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Tremendo nas bases
André - 30 abril 2009 - 20:06
Juro que não é implicância com os colorados... mas será queo Gigantinho vai ter peito pra aguentar canções monstruosamente épicas como essa?



Eu estarei lá. E sinceramente? Estou torcendo pra grandiosidade ser mais do que o suportável, e que no final tudo vá pelos ares.

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A peleja é no Monumental
André - 29 abril 2009 - 21:03
Grêmio 3 x 0 Boyacá Chicó
Gols: Souza 12' e 16', Léo 29'1°T (Grêmio)
Local: Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre, capital do mundo conhecido

O Grêmio pisou no gramado já classificado, precisando apenas de uma vitória para ser o melhor time da primeira fase da Libertadores. Já o Boyacá pisou no gramado e... bem, e foi isso.

Para o tricolor, o primeiro tempo desceu como uma gelada após um bate-bola pegado: simplesmente ignorando a presença do adversário, o Grêmio jogava com a descontração de um três-dentro-três-fora. A coisa seguiu tranquila como uma roda de maconheiros tocando violão, até que Souza, após receber um lançamento plasticamente irretocável de Adílson, triveleou a pelota e derrubou a coruja, marcando 1 a 0 para os caseiros. Sem forçar muito os tricolores aumentaram, quando Jonas, o Errante, largou uma bandeja de fritas para Souza na área, que não perdoou e arrematou com força para o fundo das redes. Léo, o Inconstante, ainda ampliaria, pegando a sobra após um daqueles lances "ninguém é de ninguém" na área.

O segundo tempo começou quando Léo, o Inconstante, deu um pênalti para que o Boyacá tivesse alguma chance. O goleiro Victor, no entanto, flanou em direção à bola, impedindo que ela beijasse as redes e mostrando que é, de fato, o maior goleiro de todos os tempos. À grandiosidade do arqueiro gremista seguiu-se um segundo tempo enfadonho. O Boyacá colocou sua marcação alguns passos à frente, obrigando os zagueiros tricolores a darem chutões à rodo, mas sem grandes efeitos práticos. O Grêmio até teve um ou outro suspiro de bom futebol, mas nada muito efetivo. E a coisa acabou assim: Grêmio com a melhor campanha, e garantindo o segundo jogo sempre no Monumental. Libertadores, tremei!

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Interino
André - 27 abril 2009 - 23:22
Como sou o único a postar aqui, e eu mesmo estou com preguiça, resolvi apelar e postar algo que outra pessoa escreveu - no caso, este fantástico conto feito pela Anne. Divirtam-se.

Homem Comum

Sentado atrás de uma pequena e insossa mesa, sobre a qual meu nome aparece impresso numa igualmente vagabunda placa de metal, eu me sinto como se mandasse no mundo. Na verdade eu só mando em 7 funcionários mal remunerados e bastante insatisfeitos, mas não importa. Ao lado do nome na placa, resplandece a única coisa que meus olhos se dignam a ver: "chefe de departamento"

Sim, eu sou chefe e aquelas cinco letras me conferem o poder de fazer o que eu bem quero desse lugar. Algo extremamente revigorante, uma vez que - embora meu trabalho seja sumamente inútil e tedioso – existem outras pessoas que não só exercem piores e mais tristes funções, como ainda me trazem cafezinhos frescos sempre que eu peço. Afinal elas só tem um emprego; eu tenho um cargo.

Aposto como agora, você leitor, já me considera um porco chauvinista. Um homem sem escrúpulos ou moral, do tipo que chuta pombas pela rua. Está errado: eu tenho cá algum principio e não faria tal coisa com as pombas. Até porque as safadas tem um ótimo reflexo, diferente de mim, que aos 32 anos mal consigo me esquivar dos insultos da minha mulher.

