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Alto calibre
André - 28 fevereiro 2008 - 23:29
O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford (The Assassination of Jesse James for the Coward Robert Ford)
5/5

Direção: Andrew Dominik
Roteiro: Andrew Dominik, baseado em livro de Ron Hansen

Elenco
Brad Pitt (Jesse James)
Casey Affleck (Robert Ford)
Sam Rockwell (Charlie Ford)
Sam Sheppard (Frank James)

O filme conta a história a partir do momento em que Robert Ford entra na gangue do famoso fora-da-lei. Ansioso por fama e pelo dinheiro da recompensa, Ford acaba se tornando o algoz de seu líder.

Há algo de inevitável nas quase três horas de duração do filme. Um tom melancólico permeia a narrativa, sabendo que no final seu protagonista não sairá vivo. No entanto, longe de algo monótono, o clima proposto pelo diretor é contemplativo: aos 34 anos, James está cansado de liderar bandos, de se mudar constantemente, cansado de desconfiar de todos. Do outro lado, Robert Ford possui o vigor da juventude, além de sonhar com grandes façanhas. A obsessão que possui pela figura de Jesse James não apenas alimenta sua ambição como o seduz ao cargo de líder. Como diz o fora-da-lei em certo momento, "você quer ser como eu ou quer ser eu?".

E é em locais afastados, cuja paisagem é quase opressiva, que a trama se desenvolve. As regiões são fotografadas de forma seca, em uma tristeza que traduz o isolamento - necessário, mas nem por isso desejado - daquelas personagens. A própria questão de serem marginais os levou a isso, e se há uma certa beleza nesse nomadismo fora-da-lei (que atraiu Robert Ford), o entusiasmo com que James cumprimenta seus filhos ao voltar pra casa mostra o quanto é pesado esse fardo.

Contando com um roteiro econômico, que se utiliza de uma narraçao em off apenas quando necessário (além de construir belos diálogos), o diretor mostra que sabe o poder das imagens, confiando nos seus enquadramentos para contar a história sem abusar de explicações através de conversas e/ou monólogos (e alguns planos são simbólicos, como fotografar o rosto de James através de um vidro enquanto ele questiona as escolhas que fez pelo caminho, tornando seu rosto levemente distorcido). Há na produção uma coesão admirável entre texto e imagem.

Mas nada disso funcionaria sem os elementos certos nos papéis principais. Como Jesse James, Brad Pitt encarna o magnetismo e a imprevisibilidade do sujeito. Sempre que está em cena, o ator permanece com o rosto sereno, atento a tudo (mesmo quando está rindo) - e apenas em certos momentos seu olhar desvia para o vazio, denotando o esgotamento do fora-da-lei. Até quando parece displicente e descontraído o pistoleiro se mostra desconfiado. Do outro lado, Casey Affleck demonstra toda a energia e insegurança de Robert Ford, que busca alcançar a fama mas é sempre caçoado por seus companheiros. Sua aparente calma contrasta com alguns trejeitos inquietos, e nunca se tem a impressão de que ele realmente está certo de seus atos.

Todos esses elementos são colocados na tela com uma harmonia invejável. É uma pena, portanto, que O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford tenha sido preterido no Oscar pelos (excelente) Juno e (mediano) Desejo e Reparação, pois a saga do fora-da-lei merecia ser lembrada pelos profissionais de cinema: não é sempre que um diretor acerta o alvo assim.

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Papo kbça
Thiago Silverolli - - 21:43
Estava eu ontem voltando de mais um dia de trabalho digno, dentro de um ônibus que passa em frente ao Monumental. Ontem teve show e o coletivo estava tomado de torcedores vestidos de azul. Havia realmente bastante gente naquele ônibus. Alias é impressionante! Motorista de ônibus parece uma boa mãe, não rejeita sequer um rebento que lhe estende a mão.

Depois de muito me esquivar com a minha singela mochila incompatível para o lugar onde eu me encontrava, acabei achando um cantinho para viajar - não precisaria mencionar aqui que era viajar de pé - bem próximo a dois sk8tas que trocavam consistentes ideias antropológicas a respeito da situação.

Como eu não tinha absolutamente mais nada pra fazer, e realmente não há o que fazer quando se está viajando em um circular metropolitano sem a companhia de algum conhecido, eu inevitavelmente acabei prestando a atenção em algumas das frases colocadas pelos dois sociólogos.

Antes é preciso identificar que havia um sk8sta radical e um sk8sta moderado, ambos rondando seus tenros 16 anos de idade. Eis o trecho mais interessante:

Sk8sta radical: Não me entra na cabeça como tanta gente assim se mobiliza para assistir a uma partida de futebol!
Sk8sta moderado: Ah, é como a gente: nós vamos até a rampa para ver os profissionais fazendo manobra, eles vão ao estádio para torcer pelo time profissional deles.
Sk8sta radical: Pode ser, mas aposto que a grande maioria dessas pessoas estão indo ao jogo por puro modismo.
Sk8sta moderado: Não é moda, o sujeito nasce com isso. É desde pequeno que houve o pai, os tios, todo mundo falando só em futebol, futebol, futebol... É uma lavagem cerebral! (e agora o argumento cabal) Nós mesmos, quando pequenos, também acompanhávamos os jogos.

*foi utilizada neste post uma adaptaçao da linguagem para que o diálogo se tornasse compreensível. Porém vale salientar que o termo ''modismo'' foi realmente mencionado na conversa.
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Imaginação
André - 27 fevereiro 2008 - 16:12
Circulando pela cidade, em uma agradável tarde com aproximadamente novecentos graus de calor na rua, presenciei a seguinte cena: um mendigo, no seu lugar à sombra, pegava uma vassoura e, fingindo que era um rifle, apontava para transeuntes que por ali passavam. Um movimento com a boca acompanhado de um falso tranco da arma indicavam que o disparo havia sido feito. Para finalizar, a tradicional soprada no cano do "rifle".

Pensei em pegar uma bandeira branca e me aproximar, no intuito de descobrir quais motivos levam o sujeito a praticar tiro ao alvo com uma vassoura. Mas parei no meio do caminho: prefiro acreditar na versão que bolei, onde chego para ele perguntando "Afinal, por que o senhor faz isso?" e recebo a excelente resposta "Para limpar a cidade, ora".
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Até que enfim
Kleiton - 25 fevereiro 2008 - 09:42
Grande momento.


