À Prova de Morte (Death Proof) 4/5
Direção: Quentin Tarantino Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Kurt Russel (Stuntman Mike) Minas gostosas
Um dublê psicótico e fanfarrão persegue de carro moçoilas bem dotadas.
O projeto Grindhouse, idealizado por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, era uma forma de homenagear os filmes B da década de 70 que os diretores tanto curtiam, com cada um realizando uma produção e intercalando as duas através de trailers falsos. Para a exibição mundial a produtora separou as duas películas, o que é compreensível, visto que apenas o segmento do Tarantino tem quase duas horas de duração - no entanto, nada explica a distribuidora ter colocado Planeta Terror em cartaz no Brasil (no mês de novembro de 2007) e até agora simplesmente IGNORADO À Prova de Morte, enquanto bobagens como Os Espartalhões ganham salas.
Enfim. Meus conhecimentos sobre filmes B são um tanto limitados, por isso, vou me ater mais às características da película em sí. Embora seja uma homenagem, a obra é bastante tarantinesca, incluindo aí alguns zooms característicos, diálogos "irrelevantes", trilha sonora nem sempre pertinente (mas bem colocada)... até mesmo o gosto do diretor por pés femininos assume uma tendência claramente exagerada, pois a câmera faz questão de passear pelos membros inferiores das atrizes. E não há como evitar a comparação entre a cena onde as garotas tomam café e a primeira cena do espetacular Cães de Aluguel...
Mas se Tarantino imprime sua marca na projeção, ele adiciona características típicas das produções antigas na película - e não falo apenas em questão de estrutura, mas sim efeitos estéticos: "falhas" no filme, como se estivesse rasgado ou mal cuidado, sequências cortadas como se algum rolo estivesse faltando, diálogos repetidos, entre outras coisas (que, paradoxalmente, devem ter sido feitas com a mais nova tecnologia). Além disso, a clássica equação "tosqueira + mina gostosa = filme B" ganha vida nos enquadramentos que costumam focar ângulos generosos das atrizes, normalmente relacionados à região glútea. Confesso, entretanto, que em uma produção cujo objetivo é homenagear clichês de terror, senti falta de um par de seios desnudos, também conhecidos como "é isso aí, tetas! (dois caras batem as mãos em um cumprimento específico)".
Embora o ritmo de algumas sequências seja arrastado demais, há uma expressão que define perfeitamente À Prova de Morte: diversão absoluta. Tarantino parece ter se divertido como nunca durante as filmagens, e sem dúvidas passou esse sentimento para a edição final, que se torna um entretenimento engraçado e bem conduzido. O próprio final dá vontade do cara levantar os braços e gritar "Woo-Hoo", com sua tosquice e nonsense que, dentro do contexto proposto pelo diretor, se tornam absolutamente espetaculares.Marcadores: Peliculosidade |