Eu sou apenas uma vítima do sistema. Uma estatística sem valor na demografia brasileira, assim como você. Mas ao contrário de você, eu não me preocupo em disfarçar minha sofrível existência - que nem sofrível o suficiente é para que eu me torne digno de compaixão; nunca passei fome, tenho uma saúde relativamente forte e minha infância não foi exatamente traumática. Pelo menos não mais do que todas são. Eu sou e sempre fui um ponto nulo na sociedade, que se criou na classe média e luta pra dela não sair.

Também não fui dotado de beleza, se é que está se perguntando. O mais longe que minha aparência me levou foi ao banco de trás de um Gol 90, com uma loirinha desinibida no terceiro ano da faculdade. No mais, minha esposa costumava dizer - antes de se afeiçoar à idéia do divórcio - que se encantou mesmo pela minha inteligência. Conversa: golfinhos são inteligentes e ninguém nunca se casou com um. A verdade é que as poucas e felizes noites de sexo irresponsável da minha vida foram fruto de muita insistência e uma certa dose de álcool.

Infelizmente não tive muito tempo para exercitar tais técnicas de conquista. Numa dessas noites em que a tequila falou mais alto que a razão, acabei arranjando um filho, um casamento falido e a pior ressaca da minha vida. Embora já conhecesse minha esposa há anos, nunca cogitei a possibilidade de manter com ela algo mais sério que um fim de semana na praia. Ela, no entanto, parecia nutrir por mim uma espécie de amor platônico, desde os tempos de colégio, quando dividíamos a mesma sala de aula e o lanche no intervalo.

Quando recebi a notícia de que ela estava grávida, foi como se uma bola de baseball, lançada por uma bazuca, houvesse acertado meus testículos. Duas vezes. Posso jurar que o quarto ao nosso redor deu algumas piruetas e o mundo entrou em slow motion. Não me parecia plausível a idéia de que um cara, que não conseguia pagar as próprias multas de trânsito, pudesse se tornar responsável pela vida de outra pessoa. Ou melhor: de duas.

Então, coloquei as mãos na cabeça e fiz o que qualquer homem na minha posição faria: entrei em pânico.

Claro que ela esperava uma reação mais calorosa. Algo como um choro compulsivo, declarações de amor eterno e meia dúzia de rojões. Bem, eu estava bastante perto do choro compulsivo, se adianta saber. Pelas próximas duas horas, ambos debatemos nossas opções: aborto foi logo descartado – ela era de família religiosa e parecia acreditar que nós pegaríamos perpétua sem direito à condicional no inferno por isso. Apesar das outras possibilidades não me parecerem menos terríveis – e da certeza de que a reação dos pais dela, ao receberem as novas, colocaria o Apocalipse no bolso – aquela idéia também não me agradou. Decidimos ter o filho.

Desde então minha vida foi uma sucessão de insatisfações constantes que, com sorte, podiam acabar em momentos de alegria passageira. Marcamos o casamento pra maio, por que essa parece ter sido uma das condições impostas pelo pai dela, caso eu não quisesse ser castrado. A cerimônia foi cara, mas saiu do jeito que a minha mulher esperava. O vestido, as alianças, o bolo, a roupa refeita trinta vezes das damas de honra, cada lembrancinha enrolada em fita dourada, estava tudo lá. E por incrível que pareça, até o noivo apareceu na hora do sim.

Por falar em bolo, não sei se foi culpa de algum ingrediente, mas logo após a lua de mel – passada numa paradisíaca praia, a 2 horas de casa e tudo que meu dinheiro podia pagar – minha mulher começou a repensar nossa recente união. Ela gosta de dizer até hoje que eu ronquei durante duas noites, antes de resolver cumprir meu “papel de marido”. Erro meu; ter arcado com quase todas as despesas da festa, agüentar o olhar psicopata do meu sogro sempre que eu chegava a menos de 2 metros dele e encontrar um lugar decente pra abrigar minha mais nova família obviamente não eram coisas que me abonassem como marido.