Dé, Nando, Leandro, Zé e Rafael: parabéns pra nós.

Thiago: semestre que vem estaremos lá, te fazendo passar vergonha no púlpito.

Grande abraço.

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Oscar 2008
André - - 01:50
Breves comentários sobre os vencedores da 80a Cerimônia de Entrega dos Homenzinhos Pelados e Dourados.

Melhor Figurino - Elizabeth

Filmes de época sempre ganham figurino. É batata. Nada como confortáveis armaduras e vestidos com mais tecido do que bandeiras de torcidas para garantir um Oscar.

Melhor Animação - Ratatouille

Digamos que a Pixar deixou esse filme cozinhando até atingir o ponto ideal. Merecido.

Melhor Maquiagem - Piaf: Um Hino Ao Amor

Não vi, mas bem que a maquiagem poderia ter escondido esse dispensável subtítulo que o filme recebeu aqui no Brasil.

Melhores Efeitos Visuais - A Bússola de Ouro

Eu votaria em Transformers - afinal, com toda a produção, com todo os equipamentos e dinheiro investidos nos efeitos especiais, a coisa mais bela e impressionante de A Bússola De ouro ainda é a Nicole Kidman.

Melhor Direção de Arte - Sweeney Todd

Aqui a recriação de época em Sangue Negro merecia levar. Sweeney Todd não me impressionou muito, e em termos de direção de arte não foge ao 'estilo Tim Burton'. Sei lá, pra mim soa 'mais do mesmo', exatamente como a Luma de Oliveira na Playboy.

Melhor Ator Coadjuvante - Javier Bardem

O psicopata que ele fez em Onde Os Fracos Não Têm Vez foi tão impressionante, mas tão impressionante, que os membros da Academia ficaram com medo de não dar o prêmio pro cara.

Melhor Curta Documentário - Le Mozart des Pickpockets

Tentem pronunciar o título do curta três vezes e bem rápido.

Melhor Curta de Animação - Peter and the Wolf

Injustiça! Cavaleiros do Zodíaco devia receber todos os prêmios da categoria.

Melhor Atriz Coadjuvante - Tilda Swinton

Só pra Conduta de Risco não sair de mãos abanando, embora a atuação da moça, dizem, seja excelente (sim, eu comento sobre coisas que não assisti ainda).

Melhor Roteiro Adaptado - Onde Os Fracos Não Tem Vêz

Se você for comprar o livro agora, provavelmente haverá uma fita em volta do volume dizendo "O livro que deu origem ao oscarizado filme dos Irmãos Coen". Essa fita, aliás, ocupará um espaço equivalente a 80 ou 90% da capa.

Melhor Efeitos Sonoros - O Ultimato Bourne

Nada como uma agradável sessão com vidros quebrando, carros se chocando, tiros, explosões e outras agressões ao tímpano para ganhar o prêmio.

Melhor Mixagem de Som - O Ultimato Bourne

Nada como uma agradável sessão com vidros quebrando, carros se chocando, tiros, explosões e outras agressões ao tímpano para ganhar o prêmio.²

Melhor Atriz - Marion Cotillard (Piaf: Um Hino Ao Amor)

Venceu a única que ficou feia para o papel.

Melhor Montagem - O Ultimato Bourne

Depois que Jason Bourne lutou contra um cara usando apenas uma caneta, em A Identidade Bourne, ele merece qualquer coisa relacionada à palavra "corte".

Melhor Filme Estrangeiro - Os Falsários (Die Fälscher - Áustria)

A Academia premiou um filme sobre judeus na Segunda Guerra? Só não é a surpresa do dia porque o Botafogo amarelou em um jogo decisivo.

Melhor Fotografia - Sangue Negro

Esse prêmio devia ir para Onde Os Fracos Não Têm Vez, pelos belos enquadramentos e utilização de sombras. Ou então para Mergulho Radical, que fotografa a Jessica Alba em poses generosas. Ah, a Jessica Alba...

Melhor Trilha Original - Desejo e Reparação

A trilha de Os Imperdoáveis faz o cara ter vontade de ir pro Velho Oeste disputar duelos, conhecer donzelas e ver aquelas bolas de feno atravessando o campo de visão. Merecia ter levado.

Melhor Documentário de Curta Metragem - Freeheld

Não vi, não passou no circuito interno da UFRGS...

Melhor Documentário - Taxi to the Dark Side

Foi algo tipo "Não vamos deixar o Michael Moore subir no palco de novo".

Melhor Roteiro Original - Juno

Pequena Miss Sunshine 2

Melhor Ator - Daniel Day-Lewis

A competência do cara ao criar a personagem foi tamanha que eu não me surpreenderia se, ao subir no palco, ele começasse a cavar um buraco em busca de petróleo.

Melhor Diretor - Ethan e Joel Coen

Segue a sequência de premiar diretores que já deviam ter sido premiados (iniciada ano passado com Scorcese). Mas o trabalho deles foi realmente sensacional. Justo.

Melhor Filme - Onde Os Fracos Não Têm Vez

Mais do que merecido: é realmente o melhor filme, um pouco acima de Sangue Negro. Aliás, analisando os últimos vencedores, parece que a Academia tomou vergonha na cara e não pretende mais shakespeareapaixonadizar o prêmio mais importante da indústria cinematográfica.

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Série Formandos
André - 20 fevereiro 2008 - 03:03
Um zagueiro descendente de italianos, que gostaria de se chamar "Corleone" se não me engano. Admirador dos lances mais plásticos do futebol - carrinho, voadora e marcação -, é um dos poucos gremistas que se orgulham de torcer também pela Inter... de Milão.

Um redator descendente do Veríssimo, hábil com as palavras e, eventualmente, com um copo de cerveja cheíssimo. "Dono de opiniões pertinentes" é como o conheço, mas é por estar presente quando a gente precisa de ajuda que eu mais agradeço. E também por contribuir com este blog a fundo, alimentando a nossa idéia de um dia dominar o mundo.

Um conhecedor descendente das novas tecnologias, que carrega na sua mochila a Internet como filosofia. Embora trucador, sobre estes assuntos ele não blefa, posso afirmar, pois mesmo no complicado mar das novidades tecnológicas o cara consegue com facilidade nadar. Portanto, se em uma conversa ele utilizar um termo muito complicado ou desconhecido, não leve a mal: é apenas uma Expressão Digital.

