ira é um sujeito boa-praça e busca sempre a atitude correta. Isso faz de Tá Rindo do Quê?, além de uma tradução de título provavelmente feita por HITLER, uma obra que se sustenta na relação entre duas personagens absolutamente SUPIMPAS.

Além de tudo isso, Apatow joga de maneira orgânica na história diversas críticas à atual indústria do entretenimento, à forma como se faz comédia atualmente, ao culto às celebridades, à superficialidade desse comportamento, e muito mais. Isso faz de Tá Rindo do Quê?, além de uma tradução de título que justificaria uma guerra mundial, prova de que há vida inteligente no reino das comédias hollywoodianas.

Marcadores:

Comentários: 1
 
Status
André - 15 julho 2010 - 21:01
Imagine o seguinte: você paga ofensivos quinze reais para assistir a um filme em uma grande rede de cinema. Daí aquele seu amigo malandrão chega na sua casa com um dvd do mesmo filme, em uma embalagem tão oficial quanto o título mundial do Corinthians. E ele se gaba de tal façanha, tal qual um garoto que conseguiu amarrar os sapatos sozinho pela primeira vez. Para ele, pagar cinco reais por algo que os outros pagam quinze para ver é o supra-sumo da esperteza.

Agora imagine esse seu amigo, esse recanto de sabedoria das ruas, comprando um tênis da Nike. Ele não vai chegar na sua casa com um tênis da "NÁIQ" se gabando de sua esperteza, vai? Ele não vai fazer TROÇA porque conseguiu uma versão pirata e mais barata, vai? Ele não vai Twittar algo como "malandragem não se consegue, se tem" por causa disso, vai?

É claro que não. Porque um produto da Nike tem um status, um valor simbólico que vai além do plano físico. Já possuir um dvd original, por exemplo, não tem status nenhum pra boa parte das pessoas, e por isso eles podem valer-se de canais ilegais para buscar tais produtos - embora diversas campanhas publicitárias alertem de novo e de novo para os malefícios causados pela pirataria.

Qual a lição que fica? Simples: status é o que realmente importa. As pessoas não são CONSCIENTIZÁVEIS, mas são manipuláveis. Para uma causa dar certo, basta atribuir a ela um valor simbólico, um status inexistente, que voluntários vão se multiplicar feito juros de banco. Aí já sabem, né: o canal é colocar o Cristiano Ronaldo batendo uma bola com filhotes de focas, contratar a Lady Gaga para gravar o hit Hungry Face e gravar um vídeo da Sara Carbonaro e do Casillas se pegando dentro do mar onde uma grande empresa derramou óleo. É batata.
Comentários: 3
 
Feliz Segunda-Feira
André - 12 julho 2010 - 01:27
Sara Carbonero, namorada de Iker Casillas, capitão da seleção da Espanha.

Comentários: 4
 
Socialites também amam
André - 11 julho 2010 - 19:51
Um Sonho Possível (The Blind Side)
3/5

Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado no livro de Michael Lewis

Elenco:
Sandra Bullock (Leigh Anne Tuohy)
Quinton Aaron (Big Mike)
Jae Head (S.J. Tuohy)


Uma socialite intensa, intimidadora e gostosa liga o modo BONO VOX e resolve ajudar um necessitado - no caso, Big Mike, um garoto que estuda no mesmo colégio de seus filhos. Daí ela oferece pro guri um lar, abrigo, comida, estudo, carinho, amor e uma mensagem edificante tipicamente hollywoodiana. Baseado em uma história real.

Um Sonho Possível é daqueles filmes que já vêm encaixotados, com um aviso na frente dizendo "levar as pessoas às lágrimas". Qualquer um que já tenha visto algum filme envolvendo superação, sabe o que vem a seguir: o rapaz aprende valores familiares, a família também aprende com ele, todos ficam felizes, há um conflito, algumas pessoas se arrependem, e tudo volta ao normal. O tipo de filme seguro, que joga atrás e tenta marcar gols de bola parada (no caso, algumas cenas-chave).

Eu queria dormir no sofá dela.