Enfim, os meses foram se passando. Quando o Henrique nasceu, senti a mais genuína felicidade que um ser humano pode experimentar na vida. Era como se, de repente, todos os sonhos e desejos dos quais eu havia aberto mão durante aquele tempo, culminassem num único e arrebatador momento de alegria. Eu era pai e nada podia mudar aquilo.

Minha mulher também parecia se sentir mais confortável no papel de mãe que no de esposa. E aquilo não me importava: durante alguns anos eu realmente sublimei a vida apática que estávamos levando, porque o bem estar do Henrique era tudo o que me preocupava. E ele era um garotinho extremamente feliz com a fantasia de família que havíamos construído.

Em 3 anos passamos de marido e mulher à cão e gato. Tudo o que eu fazia era motivo pra que uma discussão infindável e recheada de lamúrias começasse. O simples fato de não levantar a tampa da privada podia gerar uma guerra nuclear sob nosso teto e, do meu lado, a compreensão também não dava as caras. O jantar nunca estava bom o suficiente, não importa o quanto ela houvesse trabalhado nele. Minhas roupas sempre estavam mal passadas, ainda que não apresentassem vinco algum.

Como era de se esperar, pouco depois do Henrique completar 4 anos, veio o divórcio. Já que havíamos casado sem separação de bens, minha mulher levou boa parte do meu dinheiro, da minha paciência e também a guarda do nosso filho.

Claro, havia as benevolentes visitas e os eventuais finais de semana pra que eu pudesse exercer minha paternidade. Mas, além da pensão, parecia que não havia nada que eu pudesse oferecer que fosse satisfatório pra ela. Às vezes me perguntava pra onde aquela paixão colegial havia ido. Ou quando havia se tornado ódio. Nunca encontrei a resposta e – eventualmente – também parei de procurar.

Hoje em dia sou um cara na casa dos trinta, divorciado, pai aprendiz, com algum dinheiro e uma tímida, porém promissora, calvície em desenvolvimento. Definitivamente, minha vida não vem saindo como eu planejei. Mas acho que ainda existe tempo pra fazer alguma coisa com ela. E no momento, o que eu realmente quero fazer é beber um cafezinho quente, bem aqui, na minha insossa e pequena mesa de chefe.
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No sufoco
André - 26 abril 2009 - 21:33
Choke
4/5

Direção: Clark Gregg
Roteiro: Clark Gregg, baseado em livro de Chuck Pallahniuk

Elenco
Sam Rockwell (Victor Mancini)
Brad William Henke (Denny)
Angelica Houston (Ida Mancini)
Kelly McDonald (Dra. Paige Marshall)

Victor é um sujeito viciado em sexo, que tem uma mãe doente em uma clínica, e que se engasga de propósito em restaurantes para ser salvo por algúem. Um sujeito bacana.

Não deve ser fácil adaptar um livro de Chuck Pallahniuk: muitas frases curtas, leitura um pouco truncada, personagens complexos. Em Choke, entretanto, Clark Gregg conseguiu organizar as diversas tramas de forma fluída e clara, sem assim perder a contundência do texto. A narração em off, um recurso não muito original, mas indispensável nessa adaptação, presenteia o espectador com informações e com opiniões que ajudam a desvendar a personalidade de Victor Mancini, como a parte onde ele diz que "até mesmo o pior boquete é melhor do que o perfume da rosa mais cheirosa ou assistir ao mais belo pôr-do-sol". Tipo de frase de efeito que permeia boa parte da película.

Paralelo a isso corre uma direção segura que, ciente dos ótimos texto e atores que tem em mãos, mantém enquadramentos clássicos e evita grandes inovações - o que facilita a identificação, pois ajuda o espectador a enxergar aquelas personagens como pessoas com problemas, e não aberrações. Clark Gregg tem confiança na sua equipe, e isso transparece ao longo do filme. O subestimado Sam Rockwell, com alguns maneirismos e um sorriso sarcástico, entra completamente no papel do sujeito cínico e perdido que acaba encontrando o que não quer encontrar. Já Brad Henke é só simpatia como o melhor amigo de Victor, e é esse carisma dele que nos leva a acreditar na amizade e confiança da dupla.