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Coisas caem do céu
Kleiton - 19 fevereiro 2008 - 10:37
Todo mundo sabe que pássaros cagam enquanto voam, e que esse material pode, eventualmente, acertar transeuntes desavisados no solo. É um tipo de ocorrência muito utilizado em humor de baixo nível no cinema - o André, que é o entendido na 7a arte, pode falar mais a respeito.

Agora, imaginem um pássaro grande. Imenso. Gigante. E imaginem-no feito de metal, e impulsionado por turbinas. Sim, eu estou falando de aviões. Se vocês achavam que um avião só conseguia imitar os pássaros na arte de voar, estavam enganados.

Ice from airplane potty crashes through Calgary roof (CBC News)

Para usar as palavaras do Scott Adams (encontrei isso no Dibert Blog):

That’s the sort of thing that could erase a lifetime of accomplishment. I would instantly stop being the guy who created Dilbert and forever be known as the cartoonist whose head was crushed by a turd. (Dilbert Blog)

Bizarríssimo.
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Série Formandos
André - 18 fevereiro 2008 - 13:14
É uma longa distância de Sorocaba até Porto Alegre, do Pearl Jam até o U2, de trocar o "você" pelo "tu". Que se dêem os devidos créditos, então, a quem possui esses méritos, além de se responsabilizar pelo visual que este blog tem - mas não paguem em tequila, senão ele dorme e não pode ser acordado por ninguém.

É uma longa distância para percorrer com um Celtinha, mas tinha que ser, pois não é sempre que paulistas e portoalegrenses têm tudo a ver. Radicado aqui pelo futebol e cerveja, veio esse turista que, com certeza, nesta cidade descobriu que o gol é apenas do bolo a cereja. Aliás, como todo bom torcedor do São Paulo, conhece seu lugar: sendo eliminado nas oitavas, inventando desculpas e choramingando sem parar.

É uma longa distância entre o primeiro semestre e uma monografia que preste, garantindo a aprovação. Facilitou bastante, então, ter este sãopaulino ao lado, ajudando em situações boas e ruins e mostrando que Tá Tudo Interligado.

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De coração
Thiago Silverolli - - 00:01
Assistindo as transmissões de futebol pela televisão de hoje em dia eu sempre chego à conclusão de que qualquer eu pode ser comentarista. É a coisa mais fácil do mundo, basta um pouco de atenção e meia dúzia de frases prontas. Falando nisso, em breve nesta coluna não percam o manual do comentarista de futebol da TV.

Uma coisa que melhoraria muito a minha visão a respeito desse pessoal seria o abandono da pseudo-neutralidade que eles tentam passar. A gente sabe, fica claro que determinado narrador está torcendo para um time durante a transmissão, mas os caras insistem em negar isso.

Essa imparcialidade parcial tem que acabar! Imaginem que divertida seria a narração que fosse feita sem a preocupação de tentar esconder a paixão que o narrador certamente sente: "Bucha! Gol do meu time! Chuuuuuuuuuupa!''.

O Luciano do Vale, da Band, que é torcedor declarado da nada comprometedora Ponte Preta, disse certa vez que é muito mais gostoso narrar jogo da Seleção porque ele não precisa ficar se contendo e pode botar mais emoção nos seus comentários. Pra quê isso? Grita gol da Ponte Preta do jeito que tu tem vontade!

Outro dia, inclusive, dei muita risada quando um dos narradores da Globo se confundiu e chamou o Flamengo de Brasil.

A inspiração pra este post me veio nesse domingo de manhã, enquanto eu assistia ao Grandes Momentos do Futebol na TV Cultura. Eles mostraram os gols de um Flamengo 3 x 1 Vasco no tempo do Zico. Não foi mencionado o nome do narrador e eu também não consegui identificar, mas todos deviam seguir o exemplo do cara. Primeiro gol do Flamengo: indignado, se calou esperando a grande maioria flamenguista dos 175mil torcedores parar com o alvoroço para no fim disparar um "Não é possível! Menos de um minuto?" (O rubro-negro abrira o placar com 27 segundos de jogo.). E no terceiro: a mesma reação e um desanimado "pois é... 3 a 0...". Quando o Vasco diminuiu ele soltou um urro que parecia que o Vasco tinha feito um gol de título de Libertadores!

O telespectador repara no comportamento da equipe de jornalismo, sabe que puxam o saco de certos times. Se esse partidarismo fosse exposto abertamente e sem falsidade, talvez seria menos antipático da parte deles. Eu, pelo menos, diria: Quer torcer pro Curintia? Azar o dele!

Com voces, futebol:

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There will be Oscar
André - 15 fevereiro 2008 - 18:14
Sangue Negro (There Will Be Blood)
5/5

Direção: Paul Thomas Anderson
Roteiro: Paul Thomas Anderson, livremente baseado no livro de Upton Sinclair.

Elenco
Daniel Day-Lewis (Daniel Plainview)
Dillon Freasier (H.W. Plainview)
Paul Dano (Eli Sunday)

Daniel Plainview é um prospector que, após muito trabalho, encontra uma terra cheia de petróleo em uma pequena cidade do Oeste. Conforme seu negócio começa a prosperar, ele encontra um rival no pastor local, e sua ganância cresce a níveis suficientes para receber uma indicação ao Oscar.

Paul Thomas Anderson é um dos diretores mais elogiados pela crítica especializada, principalmente por causa do seu (excelente) Magnólia, de 1999. Em Sangue Negro, ele demonstra que toda a babação de ovo é justificada: a partir da trajetória de seu protagonista, ele constrói um poderoso filme sobre ganância e ambição.

Aliás, e que protagonista. Auxiliado pela interpretação monstruosa de Day-Lewis, Daniel Plainview é um homem sem ligação nenhuma com a humanidade - exceto, é claro, naqueles contatos que precisa fazer para buscar petróleo. O cara é tão anti-social que até mesmo pegou um órfão para dizer que é seu filho e, assim, estabelecer uma imagem de homem de família frente aos seus clientes.

Ao longo da narrativa, portanto, vamos descobrindo como a ganância cega o protagonista. No momento em que uma das torres de petróleo estoura, e seu filho se machuca, Daniel o leva para um local seguro e volta para consertar o problema. Quando alguém questiona "H.W. está bem?", ele responde "Não, não está.", sem mover um músculo para ir em direção ao guri. O plano que se segue, onde o rosto do protagonista é parcialmente iluminado pelas chamas, ilustrando toda sua ambição e egoísmo, chega a ser assustador.