O roteiro já começa com uma narração em off, o 4-4-2 do cinema, que não volta a se repetir até o final, quando a mensagem edificante precisa ser PRENSADA na cabeça do espectador e ele precisa sair do filme como uma pessoa melhor. Há uma certa falta de fluidez em algumas cenas, onde parece que determinadas ações soam artificiais e forçadas (como o momento onde Collins senta ao lado de Big Mike na biblioteca), e a película também falha miseravelmente ao colocar SJ como um daqueles meninos espertos e maduros que hollywood inexplicavalmente adora, na tentativa de colocar humor na trama (mas na verdade colocando apenas CHATICE TOTAL). Entretanto, no geral a história segue de forma agradável, sem grandes percalços - pelo menos até o momento do supracitado "conflito", onde o roteiro investe em uma briguinha TRESLOUCADA, que não faz sentido nenhum e tudo que acrescenta ao filme são minutos.

Tal qual um estudante de Direito, o diretor mantém as coisas no nível convencional, arriscando pouco. Mantém as cores bastante nítidas, como se fosse uma eterna sexta-feira de feriado com o sol brilhando, o que mantém o visual agradável aos olhos(exceto, claro, em uma ou outra cena de maior sofrimento, quando sintomas de MONOCROMATISMO atingem a película). Os enquadramentos mantém a câmera sempre na posição clássica, sem procurar ângulos diferentes, porque procurar ângulos diferentes é coisa de indie. Sorte que mantém em cena uma Sandra Bullock em chamas, magnética, que convence o espectador da honestidade de Leigh Anne. Já como Big Mike, Quinton Aaron faz pouco além de olhar pra baixo com cara de triste. E o resto do elenco são tipo os problemas sociais do Brasil: sabemos que estão lá mas realmente não nos importamos.

No final, até que Um Sonho Possível cativa aqui e ali, em boa parte graças ao carisma de sua protagonista. Mas faltou sair da zona de conforto e se arriscar a fazer uma obra verdadeiramente relevante. Só escrever "baseado em uma extraordiária história real" não faz com que o filme deixe de ser artificial.

Marcadores:

Comentários: 1
 
Das ideias que jamais serão colocadas em prática
André - 10 julho 2010 - 20:35
Criar um seriado de televisão onde o título de todos os episódios é uma música do Oasis, e a trama se baseia no nome da canção.

(notas mentais: evitar a estereotipação perigosa em The Hindu Times, chamar Tom Hanks para participar de Stay Young, contar uma história semelhante à de Felipe Melo em Don't Look Back in Anger, contratar advogados para enfrentar o inevitável plágio de Married With Children, não cair no fácil e superficial discurso antidrogas em Magic Pie, vestir as personagens com o uniforme da seleção francesa em Where Dit it All Go Wrong?, contar uma tensa trama de assassinato e esquartejamento em Bag It Up, criar uma atmosfera hitchkockiana em Solve My Mistery, pleitear uma participação especial de Keith Richars em Live Forever, informar "este não é um filme pornográfico" na descrição do vídeo quando colocar no YouTube o episódio (Get Off Your) High Horse Lady)
Comentários: 1
 
Come full circle
André - 09 julho 2010 - 23:06
Tem um ensaio do Borges no qual ele fala que, se Deus existisse fisicamente, ele provavelmente existiria em um formato de círculo, que, por ter sua circunferência equidistante, é a mais perfeita das formas (pelo menos acho que era alguma coisa assim. Sei que envolvia Deus e círculos. Ou talvez ele estivesse falando do Suárez. Enfim).

O que me levou a pensar na expressão "andar em círculos". Ela normalmente é associada a retrocessos, a uma falta de evolução, permanecer estagnado. Tipo o Atlético Mineiro, assim. Mas acontece que quando uma pessoa caminha em círculos (falando no aspecto literal da coisa) ela pode até voltar ao mesmo lugar, mas nunca é a mesma - sempre tem uma poça d'água TRAQUINAS pra fazer com que ela retorne com uma perna mais molhada que a outra, por exemplo.

Ou seja, talvez chegar sempre ao mesmo lugar não represente um marasmo, e sim o fechamento de pequenos ciclos. Talvez "andar em círculos" não seja estagnação, e sim aprendizado, experiência. Se um brasileiro vai até a Austrália, eventualmente ele volta ao Brasil - nem que seja durante 30 minutos, em um telefonema com os familiares e amigos. E quando isso acontece, esse sujeito não é a mesma pessoa. Ele sabe mais. E pelas circunstâncias, por tudo que se sucedeu no trajeto percorrido, o sentimento de encontrar familiares e amigos é devastadoramente diferente do que era antes da viagem. No caso o sujeito deu (fisicamente) a volta ao mundo, e a linha de chegada não foi um retrocesso tanto quanto uma vitória.