Cheio de frases de efeito e visões pessimistas do mundo, Choke consegue ser um filme atraente e que deixa o cara cheio de idéias na cabeça ao final. Questões como o papel do homem, religião, sexo desinibido, valores conservadores, preconceito e, principalmente, a complexidade das relações humanas (o Victor viciado em sexo não consegue transar com a doutora, justamente de quem ele realmente gosta). São diversos pontos, espalhados no meio de uma história atraente, engraçada e interessante, onde justamente a cara-de-pau e o cinismo do protagonista é o que nos leva a questionar a nossa própria atitude. Não chega a ser um Clube da Luta, mas cumpre o seu propósito, e cumpre bem. Em resumo, é um entretenimento que faz pensar. E não consigo encontrar melhor definição para um filme.

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Tentando endireitar
André - 23 abril 2009 - 22:32
Uma inflamação no ombro direito tem me impedido de postar - eu até tentei escrever usando apenas a mão esquerda, mas a coisa acabava ficando comunista e terminava sempre com porcos caminhando sobre duas patas.

No entanto, obviamente não passei incólume pelos acontecimentos da semana, dos quais o mais importante é, sem dúvida, a volta do Rolo Compressor, que acapachou sem piedade um esquadrão da Série C (um feito tão digno de ser celebrado quanto passar o Carnaval em Cidreira). Foi capa da Zero Hora e tudo, foto de página inteira. Aliás, as campanhas de marketing do sport club normalmente envolvem mídia maciça, e não seria diferente com o 'bicampeonato invicto' (e o time foi campeão invicto ano passado, como diz o SLOGAN?). Estou preparado para, além do inevitável luminoso, o anúncio nos jornais do Estado dizendo "Nem Pelé venceu um Gauchão invicto".

E antes que os colorados, do alto de seus polidos sapatos sulamericanos, ostentando suas impecáveis vestes mexicanas conquistadas em apenas duas vezes, com seus novos chapéus de gaúcho mais importantes do planeta, venham dizer que é dor de cotovelo da minha parte, aviso pra não perderem seu tempo: tenho um atestado médico confirmando que não passa de uma inflamação no ombro.
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Curtas
André - 19 abril 2009 - 20:40
Gran Torino - 5/5
Em sua última participação cinematográfica como ator, Clint Eastwood (que também dirigiu) despeja na tela todo seu talento dramático, cômico, intenso e seu impagável ranger de dentes. Embora a película enfraqueça um pouco aqui e ali, o resultado final é comovente (bem mais do que o manipulador Menina de Ouro, pelo menos).

Crepúsculo - 2/5
Não dá pra levar muito a sério um filme de vampiros onde o que menos tem é sangue, né?

A Vida dos Outros - 4/5
Um espião da Alemanha Oriental começa a vigiar a vida do maior dramaturgo do país - mas, assim como no BBB, o observador começa a gostar do vigiado e faz de tudo para que ele não seja eliminado do show. No entanto, ao contrário do programa da Globo, no filme as personagens são cativantes e surpreendentemente reais.

Rebobine, Por Favor - 5/5
Uma história original e criativa, uma trama bem contada, um elenco completamente alucinado, um diretor que sabe o que faz, uma homenagem aos clássicos dos anos 80, e uma declaração de amor ao cinema e à todas as experiências que um filme consegue proporcionar.

Violência Gratuita - 4/5
Interessante história sobre a fascinação absurda que a violência exerce nas pessoas e como somos facilmente manipulados pelos diretores, que brincam com a impressão do espectador como se fossem a CBF decidindo onde vai ser o último jogo da rodada do campenato. Malditos.