Mesmo assim, H.W. é a única pessoa pela qual Daniel parece ter pelo menos algum afeto - e a ausência do piá, em determinado momento, faz com que o cara acabe acreditando na história de um vigarista e aniquilando de vez sua confiança nas pessoas. De resto, o Plainview só pensa nos negócios, e é por isso que a constante intervenção do pastor Eli nas perfurações se torna um incômodo. Na verdade, é uma disputa entre as duas forças que construíram a California: petróleo e religião. Ambos procuram manipular as coisas a favor de seus interesses (econômicos e/ou políticos), conquistando assim a hegemonia do lugar.

A ascensão do prospector de Sangue Negro, portanto, é a demonstração de que a ganância superou quaisquer outros atributos que tenham sido apresentados. No momento em que Daniel alcança exatamente o que busca, todas as falhas de caráter e demonstrações de egoísmo que ele produziu foram recompensadas, criando assim um monstro que busca viver cada vez mais fechado dentro da própria ambição. Seus muros são a proteção contra todos os indesejados (soa familiar?). Suas atitudes não encontram mais ecos de razão. O protagonista tornou-se uma força tão grande que conseguiu repelir a todos, ficando apenas com a riqueza que acumulou nos anos de trabalho.

E por isso a última fala do filme, vinda de um homem fechado dentro de si e que vive apenas para alimentar seu egoísmo, tem um duplo sentido que encerra a produção de forma brilhante.

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Pré-liculosidade
André - - 04:23
Não gosto de postar duas vezes no mesmo dia, ainda mais sobre o mesmo assunto (cinema, no caso), mas não tive escolha: já tenho minha coluna planejada e uma questão de tamanha magnitude não poderia passar incólume.

Assim, eu lhes trago o trailer daquele que, provavelmente, será o melhor filme dos últimos 19 anos. Podem chorar à vontade.

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Os Quatro Capitais
Kleiton - 14 fevereiro 2008 - 09:14
Eu fico otimista ao observar tentativas de governos em projetos de inclusão digital e educação, até porque realmente acredito que o caminho é esse mesmo. O futuro está nas novas redes telemáticas e no uso que as pessoas podem fazer delas.

Lula promete anunciar banda larga em escolas públicas nos próximos dias [IDG Now!]

Ao ler notícias como essa, a minha primeira reação é sempre de otimismo. Mas esse otimismo não vai muito longe, e eu vou buscar lá nas leituras pra minha monografia a explicação pro desânimo que se segue ao sentimento de esperança num futuro melhor.

O Pierre Levy diz que existem 4 capitais [Raphael Perret, no Webinsider]:

(1) o técnico, que vai dar suporte estrutural à construção das idéias e pode ser exemplificado pelas estradas, prédios, meios de comunicação (coisa);

(2) o cultural, mais abstrato, representado pelo conhecimento registrado em livros, enciclopédias, na World Wide Web (signo);

(3) o social, que corresponde ao vínculo entre as pessoas e grau de cooperação entre elas (cognição);

(4) o intelectual, que será a soma dos três capitais anteriores (e que é o núcleo do que chamamos de inteligência coletiva).

Basta olhar pro diagrama acima para entender meu pessimismo: banda larga em escolas públicas são um avanço estrondoso no capital técnico, mas que não irá resolver nada enquanto os capitais cultural e social estiverem capengas do jeito que estão. Constatado o problema estrutural, nada nos resta a não ser chorar no cantinho.

Triste, mas verdadeiro.

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Considerações randômicas
André - 12 fevereiro 2008 - 14:52
- O Grêmio tem um número 10. Por quanto tempo, ninguém sabe - e cada vez que Roger caía em campo, eu imaginava a ambulância entrando no gramado e levando o meia pra passear no DM por cinco meses. Mas tem um número 10;
- A propósito, a moça que acompanhou o sujeito ao Olímpico também é 10;
- Na fila do banco, duas pessoas com camisetas de times de futebol, uma vermelha e outra azul, dois grandes clubes da primeira divisão: eu com a do Manchester United e um cara com a do Chel$ea. Como diz o jingle da emissora, isso é globalização;
- Onde os Fracos Não Têm Vez é tudo isso que estão falando? É. E se houver justiça no mundo, ganha todos os prêmios que está disputando;
- Desejo e Reparação, por outro lado, não passa de razoável. Vale pra ver a Keira Knightley de camisola molhada. Ah, a Keira...
- O primeiro episódio da quarta temporada de LOST foi meia-boca. O segundo foi bom. Aposto que vai seguir assim até, quando todo mundo estiver de saco cheio, aparecer um episódio foda. Depois volta à monotonia, preparando para um final apoteótico e que vai fazer todo mundo dizer "putaquepariu";
- Alguém sabe me informar se existe uma doença chamada "Síndrome do terror de se tornar realmente um adulto após a Formatura", ou algo parecido?
- O F maiúsculo em Formatura não foi à toa: prevejo um evento grandioso, superando inclusive as Olimpíadas e a Eurocopa. Quem quiser comprar os direitos de transmissão, pode negociar comigo.
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Cuidando da Família
Thiago Silverolli - 10 fevereiro 2008 - 23:52
Mario Puzzo deve estar feliz onde estiver sabendo que a tradição da máfia italiana continua viva até os dias de hoje. Seculo XXI, era da informação e do fácil acesso, onde teoricamente nada pode ser feito por ''debaixo dos panos'' e ficar oculto por tanto tempo.

Um levantamento da imprensa esportiva da Italia (não tenho a fonte exata, eu soube da informação atraves da transmissao da band deste domingo) mostra que se todos os erros de arbitragem fossem corrigidos; gols mal anulados contabilizados e vice-versa, a classificação do certame da serie A seria bem diferente.

Oficialmente, os tres primeiros colocados, pela ordem, são: Inter 56pts; Roma 48pts; Juventus 44pts. A classificação corrigida traz: Juventus 54pts; Roma 52pts; Inter 48pts.

Claro que é muito dificil comprovar um beneficiamento premeditado ao atual "Bi-campeão" do scudetto. Afinal de contas, um escândalo dessa magnitude só é descoberto se algum esquema de força maior é posto em xeque devido a ele. Vide caso Edilson no brasileirão 2005...

