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Cortando tudo até a última ponta
André - 12 dezembro 2010 - 19:10

Machete
3/5

Direção: Robert Rodriguez
Roteiro: Robert Rodriguez e Álvaro Rodriguez

Elenco
Danny Trejo (Machete)
Michelle Rodriguez (Luz)
Steven Seagal (Torrez)
Jessica Alba (Sartana Rivera)
Robert DeNiro (Senador John McLaughlin)

Machete é um ex-agente federal, mexicano, com obsessão por coisas cortantes e um bigode que o deixa com cara de MAU. Após ter sua família assassinada por um traficante de drogas, o sujeito acaba no meio de uma típica conspiração VIAPPSP (Vamos Inventar Algo Pro Protagonista Ser Perseguido) envolvendo um senador racista e precisa resolver toda a balbúrdia - para isso, ele conta com o apoio de diversos objetos cortantes, mulheres deslumbrantes e a violência total.

No famoso projeto Grindhouse, que reunia os filmes À Prova de Morte e Planeta Terror, Rodriguez e seu bróder Tarantino foram pelo caminho da tosquice estilosa para homenagear os filmes de terror B. Mas Rodriguez, claramente tomado pelo espírito do it yourself, resolveu continuar nessa linha com Machete, cujo projeto de apresentação devia constar apenas da frase "o filme de macho definitivo". Entretanto, se por um lado a película não é aquela DONDOQUICE que é Os Mercenários, tampouco consegue grandes vitórias dentro de sua proposta testosterônica.

"Alguém aí quer comprar símbolos fálicos usados em um filme de machão?"

Tudo bem, vamos considerar que, dentro do caminho que o filme quer seguir, não há a necessidade da história fazer Tchekov sentir inveja ou algo do gênero. Ainda assim Machete consegue a proeza de criar uma trama estapafúrdia até mesmo para critérios estapafúrdios, utilizando-se de diversas subtramas dispensáveis para claramente encher linguiça. Aliás, tudo que essas histórias paralelas conseguem fazer é diluir a força dos vilões (são nada menos do que quatro. Imagina se a gente tivesse que enfrentar o Sagat quatro vezes no Street Fighter II, certamente ele não pareceria tão assustador e apelão) e tirar o foco do seu feio e carismático protagonista. Porque é quando ele está em cena que o filme funciona, seja através da violência extrema, das frases de efeito, das tiradas engraçadas ou de todos juntos (a forma com que Machete escapa do hospital, por exemplo). Claro, se o filme focasse só no sujeito e no seu bigode, certamente tiraria a força da personagem, mas as subtramas são resolvidas de formas tão forçadas e sem imaginação que os roteiristas  devem ter escrito tais cenas em linguagem jurídica.

Como toda a função acontece no Texas e no México, o diretor opta por uma fotografia que não passou protetor solar, sempre com bastante luz e cores quentes na crista da onda (amarelo, principalmente) - e tal proposta é seguida pela direção de arte, que deixa TODO MUNDO E TUDO SUADO o TEMPO TODO. Rodriguez também inclui na película alguns elementos de tosquice, como zooms feios e a sanguinolência propositalmente falsa, que ajudam a compor o cenário geral mas não produzem nada de particularmente interessante (com exceção da já citada cena onde Machete escapa do hospital). E por falar em exceções, poucas são as cenas de ação que realmente merecem destaque, já que a maioria se limita a mostrar pessoas sendo fatiadas e fuziladas alucinadamente (que é legal, mas ficar só nisso não dá aquele charme especial às sequências).

Por suas feições marcadas e expressão de "eu sou pior que a PESTE BUBÔNICA", Danny Trejo é talvez a penúltima pessoa que alguém consideraria como protagonista de um filme de ação (à frente apenas de Justin Bieber), mas a proposta de Rodriguez era justamente essa. E como o sujeito tem carisma, convence nas cenas de ação e na pose de "escreveu não leu, o facão comeu", Trejo carrega bem o peso de ser o centro do projeto. O resto do elenco masculino não compromete mas também não dá grandes contribuições, enquanto as mulheres estão lá apenas para embelezar tudo, além de trazer à tona aquele fetiche dos homens de ver mulheres gostosas atirando com metralhadoras - e nesse sentido é impossível ignorar Michelle Rodriguez, sua pose de durona, seu corpo sensacional e o fato de que ela passa o tempo inteiro SUANDO SEXO.

Apesar da pancadaria e das mulheres, não foi dessa vez que os cinéfilos machões encontraram um filme digno de suas esperanças. Porque embora funcione aqui e ali, tenha suas frases de efeito, suas mulheres desfilando como vieram ao mundo, Machete se preocupou mais em cortar os inimigos de seu protagonista do que em cortar tudo aquilo que o filme tem de desnecessário.

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