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i'm feeling supersonic
André - 17 abril 2009 - 22:20
Durante um dos incontáveis shows que o Oasis fez na carreira, algum fã dotado de senso de humor primário ficava apontando uma caneta laser no rosto do vocalista/marketeiro brigão, Liam Gallagher. A coisa continuou, até que o Gallagher menos talenstoso chegou ao microfone e falou em alto e bom som:

- Ei cara, se você não parar com essa merda eu desço aí e corto sua garganta com meu cartão de crédito.

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Comprando ingresso antecipado
André - 15 abril 2009 - 23:57
Universidad do Chile 0 x 2 Grêmio
Gols: Léo, 31'(1°T), Máxi Lopez, 20'(2°T)(Grêmio)
Local: Estádio Nacional, em Santigao

A partida começou meio que como uma reunião dançante, os dois lados querendo mexer os pés, mas sem muita coragem. Aí acabou o guaraná e a Universidad perdeu a timidez, partindo pra cima do tricolor gaúcho. Victor fez uma defesa aqui, outra acolá, milagreou um pouco, e os chilenos continuavam não chegando a lugar nenhum. A certa altura da pelada, Maxi Lopez ricocheteou pela esquerda, cruzou, e Jonas fez o que ele faz melhor: acertou a trave. No rebote, Léo foi sagaz e, de cabeça, largou a rechonchuda na rede. Grêmio 1 a 0.

O segundo tempo começou com os chilenos mandando ver (parênteses: por que todo time chileno tem um Rojas?), mas parando nas boas defesas do arqueiro [/elifoot] gremista e na marcação de Adílson, que chafurdava por todos os lados do campo escurraçando os atletas universitários pra longe da bola. Mas o perigo atentava contra o gol tricolor. Foi então que Souza irrompeu pela lateral esquerda, fintou um chileno e deu um lançamento que não irei macular com adjetivos mundanos, apenas direi que merece ser adorado e receber sacrifícios de virgens. Então Maxi López e seu rabo de cavalo sacolejante tocaram no cantinho do goleiro e ampliaram a vantagem tricolor.

A partir daí, foi só manter o resultado. O Grêmio morcegou a partida com experiência, garantindo os três pontos, a classificação, o primeiro lugar no grupo, a vaga mais perto da porta e a área VIP. Nada mal pra quem, até pouco tempo atrás, tinha Celso Roth.

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Contos Curtos
André - - 21:22
Eu poderia usar o velho argumento de que, hoje em dia, é preciso condensar a informação, pois ela se move tão rapidamente quanto um contra-ataque da Holanda de 74. Que as coisas estão mais diretas, e portanto reduzir é ganhar. Que ninguém mais tem tempo para ler grandes textos, pois a correria do dia-a-dia sobrepuja qualquer necessidade não-imediata.

Mas não foi nada disso. Foi apenas um insight, sem embasamento nenhum (e seguindo a idéia de que tudo se copia, ainda que inconscientemente, deve ter alguma coisa parecida por aí), uma provocação criativa que veio e eu resolvi encarar. O Twitter é um site de micro-blogging que permite apenas posts de 140 caracteres. Nada além. Que tipo de histórias podemos construir, então, nesse suspiro de texto?

Entra lá no Contos Curtos e descobre. Sugestões e críticas são bem vindas desde que positivas, mas colaborações são mais importantes. Se tiver alguma idéia legal, alguma idéia legal de até 140 caracteres, manda pra contos.curtos@gmail.com que eu posto lá. Com os devidos créditos, prometo - desde que os créditos não tenham mais do que 140 caracteres, claro.
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Comentando no escuro
André - 09 abril 2009 - 00:05
Grêmio 3 x 0 Aurora
Gols: Rafael Marques, 31' (1°T), Maxi Lopez, 19', Réver, 36' (2°T)
Local: Estádio Olímpico Monumental, Porto Alegre

Por motivos profissionais, não pude comparecer ao estádio e, consequentemente, não assisti à partida. Portanto, tentarei adivinhar o que aconteceu:

O Grêmio entra em campo sem Jonas, suspenso, Alex Mineiro e Ruy, lesionados, e Celso Roth, chutado da equipe como um cachorro que se atraca nas latas de lixo dos restaurantes. O Aurora entra em campo com máquinas fotográficas, filmadoras, camisetas floridas e bonés, pois turismo é a única coisa que eles realmente poderiam fazer aqui.