Mas o caso é que justamente a Vecchia Signora, que tem a carinhosa alcunha em alusão a beneficiamentos históricos que recebeu no passado - uma espécie de poderosa chefona do calccio - , é a mais prejudicada atualmente, ja tendo perdido a liderança e 10 pontos em 22 rodadas devido aos equívocos de arbitragem que vêm ocorrendo na Itália.

Mudando de assunto, mas ainda com sotaque macarrônico, vale aqui um registro sobre a partida entre Milan x Siena que eu acompanhei na hora do almoço. Com Pato e Kaká machucados, a squadra rusonera estava fadada a mais um tropeço no San Siro. Até que o técnico Carlo Bunda-pra-lua Ancelotti promoveu a estréia de mais um garoto de 18 anos entre os profissionais.

O atacante italiano Paloschi entrou no lugar do ala veterano Serginho mudando a formação do time e, no primeiro toque na bola de sua carreira em um jogo oficial, estufou a rede e definiu a vitoria de seu time. Acho que nem nos devaneios mais lúdicos, alguém que tenha sonhado em ser um jogador de futebol pôde imaginar uma estréia tão perfeita quanto a desse garoto. Literalmente com o Pé-direito.

Com vocês, futebol:

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Sessão "TV aberta? Só de madrugada"
André - 09 fevereiro 2008 - 20:23
EPISODIO 10

Milo (da UCT) e Marylin (cunhada do Jack), os sobreviventes de uma das duas explosões, tocam a correria para fugir de seus perseguidores, mas acabam literalmente em um beco sem saída. No último minuto, Bauer aparece e mata todos os caras maus com uma só mão, enquanto ensina um cão a chupar manga com a outra. Ele então descobre que seu pai está por trás de todo o plot.

Já lá no bunker do presidente, Tom Lennox vai se inteirando da conspiração. Descobre que planejam usar Assad como bode expiatório, pois ele estará perto do presidente, tem cara de mau e já foi torcedor do Flamengo. O baixinho até tenta impedir, mas é impedido por uma LANTERNADA na cara dada por seu assessor. Do outro lado do país, a UCT manda uma equipe vasculhar o verdadeiro esconderijo de Gredenko, mas não encontram nada além de uma casa estilo comercial de margarina.

De volta à trama familiar: Jack utiliza Marylin para descobrir o paradeiro de seu pai. Chegando lá, negocia a libertação de Josh em troca da sua própria rendição, o que faz ele ganhar mais alguns pontos com a cunhada. O Bauer idoso aceita, e então os dois Bauer têm uma enternecedora conversa entre pai, filho e Magnum 44 apontada pra cabeça. Para não terminar a temporada antes da metade, o progenitor desiste de executar Jack, deixando para ele uma dica de como encontrar Gredenko: um número de telefone. O agente liga, e logo está falando com o ex-presidente dos EUA.

EPISODIO 11

Depois de tentar botar o filho de castigo, o pai de Bauer dá no pé. O presidente Palmer, junto com Assad, faz os últimos arranjos para os dois irem ao ar, fazer as pazes e rezar para que o resto do mundo faça o mesmo. Já a conspiração contra o líder do país anda de vento em popa: a bomba foi produzida, eles têm o cara pra chegar perto o suficiente e, o principal de tudo, um esconderijo escuro onde matutar a coisa toda - falta só a risada maquiavélica, mas ninguém é perfeito, né.

Enquanto isso, Bauer vai atrás do ex-presidente dos EUA, que estava por trás do assassinato de David Palmer, irmão do atual presidente e que também já foi presidente, e era grande amigo de Jack, e... Espera, vou simplificar. Bauer vai atrás do ex-presidente dos EUA, Charles Logan, e por motivos pessoais o agente não gosta dele. Eles discutem, e fica acertado que o ex-presidente vai falar com um russo pra obter informações sobre o paradeiro do general Gredenko - que, a essas alturas, está recebendo uma nova e letal arma (não sei qual é, os roteiristas não informaram ainda, mas ele recebeu, assinou o canhoto dos Correios e tudo mais).

Na UCT, Morris começa a gerar desconfiança, pois todos acham que ele está bebendo e, por isso, tornou-se improdutivo. Chloe confronta o cara em uma cena no banheiro masculino, mas ele prova que ela estava errada e a desconfiança vai pelo ralo. No final do episódio, os produtores conspiradores conseguem explodir uma bomba perto do presidente, colocando em ação seu plano para instalar políticas mais duras contra os muçulmanos e provando que a negociação de paz foi mesmo pelos ares.

EPISODIO 12

O presidente não morreu mas, de saco cheio, pediu pra alguem ligar, dizer que ele ta doente e que nao pode ir. Nesse caso, o vice-presidente assume a batata, abrindo caminho para as políticas totalitárias que os conspiradores tanto veneram. Tom Lennox é solto, pois a galera acha que ele vai colaborar com o plano, mas ele dá uma de gordinho do colégio e entrega todo mundo.

Jack e Logan vão até o consulado falar com o tal russo que pode saber onde está Gredenko. Depois de Logan falhar diplomaticamente, Jack chuta o Bauer, digo, balde, invade o prédio e toma o cara como refém, iniciando os procedimentos de tortura (e quem viu pelo menos um episódio da temporada sabe quais são) para que o sujeito desembuche. A tática funciona, e num estalar de dedos o russo fala tudo que sabe - mas antes de Jack ligar para a UCT e avisar, os produtores seguranças explodem a porta e o capturam.

Enquanto o vice-presidente fala pro país que as práticas alfandegárias serão aplicadas por todo o território nacional, Bauer convence um segurança rusos a ligar pra UCT e passar as informações. Infelizmente, para manter o clima de "todo mundo é de todo mundo", esse bróder que tentou ajudar Jack acaba sendo morto antes de fazer a ligação.

EPISODIO 13

É claro que Jack Bauer se livra dos guardas, mas continua preso dentro do consulado. A UCT monta como plano B uma invasão cheia de armas, equipamentos, estratégias e outras coisas cinematográficas - o plano A é pedir pra ex-exposa do ex-presidente Charles Logan ligar para a primeira dama russa e, numa conversa de comadres, pedir pra ela convencer o presidente (russo) a mandar o cônsul se entregar.

Por falar em presidentes, o vice americano já começa a administração dele politicamente bem: mentindo. Ele e Tom Lennox dizem ao embaixador que foi Assad quem detonou a bomba, para assim colocarem em ação seus planos ditatoriais dando risadas maquiavélicas. Enquanto isso, Charles Logan foi conversar com sua ex-mulher, só que enquanto o cara estava falando ela cortou ele - literalmente. Mesmo assim, a ex-primeira dama liga pra sua comadre russa, e o cônsul lá recebe ordens de se entregar.

