Comprei um videogame ontem. Um Xbox, pra ser mais exato. Aliás, pra ser mais exato ainda, comprei um RODADOR de Winning Eleven (a versão 2010 do jogo está "real" demais e bastante imune às manhas de versões anteriores. Desprezo-a). E, enquanto deixava os rins dos meus netos na loja, uma coisa me chamou a atenção: o tamanho da área direcionada apenas a videogames.
Vejam bem, quando eu estava na adolescência, videogames e histórias em quadrinhos (vocês devem conhecê-los hoje como games e graphic novels, porque tudo que é nomeado de acordo com a língua inglesa é por definição melhor) eram coisas de nerds - e nerds, na época, não passavem de pessoas desajustadas socialmente, cuja função básica na hierarquia escolar era servir de chacota. Ou seja, admitir qualquer intimidade com as duas atividades citadas podia ser considerada o equivalente social a dar um tiro na testa.
Por isso tenho uma certa estranheza ao perceber a proporção que os quadrinhos e os videogames tomaram, ocupando lugares de destaque em grandes lojas. Parece que a maré virou, hein? Hoje em dia ser nerd é até motivo de orgulho, e não duvido que logo seja a ordem social vigente. Até já imagino um bando de geeks (ah, a força das nomenclaturas) pegando um dos atletas do time de futebol na saída do colégio e jogando ele em uma lata de lixo no formado de R2-D2. Daí vem um monta de gostosas com o cabelo PRINCESA LEIA STÁILE e ri do atleta, enquanto sai pra tomar milk-shake com os nerds.
Se é que esse tipo de coisa já não acontece, sei lá. Tem até aquele slogan do seriado The Big Bang Theory, que diz "Smart is the new sexy", não tem? Bem, se for o caso, então podem cair em cima e me disputar a tapa, meninas: agora eu tenho um Xbox. |