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O amor nos tempos da publicidade
André - 27 dezembro 2010 - 01:36

Amor por Contrato (The Joneses)
1/5

Direção: Derrick Borte
Roteiro: Derrick Borte e Randy T. Dinzler

Elenco
Demi Moore (Kate Jones)
Fox Mulder David Duchovny (Steve Jones)

Uma família perfeita se muda para um bairro de classe média-milionária, onde aparentemente há uma competição para ver qual casa consegue ser maior do que um shopping center. Mas acontece que essa família não é realmente uma família, e sim um AJUNTAMENTO de pessoas que foram colocadas ali para fazer "marketing invisível" de diversos produtos. E, em uma reviravolta jamais vista na história das comédias românticas, o casal de mentira começa a se apaixonar de verdade.

Que trama batuta tem esse filme, não? Ao longo dessa história dava pra mostrar como as pessoas são dependentes do status, como a publicidade guia nossas vidas, como é difícil hoje em dia distinguir o que é propaganda e o que não é, como uma personagem acabaria confundindo a vida real com a vida não-real, enfim, dava pra matar uma ninhada de coelhos ninfomaníacos com uma cajadada só. E a película tenta fazer isso. Só que tenta de forma tão desgraçadamente fracassada que, tenho certeza absoluta, o DVD de Amor por Contrato virá com uma injeção de adrenalina junto pra evitar que as pessoas sejam assassinadas pelo tédio durante a sessão.

Injeção de adrenalina.

A base na qual a estrutura derrotada do filme é construída é um roteiro preguiçoso. Provavelmente com o cérebro obstruído pelos clichês de comédia romântica que assistiram como pesquisa, os roteiristas ignoram Darwin e decidem que as coisas não precisam evoluir pra chegar em determinado ponto. Então quando Mick acaba indiretamente envolvido em um acidente de carro, por exemplo, o espectador tem a sensação de que o cara na sala de projeção do cinema trocou de canal. Porque nem a situação nem a personagem foram desenvolvidos o suficiente para que aquilo se encaixe de forma orgânica na trama, fazendo com que tudo soe extremamente forçado. E Amor por Contrato é basicamente uma hora e meia apenas disso, de cenas que parecem inseridas de SUPETÃO, que estão ali por necessidade do roteiro e não por continuidade da história. Graças a essa balbúrdia a grande epifania de Steve no final não possui força nenhuma. O público não compra a mensagem (trocadilho obrigatório) do filme.

Trabalhando com uma direção de arte competente, que consegue transmitir uma certa impessoalidade e falsidade através de pequenos detalhes (a organização e limpeza impecáveis das casas, principalmente da família Jones, como se realmente fosse uma loja), o diretor Derrick Borte busca aquele visual de propaganda de margarina, enquadramentos convencionais, com cores bonitinhas saltitando serelepes pela tela e tal. No geral é uma direção elegante, sem grandes invencionices e que até tenta ser subjetiva de vez em quando, mas acaba se chocando com o óbvio (Kate correndo em uma direção enquanto cinco de suas "amigas" correm na direção contrária; os três assentos vazios ao lado de Steve na mesa de jantar). E não ajuda muito ter Duchovny ligado no modo "estou chapado e inexpressivo" (embora ligeiramente carismático) ao lado de uma Demi Moore que consegue ser mais solta e natural, mas com roupas demais para conseguir desviar atenção do péssimo roteiro.

Em algum lugar de Amor por Contrato havia alguém disposto a tocar o terror na sociedade do consumismo. Entretanto, claramente possuído pelo lado ROSA da Força, o filme foi pro lado das comédias românticas previsíveis. O que não deixa de ter sua ironia: no final das contas, a película é tão vazia, artificial e desinteressante quanto a família que é o centro de sua história.

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