Para a alegria dos produtores, o tal cônsul se recusa a obedecer. Segue-se, então, no próprio consulado, um tiroteio que faz o filme Comando Para Matar parecer uma partida de Paciência.

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O sabor da vingança
André - 08 fevereiro 2008 - 22:00
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street)
3/5

Direção: Tim Burton
Roteiro: John Logan, baseado no musical de Stephen Sondheim e Hugh Wheeler

Elenco
Johnny Depp (Sweeney Todd)
Helena Bonham-Carter (Mrs. Lovett)
Alan Rickman (Juiz Turpin)
Jamie Bower (Anthony Hope)
Jayne Wisener (Johanna)

Depois de passar quinze anos na prisão, um barbeiro volta para Londres com o objetivo de reencontrar sua mulher e filha. Mas, descobrindo que a primeira está morta e a segunda é filha adotiva do juiz que arruinou sua vida, o sujeito entra em raiva assassina e começa a cortar a garganta de seus clientes. Para tornar o plano mais palatável, sua amiga pega os corpos e faz torta com eles.

Bem, estamos falando de Tim Burton em um filme fantasioso, ou seja, elogiar o visual é chover no molhado. O cara simplesmente tem a manha nesse tipo de coisa. O visual que ele dá à Londres é de tirar o fôlego - inclusive, a cidade é fotografada de forma quase monocromática, ilustrando a melancolia e a tristeza na qual vive seu protagonista (além da podridão da cidade) - e os flashbacks, claro, são em cores quentes, realçando a idealização e ternura daqueles momentos.

Entretanto, todo esse blábláblá sobre o visual não encontra reflexo em outros aspectos do longa. As canções, embora de acordo com o clima e interagindo perfeitamente com a cena em questão (algumas vezes os sons feitos pelas persoagens viram o instrumental, por exemplo), são recheadas de violinos e tons agressivos, tornando-se extremamente carregadas. O que de início parece um acerto acaba virando cansativo em alguns momentos, principalmente nas sequências envolvendo o casal Anthony e Johanna. Na verdade, não fossem essenciais para alguns aspectos da trama, essas cenas podiam virar vítimas de Sweeney Todd que ninguém ficaria triste.

No final das contas, apesar de alguns momentos chatos, Sweeney Todd: O Babeiro Demoníaco... ainda demonstra todas aquelas virtudes de estilo e criação de personagens atípicas que Tim Burton possui. É uma pena então que a película não tenha atingido todo seu potencial, deixando a desejar em certas questões. Com um pouco mais de esforço, Sweeney Todd certamente poderia entrar na galeria "psicopatas bacanas", junto com Hannibal Lecter, Michael Myers e o Batman.

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Brasil x Irlanda - Minuto a Minuto
André - 06 fevereiro 2008 - 15:00
Já que a maioria dos jogadores da seleção vem da Europa, e apenas uns poucos jogam no Brasil, nada mais justo do que fazer um amistoso em um horário onde os europeus podem assistir e os brasileiros não. Para acompanhar, F5 na veia.

Irlanda
Given; Kelly, Dunne, O'Shea, e Carsley; Kilbane, Miller, Kevin Doyle e McGeady; Robbie Keane e Duff

Brasil
Julio Cesar, Leonardo Moura, Alex, Luisão e Richarlyson; Gilberto Silva, Josué, Julio Baptista e Diego; Robinho e Luís Fabiano.

- 3': Globo passa e repassa o lance do Robinho contra o equador, a única jogada produtiva do atleta em meses.
-2': Robbie Keane não é irmão de Roy Keane.
-1': Absolutamente bizarro esse time do Brasil. Digno de um roteiro de Charlie Kaufman.
0': Comeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeça a partida.
4': Time da Irlanda até aqui bem melhor. Mas ei, qualquer time é melhor do que a seleção canarinho que está em campo.
5': Enquanto Galvão falava sobre o carnaval, assunto pouco abordado pela mídia nos últimos dias, a equipe irlandesa quase fez um gol: Júlio César deixou a bola escapar, mas a zaga tirou. Se fosse a Suzana Werner, os irlandeses já apelariam para o "Ferro na boneca".
6': Robinho sofre falta. Em algum lugar do mundo, os amantes do "futebol-arte" choramingam sobre a violência.
7': Diego cobra a falta, mas a bola cai tão rápido quanto o Corinthians e fica fácil para o goleiro.
10': A campanha da Globo "Robinho para presidente" continua.
13': Júlio Baptista demonstra disposição admirável, vontade insuperável e uma falta de técnica inacreditável.
16': Falcão, o comentarista, solta o inédito "O time precisa jogar pelos flancos". Originalidade é tudo.
18': A Irlanda está bem no jogo, mas ainda não encontrou o que está procurando.
20': Richarlysson desarma por trás.
21': Leo Moura, provando ser um cara consciente, faz de tudo para não voltar a ser convocado.
24': Duff pega mal e manda a bola lá onde as ruas não têm nome.
28': O nome de Pato já foi citado cinco vezes. Mas quem está contando?
29': Robinho se confunde, reclamando que a bola está vazia, quando na verdade é o seu futebol que não tem consistência.
32': As garrafas de agua no banco de reservas da Irlanda, na verdade, estão cheias de cerveja. Isso explica o bom rendimento do time até aqui.
33': Lançamento sensacional de Diego para Leo Moura que, como bom visitante, faz a vontade do anfitrião e entrega a bola.
35': O meio-de-campo do Brasil toca empurra a bola para o ataque.
36': Miller toca para Duff, mas a jogada das cervejas acaba se enrolando, como qualquer bebado.
38': Richarlysson cruza [/sacou].
40': A Rainha da Inglaterra foi quase tão citada quanto o Pato.
45': O juiz acaba com o sofrimento de todos e termina o primeiro tempo sem nenhum acréscimo.