O jogo começa truncado. A linha de impedimento da equipe do Aurora, postada dois passos à frente da linha do gol, segura a barra. O Grêmio perde uma chance atrás da outra, e da outra, e da outra, e da outra, e da outra, e da outra, e das outras. O toma-lá-dá-cá segue até que Rafael Marques, que até hoje nunca havia usado a cabeça direito, coloca o Grêmio na frente.

O segundo tempo começa com a mesma lenga-lenga. Após o nonagésimo chute na trave, Herrera vai até o Chuí buscar a bola e alça a gordinha na área. Maxi López, em câmera lenta, pula, posa para a foto e despeja uma cabeçada diga do Oscar de Direção de Arte. É o terceiro gol na carreira do ex-chiquitita.

Já na finalera, quando a galera se arrasta em campo e combina aquele chope depois da partida, a bola se pôs (inevitável) na área do Aurora, quicou aqui, sambou acolá, até que Réver, de TRICICLO, direcionou a pelota para o fundo das redes. Se o tricolor não mostrou um futebol vistoso, ao menos o jogo mostrou que quem impedia os gols do Grêmio na Libertadores era o bigode fugitivo de Celso Roth.

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Sessão "ah, vida real"
André - 05 abril 2009 - 21:44
Como seriam os cinco últimos vencedores do Oscar se tivessem uma abordagem ao menos levemente calcada na realidade:

Quem Quer Ser Um Milionário?
Baseado em um livro do Khaled Hosseini, o filme contaria a história de um garoto afegão que, após sofrer na vida tal qual os gremistas com Celso Roth, chega à final de um programa de perguntas e respostas, podendo ganhar um milhão de (moeda local). No meio do caminho, ele iria se deslumbrar com o sucesso, fazer trancinhas no cabelo e cogitar a transferência para algum show televisivo europeu. Logo, se envolveria com drogas, pessoas de má índole e voltaria ao Afeganistão para se recuperar por seis meses antes de voltar à Europa.

Onde os Fracos Não Têm Vez
Um psicopata com um penteado que faria os anos 80 reluzirem de elegância sai matando a galera à rodo, sempre se pirulitando da cena do crime sem deixar vestígios. Entretanto, quando ele joga uma menina do alto de uma janela, a mídia entra em polvorosa, o povo sai às ruas para clamar por justiça, o Fantástico torna o assassinato pauta principal de seus próximos quinze programas e notícias irrelevantes a todo momento são expostas em portais da internet como revelações bombásticas. Com todo mundo em cima dele e se esquecendo que outros crimes são cometidos, o psicopata vê a situação tornar-se insustentável - então, para sobreviver, muda de profissão e vira cabeleireiro.

Os Infiltrados
Um policial se infiltra em um grupo de mafiosos; um dos mafiosos se infiltra na polícia; como todos os mafiosos querem se dar bem, deduram o policial; como todos os policiais são corruptos e detestam concorrência, deduram o mafioso; todo mundo morre em um tiroteio que faria a Guerra das Termópilas parecer um karaokê; Guy Ritchie seria o diretor.

Crash
Diversas histórias e personagens se cruzam, fazendo a galera dizer o tradicional "essa cidade é um ovo". Como as tramas envolvem racismo, o governo tem a genial idéia de fazer cotas para os negros entrarem na universidade federal, o que o coloca junto com todas aquelas empresas preocupadas com responsabilidade social e tudo mais que possa ser usado como propaganda positiva. Mas todos se juntam e esquecem temporariamente as diferenças quando a seleção vai jogar na cidade pelas eliminatórias da Copa.

