A nossa geração se gaba de ter acesso a qualquer informação de qualquer lugar a qualquer hora e em qualquer língua. Com o Google colocando um tapete vermelho repleto de resultados de pesquisas na frente dos usuários, o conhecimento se tornou desnecessário: tudo está armazenado nesse grande mundial do Corinthians que é o mundo virtual (as pessoas falam dele, mas não existe de verdade), e pode ser acessado em momentos de extrema necessidade. Dessa forma o Google, tal qual um oráculo, diz às pessoas como se dá nó em gravata, quem venceu a batalha dos 100 anos, quantos anos durou a batalha dos 100 anos, o que é capitalismo, socialismo, anarquismo e até mesmo o número de gols e assistências do atacante Jonas em 2010 (42/20).
Mas tudo isso acabou, e acabou graças a dois termos em inglês implementados nas estratégias de comunicação ao redor do globo: search marketing. De forma vil e buscando apenas um lucro maléfico, publicitários decodificaram o funcionamento do sistema de buscas do site. Agora, em posse de tal conhecimento, podem manipular o buscador, garantindo que os sites de seus clientes assumam a pole-position na busca pela verdade. A credibilidade do Google foi comprometida. Os resultados podem estar corrompidos. Nada é realmente o que se vê.
Todo cuidado agora é pouco. O nó de gravata que você vê como fazer na internet pode ser plano da TEVAH para padronizar as pessoas. O vencedor da Guerra da Secessão pode ser ditado pela Smith & Wesson. O Santos pode ter oito títulos nacionais. Os primeiros resultados exibidos pelo Google não são mais confiáveis, mas as pessoas já têm o buscador como porta de entrada do conhecimento.
Se vocês que ainda possuem suas enciclopédias Barsa em casa estão lendo isso, prestem bastante atenção: vocês são a resistência. |