Segundo tempo

0': Comeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeça o segundo tempo.
3': Galvão absolve Leo Moura da má atuação "porque saiu do verão carioca pra esse frio".
6': Júlio "Vera Verão" Baptista dá provas irrefutáveis de que sua convocação também é uma piada.
9': No time da Irlanda, saiu o cervejeiro Miller e entrou o bruxo Potter. Ou seja, jogadores famosos na esquadra futebolística do país.
9'30: Kelly deu no meio do Richarlysson. O juiz adverteu com um cartão, e disse "toma cuidado, se bater demais ele se apaixona".
13': "Richarlysson vai se soltando", diz Galvão. Mas todo mundo sabe que o jogador sãopaulino já era livre, leve e solto.
14': Potter fura magicamente em bola. Na sequência, Killbane faz fila e cruza bem, fazendo mais do que Leo Moura e Richarysson juntos.
16': Ao contrário do resto do time, que fica pipocando, Luís Fabiano domina a bola e mete a paulada, mas o goleiro faz boa defesa.
18': Duff deixa a defesa do Brasil tonta.
21': GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLL DO BRASIL!!!!!!!!! Robinho dá um tapa na bola, ela entra, ele comemora de forma sem graça e agora a Globo tem mais um lance pra ficar mostrando durante meses.
25': Na característica típica dos atacantes brasileiros, Robinho pedala, ginga, dança o quebra-nozes, é desarmado e se joga no chão, pedindo pênalti.
27': Cansado de ver alguém tão limitado jogando no belo estádio irlandes, Robbie Keane ISOLA a pelota em cima de Leo Moura. Na sequência, pegou uma caneca de chope e saiu comemorando o feito.
32': No Brasil, sai Diego e entra Anderson. O time ganha em cabelos estranhos.
34': Nem Hagi sabe porque Júlio Baptista está jogando em campo ainda.
35': Robinho chuta a gol de forma ridícula. Desse lance não tem replay, né? Logo depois, tem um chilique porque ninguém deu a bola pra ele chutar a gol de forma ridícula novamente.
37': No Brasil, Lucas entra no lugar do Josué que, pelo que se viu, saiu de campo ainda no primeiro tempo.
38': Sai Luís Fabiano e entra Rafael Sobis. A inteligência deve estar se revirando no caixão.
39': Com é a primeira vez que um time brasileiro vence da Irlanda em Dublin, Galvão faz disso um grande feito. Não fosse o evento já confirmado aqui, era capaz da vestirem os jogadores com camisetas "Brasil 2014", dada a magnitude que o narrador da Globo imprime ao jogo.
43': Belíssima triangulação da equipe irlandesa, mas dessa vez Júlio César agarra a bola como se fosse sua noiva.
44': Robinho tenta fazer graça, mas tudo que consegue é entregar a bola de graça.
47': Fim de jogo. Como Leo Moura, Richarlysson, Rafael Sobis, Gilberto Silva e Julio Baptista ainda estavam em campo, é também o fim da picada.
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Sessão "TV aberta? Só de madrugada"
André - - 12:07
Por motivos feriadísticos, não pude postar no sábado. Então vai tudo junto de novo (lembrando que na última sexta o seriado não foi ao ar, dando lugar aos absolutamente monótonos desfiles carnavalescos)

EPISODIO 6

Enquanto o presidente faz um discurso bonito e cativante para a população, com adjetivos demais e informações de menos, seus conselheiros entram em briguinhas constantes - um acha que a política alfandegária dos EUA deve ser aplicada em todo o país (se é do Oriente Médio, joguem a pessoa numa sala ou em um papel de vilão) e a outra, como uma boa senhora, acredita nas pessoas. Claro que aquele com tendências totalitárias consegue tirar a conselheira bacana do caminho, pois isso aumenta a tensão da série (além do mais, joga outro "vilão" em cena") e o deixa livre para botar seus projetos em execução.

Na UCT, a agente/modelo Nádia, por ser muçulmana, é afastada de atividades importantes durante aproximadamente dois minutos - rapidamente um de seus superiores, como bom galanteador, resolve a situação (esperando um pouco de sexo no final do dia, provavelmente). Já o cunhado do presidente, em um centro de detenção, arrisca a vida atrás de uma pista que, mais tarde, descobre ser nada mais do que uma corrente de internet.

Correndo contra o tempo (ei, se eles usam clichês, eu também posso), Jack Bauer e seu nada bróder irmão vão atrás de um homem chamado McCarthy. O objetivo, além de caracterizá-lo como vilão através de um referência a um período palha da história do país (não reparem se daqui a pouco alguém se referir aos terroristas como "muçunas"), é descobrir a conexão desse sujeito com Fayed. Ao invés do senador McCarthy, acabam encontrando por lá o pai deles. O Bauer idoso se dispõe a cooperar com Jack e a UCT, mas o irmão assume o controle da situação em uma cena ridiculamente forçada, deixando clara sua falta de vontade em cooperar com órgãos federais.

Nos bastidores da série, o diretor foi despedido por não ter explodido nada nesse episódio.

EPISODIO 7

Depois de uma sequência desnecessária, pois é obvio que nem Jack nem seu pai morreriam no sétimo episódio, os dois conseguem escapar no último minuto (algo que nunca havia acontecido antes na história das séries de ação). De volta à casa de Graem, o agente tortura seu irmão para descobrir como encontrar McCarthy, mas descobre apenas informações sobre a quinta temporada que tornam a série digna de novela da Globo.

Através de um Deus Ex-Machina, a UCT descobre que Fayed está procurando um novo engenheiro nuclear. Através de outro Deus Ex-Machina, conseguem a foto do tal engenheiro - no entanto, leva um tempo pra decodificar, pois o email da instituição tem proteção contra spam e tal. No final das contas, o engenheiro acaba sendo o próprio agente que estava decodificando, mas em uma atitude típica de funcionário público ele deixou o PC trabalhando e vazou (exatamente, ele não sabe que é o escolhido). Aí quando o cara tá no meio da rua, o tal de McCarthy surge absolutamente do nada e sequestra ele, para que Fayed CONVENÇA o sujeito a trabalhar (aparentemente, qualquer pessoa que vá aparecer no seriado faz um curso de tortura antes).

Contrariando TODOS os seus conselheiros, o presidente resolve não adotar as medidas totalitárias, e em poucos segundos de diálogos expositivos ficamos sabendo que o vice-presidente acha seu chefe um cagão. Por falar em diálogos expositivos, o Bauer idoso fica a sós com Graem: então o telespectador descobre que tanto o pai como o irmão de Jack estão envolvidos com as bombas nucleares. Para evitar que seu filho se envolva ainda mais com essa história, e provando ser um progenitor atencioso e dedicado, o Bauer idoso mata Graem.