Tem também o pirralho que adorava Cavaleiros do Zodíaco na infância, mas viu-se obrigado a abrir mão desse gosto ao enfrentar as irregulares placas tectônicas que alguns chamam de "adolescência". Naquele momento ele cresceu, e encontrou outras formas de diversão (não estou falando de "sexo", porque pessoas que gostavam de Cavaleiros do Zodíaco caracterizam-se por um certo atraso na iniciação da vida sexual. Sim, o mundo é cruel. Mas divago) que o deixavam totalmente FACEIRO. Uma evolução natural das coisas. Daí alguns anos depois um tal de saudosismo se enamora desse guri, e eis que ele se pega assistindo novamente ao anime, com a mesma empolgação e um certo carinho que não estava presente da primeira vez. Outra volta que acaba e não acaba no mesmo lugar.

Assim, andar em círculos nada mais é do que uma experiência de vida que nos transforma (tanto é que tem até o famoso Ciclo da Vida, analisado pelo filósofo ELTON JOHN em sua genial obra O REI LEÃO), e seguir em linha reta pode ser uma perigosa forma de relevar o passado. Olhem o Uruguai, por exemplo: desde o início da década de 70 que o país ficava apenas dançando com a vassoura nessa reunião dançante que é a Copa do Mundo. Mas em 2010, com muito mais tradição e coração do que time, colocou seu lugar junto aos grandes novamente. Principalmente naquele lance colossal do Suárez. Será que era dele que o Borges estava falando?
Comentários: 6
 
Jornalismo ambiental
André - 07 julho 2010 - 21:28
Na capa do Globo.com hoje, e, por consequência, na pauta de todo mundo (virou até trash topic no Twitter), um dos destaques sobre a Copa do Mundo era a previsão que um POLVO havia feito dizendo que a Espanha venceria a partida.

Extamente. Um POLVO. E como o diabo do molusco acertou quem venceria, agora todos estão endeusando ele. Porque na sociedade de hoje em dia é assim: basta um palpite de sorte e um ou outro tentáculo a mais que já vira celebridade. Aliás, tamanha é a força da mídia que aqui estou eu, que odeio o tal polvo (previ o resultado SEMANAS antes e ninguém me congratulou. Que preconceito contra os BÍPEDES é esse?), pensando sobre o polvo, falando sobre o polvo e discutindo a respeito do polvo. Já até vejo a Xuxa, a Eliana e o RONALDO aparecendo com seus próprios moluscos. Um Globo Repórter só sobre eles. Se bobear, vira até o mascote da Copa de 2014.

Por isso eu peço desculpas, de verdade, do fundo do coração, mas é inevitável fazer o trocadilho e dizer que essa história do polvo só mostra como o jornalismo está indo por água abaixo.
Comentários: 1
 
Feliz Segunda-Feira
André - 05 julho 2010 - 01:30
Paola Oliveira (e da cor do blog)
Comentários: 3
 
Adrenalina nas alturas
André - 04 julho 2010 - 20:05
No final de março falei aqui sobre Como Treinar Seu Dragão, que, mais do que uma surpresa, se tornou um dos meus filmes favoritos do ano até aqui, e cogito comprar uma sala de cinema apenas para assistí-lo em looping. Poucas vezes fui tão arrebatado pela mistura entre a história cativante e cenas de ação desnorteadoras, que me deixaram NAS NUVENS.

Uma das melhores, sem dúvida, é quando Soluço sai pra fazer um test drive com seu dragão, o Melequento. O filme se REGOZIJA com a falta de limites físicos para gravar cenas de vôo através da animação computadorizada e cria uma sequência espetacular, HERCÚLEA, que deixa o espectador transbordando de adrenalina - a harmonia perfeita entre a qualidade da animação, os belos planos e enquadramentos, a trilha sonora desumana e a utilização pertinente do 3D quase fizeram com que eu me levantasse da poltrona do cinema gritando "EU NÃO MEREÇO! EU NÃO MEREÇO!". E é essa a cena que está reproduzida logo abaixo. Apaguem as luzes, fechem a porta, coloquem o volume no máximo, e vocês vão ver, poucas coisas no mundo são tão EQEL! quanto a sequência a seguir.

Marcadores:

Comentários: 0