Menina de Ouro
Sem nada melhor pra fazer, uma moça resolve ser lutador de boxe. Sua força de vontade para vencer o preconceito inicial de seu treinador e das outras pessoas a eleva a um símbolo do feminismo e de como as mulheres devem ser iguais aos homens, mesmo que sejam diferentes. Então, (não leia o resto se não assistiu ao filme ainda) após bater com a cabeça em um banco e ficar tetraplégica, o acidente é considerado um ato claro de machismo, e leva o governo a ter a idéia genial de fazer cotas para as mulheres entrarem na universidade federal.

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Obrigado, Lula
André - 04 abril 2009 - 00:05
Esses dias eu parei pra pensar: sou loiro, olhos claros, branco feito um comercial de Omo, classe média, estudei em escola particular, ganhava mesada, esse tipo de coisa. Faço parte daquela trupe que caminha incógnita pelas ruas, sem Iphone ou Ipod mas com algum mp3 player carregador de piano, sem roupas de marca mas com as peças inteiras, sem frescurices no cabelo e sem raspar e AMARELAR o dito-cujo. Logo, sou urbanamente invisível. Ou seja, ninguém tá nem aí pra mim, ou seja, ninguém tem preconceito contra a minha pessoa.

Vejam bem, eu sou um dos tantos que circulam por aí e simplesmente são esquecidos pelo sistema. Ninguém chega pra mim e pergunta se eu quero entrar na faculdade porque há cotas para pessoas que têm medo de jogar com outro time no Winning Eleven senão a Juventus. Não tenho um sindicato para lutar pelos meus direitos, pra conscientizar as pessoas sobre mim, pra gastar o meu dinheiro na construção de uma sede com piscina, ar-condicionado, mesa de pingue-pongue, salão de festas, quadra de SQUASH, sabem, essas coisas que melhoram a vida da população e tal. Aposto que se eu tivesse um sindicato eles dariam um jeito pra que eu pagasse só meia no cinema. Ou então viriam grandes multinacionais, com seus programas de responsabilidade social, fazer com que eu entrasse de graça nas sessões de sábado. Já até vejo os jornais, foto de um gerente de qualquer coisa apertando a minha mão, ele sorridente, eu tenso pois falta pouco para o filme começar. Podia ter um slogan do tipo "Cinéfilos: unidos, ficamos bem na fita" (melhor trocadilho). Preciso admitir: às vezes sonho com o dia que uma pessoa, ao me ver na rua, se aproxime com o dedo em riste e grite "vocês estão roubando nossos empregos, fãs de Oasis". Mas é em vão.

Há uma esperença no horizonte, entretanto. Alguém lembrou de mim. Pois esses dias o presidente Lula, sem mais nem menos, me culpou pela crise mundial. E eu não fiz nada. É sério. A menos que alguém prove uma possível relação entre a coluna Peliculosidade e a crise mundial, sou inocente. E com essa carta na manga, posso agora gritar a plenos pulmões: fui vítima de preconceito!


"Peguem suas tochas, meus amigos, e sigam-me até a sede do Cataclisma 14"
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maybe i don't really wanna know
André - 02 abril 2009 - 23:10
Certa feita, em um show do Oasis, o público começou a gritar implacavalmente pedindo que a banda tocasse Live Forever, single do aclamado Definitely Maybe e um clássico definitivo dos ingleses beberrões. Eis que deus-se o seguinte diálogo entre o vocalista/guitarrista Liam Noel Gallagher e os fãs:

- Vocês querem ouvir Live Forever?
- (Público em únissono) Siiiiiiiiiiiiiiim!
- Então vão pra casa e coloquem o disco, é a faixa três.

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