EPISODIO 8

O presidente rejeita as propostas de seu conselheiro totalitário na frente da gurizada toda, deixando o cara politicamente frustrado (leia-se "emburrado"). Bauer persegue McCarthy de helicóptero, mas acaba utilizando mal o aparato público e perde o cara de mira - coisa que a namorada dele não fez, matando o sujeito pra ficar com a grana só pra ela.

Alguns blá blá blá depois, a mina entrega o Morris (engenheiro que McCarthy havia sequestrado antes de literalmente perder a cabeça) para que Fayed "convença" o cara a cooperar, o que demora apenas um "furadeiranascostassegundo". Nisso a UCT cerca o lugar, evacua todos que não são terroristas e apela para o famoso "é ferro na boneca", mas como não é final de temporada o vilão consegue escapar de forma Deusexmachinamente. De presente, deixa uma bombinha nuclear, mas Bauer consegue desarmar a dita-cuja enquanto, com a outra mão, faz os clubes europeus liberarem jogadores para a seleção brasileira.

Já na Casa Branca, descobrimos que um dos caras por trás da conspiração "vamos afastar a conselheira tolerante com os malditos muçulmaos" está também por trás da conspiração "vamos afastar o presidente sem culhões para cortar os direitos civis". Então esse sujeito convence Tom Lennox, o conselheiro, a participar de uma TRAMÓIA que pode envolver, aparentemente, o assasinato do presidente. Ah, e em algum momento do episódio, algo explodiu (além da cabeça do McCarthy, digo).

EPISODIO 9

A UCT descobre que Gredenko, general russo que cedeu as bombas aos terroristas, está em Los Angeles, porque daí eles têm mais um vilão em quem atirar. Chloe reencontra Morris e convece ele a voltar ao trabalho utilizando o clichê "pare de sentir pena de si mesmo", numa tentativa de dar profundidade dramática aos dois. Já o conselheiro Tom Lennox entra de vez na conspiração para destituir o presidente Palmer que, apesar de secreta, anda mais badalada do que o Adriano nas boates de São Paulo.

Enquanto isso, Jack vai com sua cunhada até uma casa à oeste da cidade (já que ela uma vez seguiu o marido e descobriu o esconderijo do general), o que não apenas desvaloriza os equipamentos da UCT como torna impossível deduzí-los do imposto. Mas daí o Bauer idoso se dispõe a cuidar do filho da moça (seu neto), resultando em uma trama previsível onde ele força ela a levar Jack para uma armadilha.

No momento em que os produtores comemoram duas explosões em menos de dois minutos, Tom Lennox recebe um fax secreto sobre a conspiração, o que contradiz aquela idéia de "só podemos nos comunicar por canais absolutamente seguros, ou seja, reuniões em salas abandonadas, mal cuidadas e fotografadas com pouca luz, para que possamos aparecer nas sombras e o público certifique-se de que somos maus". Além do mais, certamente nenhum deles viu o que aconteceu com as conspirações para destituir o presidente das temporadas anteriores.

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Onde os azarados não tem vez
André - 01 fevereiro 2008 - 17:40
Finalmente, depois de muita espera, estréia no Brasil Onde os Fracos Não tem Vez, mais novo filme dos Irmãos Coen. Admirador que sou do cinema deles, tenho acompanhado há tempos o andamento da produção através de sites especializados - e cada vez mais minha expectativa em torno da película foi aumentando. Posso dizer que, junto com O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (este inexplicavelmente ausente das salas portoalegrenses), é a produção que mais me interessou nos últimos meses.

Planejei, portanto, assistir hoje de tarde e peliculosidar o filme logo que chegasse em casa. Mas se numa sexta-feira normal, as coisas já são complicadas, em uma de carnaval é ainda pior. Soma-se a isso o primeiro episódio de LOST em meses, e o inevitável acontece: eu saio de casa absolutamente em cima da hora para chegar na sessão.

Enquanto o carro disparava pela Av. Ipiranga, deixando para trás inocentes veículos que transitavam com a calma de um domingo, eu olhava o relógio de novo e de novo. Esperei tanto pelo filme que não queria perder um minuto da projeção. Cada segundo passado tornava o caminho ainda mais comprido e difícil. A tortuosa nuvem da incerteza pairava sobre minha cabeça.

Na frente do Bourbon, desci com a agilidade de um zagueiro do Gauchão e passei a percorrer a distância através de largos passos. Os seguranças do shopping olhavam para mim com um misto de dúvida e preocupação, mas não havia tempo para explicações. Não havia mais tempo para nada. Conforme eu subia a escada rolante, os segundos que faltavam desapareceram sem piedade. Mas apenas alguns metros me separavam da bilheteria, e pela primeira vez a vaga esperança foi se moldando para dar formato a uma vitória. O carpete, verde, agora era um tapete para o meu triunfo. Arfante, percorri o trajeto final em êxtase, deliciando-me com o sabor da conquista e agradecendo aos publicitários por colocarem tanta propaganda antes do filme. Embora cansado, rapidamente me recompus e falei à tia da bilheteria com a altivez que o momento requeria:

- Uma de estudante pra "Onde os fracos não tem vez".
- Hm.. - ela ponderou a questão por um tempo que pareceu um campeonato de pontos corridos - Não vai ter sessão às quinze e quarenta.

Não pude deixar de engolir em seco. Minhas entranhas se remexiam. O suor, que outrora representava um esforço vitorioso, agora identificava um nervosismo crescente. Em algum lugar do inferno, o diabo gargalhava.

- Como assim? Mas tá na programação, eu vi... eu vi no jornal! - resolvi apelar para um argumento imbatível - Eu vi na internet quando procurei no Google!
- Sim senhor, mas acontece que a distribuidora não entregou as cópias do filme para nós. Não temos como rodá-lo.

E, com isso, ela encerrou a conversa. Abalado, tive que digerir a informação. Não era possível. Claro, eu posso assistir ao filme depois. Claro, posso voltar aqui e atualizar a coluna na quarta-feira. Tudo isso é possível. Mas depois de tanto tempo de espera, de tanta expectativa, ser impedido por um evento tão improvável é frustrante. Minha odisséia foi em vão, graças a algum erro de logística ou cálculo errado de tempo.

De tudo, restou apenas a idéia para um post no blog. Para substituir a resenha de um filme aguardado e elogiado. E nada mais.

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