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O Top 10 da década (2001-2010)
André - 07 janeiro 2011 - 13:52

Uma das principais consequências de um final de ano e/ou década é o surgimento dos mais diversos tipo de lista. Os melhores, os piores, os mais importantes, os mais bonitos, e por aí vai. Talvez isso ocorra por uma necessidade que o ser humano tem de classificar e comparar as coisas, ou porque assistimos a tantas partidas de futebol que o modo MELHORES MOMENTOS já está enraizado em cada um de nós.

De qualquer jeito, listas são sempre legais. E, como não poderia deixar de ser, vou com a maré e disponibilizo abaixo, após muitos conflitos internos que irão resultar em anos de terapia, os dez melhores filmes da última década.

10 - Sinédoque, Nova Iorque (Charlie Kaufman)
Após chamar a atenção com o bizarrão Quero Ser John Malkovich e virar idolozinho underground com o espetacular Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, o roteirista Charlie Kaufman arregaçou as mangas e resolveu dirigir seu primeiro filme - e, tomado pela subjetividade total, realizou uma obra fascinante, complexa, que varre a mente do espectador com suas ideias, conceitos, estrutura, atuações e mais. Tendo como ápice o próprio Kaufman dirigindo o filme onde um diretor dirige outro diretor que dirige outro..., Sinédoque, Nova Iorque é uma película de rara inteligência e sensibilidade. Kaufman, seu safado, você conseguiu de novo.

9 - Filhos da Esperança (Alfonso Cuáron)
Mais um pra lista dos que imaginam o futuro como um grande bolo recheado de preconceito, violência e com camadas de segregação social. Exceto, claro, que este filme não é apenas "mais um": além de uma direção e fotografia devastadoras, responsáveis por 3 planos-sequência que dá vontade de pedir em casamento, Filhos da Esperança possui em sua trama um gigantesco estoque de questionamentos políticos, que, mesmo em uma narrativa situada em 2027, são pertinentes para os dias atuais. E é impossível não ser cativado por um filme que possui o Michael Caine no elenco.

8 - Wall-E (Andrew Stanton)
Wall-E é uma animação que não foi produzida por computação gráfica, e sim por VARINHAS MÁGICAS. Só isso explica tanta sensibilidade, tanta diversão e tanta magia na história desse robozinho. Impressionante como um casal com tão poucos diálogos possa transbordar carisma e encantar o espectador. Se você conhece alguém que assistiu a Wall-E e não teve que pedir lágrimas alheias pra conseguir chorar todo o necessário, essa pessoa não tem alma.

7 - Zodíaco (David Fincher)
David Fincher é o mestre do universo (ok, ele divide o condomínio com Christopher Nolan e Renato Portaluppi). Neste Zodíaco o diretor simplesmente mandou às favas quem esperava um Se7en 2 e fez uma história sobre uma investigação realista, plausível, com personagens tão humanos quanto eu, você ou o robôzinho do filme citado acima. Tipo, é um filme de quase TRÊS horas sobre pessoas ANALISANDO PAPÉIS. E Fincher faz disso uma obra-prima. Merece o título, né?

Um ambicioso, intenso e vitorioso estudo de personagens, este O Assassinato de Jesse James... é mais uma prova de que Brad Pitt, além de excelente ator, é um cara legal que só se envolve com projetos legais. A narrativa é lenta, contemplativa, cadenciada, construindo aos poucos e de forma brilhante o confronto entre seus dois protagonistas (Pitt e Casey Affleck, ambos geniais). O trabalho é tão amigo da palavra "sucesso" que, ao final, o aparente paradoxo contido no título passa a soar como a coisa mais natural e verdadeira do mundo.


5 - Dogville (Lars von Trier)
Após romper com a ideologia do Dogma 95 no belo e perturbador Dançando no Escuro, o diretor Lars von Trier bebeu doses homéricas de inspiração e veio com este Dogville. Conhecida também como "aquele filme que não tem cenários", a película é um passeio visceral pelo ser humano, pelo que nos leva a fazer coisas horríveis, pela forma como o meio determina o sujeito. Contando com uma sensacional galeria de personagens, uma atuação épica de Nicole Kidman e um roteiro vencedor, Dogville deixa o espectador de queixo caído após suas três horas de duração.

4 - Batman - O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan)
É o Clube da Luta dos heróis. Um filme poderoso, intenso, que de tão desgastante deixa o espectador PEDINDO ÁGUA ao final da sessão. Nolan contrastou de forma perfeita a figura sólida do Batman, obcecado por controle, com a do Coringa (Heath Ledger, em uma interpretação inesquecível), obcecado pelo caos absoluto. O resultado disso é um confronto que ganha contornos épicos, tanto no plano da ação quanto no psicológico, e cresce exponencialmente até o seu apoteótico final, quando os planos do Coringa são realmente revelados e Batman toma uma decisão comovente e que definirá pra sempre a expressão "herói".

3 - O Lutador (Darren Aronofsky)
O Lutador é prova irrefutável do talento de Aronofsky como contador de histórias. Um filme tão ou mais comovente do que qualquer vídeo de cachorrinhos no YouTube, cujo trágico protagonista consegue conquistar o espectador sem perdão nenhum. Anabolizada com uma atuação BÍBLICA de Mickey Rourke, a película torna-se envolvente, emocionante, devastadora, digna de adjetivos ainda não inventados pela língua portuguesa. E, para fechar, ainda conta com uma canção desumana do Bruce Springsteen tocando durante os créditos. Lágrimas eternas.

2 - Encontros e Desencontros (Sofia Coppola)
Esqueçam a tragédia que é o título em português da película: Encontros e Desencontros é um filme único, de uma sensibilidade cativante e que constrói a relação entre Bob (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson) com calma, deixando que o espectador se apaixone por eles aos poucos. E acreditem, à medida que os dois vão se conhecendo, se descobrindo, é simplesmente impossível não ficar com vontade de abraçar a TV/tela do cinema. A complexidade de construir uma relação tão crível e verdadeira é enorme, mas Sofia tira isso de letra. Cada diálogo aproxima Bob de Charlotte e o público de ambos, de modo que a privacidade oferecida pela diretora/roteirista ao casal no final soa mais do que justa, merecida. E se ainda existisse alguma beleza nesse mundão de Deus, o DVD de Encontros e Desencontros viria em uma caixinha com o formato do rosto da Scarlett Johansson.

1 - O Senhor dos Anéis (Peter Jackson)
Certo, eu sei que são três filmes, mas como eles contam uma história só, resolvi juntar tudo aqui. E que história: Kubric classificou a obra-prima de Tolkien como "infilmável", mas de algum lugar Peter Jackson levantou e gritou "DESAFIO ACEITO". Cercou-se de excelentes atores, trabalhou à exaustão no roteiro, utilizou sua própria empresa de efeitos digitais, pegou o espírito dos livros e pronto, mãos à obra. E o desgraçado conseguiu. Traduziu os livros fielmente para as telas, fazendo as alterações e ajustes necessários. Não se intimidou em realizar as batalhas mais épicas que o cinema já viu. Não se deslumbrou com os efeitos especiais e manteve as atuações e a história sempre em primeiro plano. Assim, fez o que Kubric julgava impossível e colocou de vez a Trilogia do Anel na história do cinema e da cultura pop - não pela quantidade de Oscars recebidos, mas sim pela quantidade de pessoas que, ao final de O Retorno do Rei, choraram no cantinho porque não haveria mais Terra-Média a ser visitada.

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