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Obrigado, Lula
André - 04 abril 2009 - 00:05
Esses dias eu parei pra pensar: sou loiro, olhos claros, branco feito um comercial de Omo, classe média, estudei em escola particular, ganhava mesada, esse tipo de coisa. Faço parte daquela trupe que caminha incógnita pelas ruas, sem Iphone ou Ipod mas com algum mp3 player carregador de piano, sem roupas de marca mas com as peças inteiras, sem frescurices no cabelo e sem raspar e AMARELAR o dito-cujo. Logo, sou urbanamente invisível. Ou seja, ninguém tá nem aí pra mim, ou seja, ninguém tem preconceito contra a minha pessoa.

Vejam bem, eu sou um dos tantos que circulam por aí e simplesmente são esquecidos pelo sistema. Ninguém chega pra mim e pergunta se eu quero entrar na faculdade porque há cotas para pessoas que têm medo de jogar com outro time no Winning Eleven senão a Juventus. Não tenho um sindicato para lutar pelos meus direitos, pra conscientizar as pessoas sobre mim, pra gastar o meu dinheiro na construção de uma sede com piscina, ar-condicionado, mesa de pingue-pongue, salão de festas, quadra de SQUASH, sabem, essas coisas que melhoram a vida da população e tal. Aposto que se eu tivesse um sindicato eles dariam um jeito pra que eu pagasse só meia no cinema. Ou então viriam grandes multinacionais, com seus programas de responsabilidade social, fazer com que eu entrasse de graça nas sessões de sábado. Já até vejo os jornais, foto de um gerente de qualquer coisa apertando a minha mão, ele sorridente, eu tenso pois falta pouco para o filme começar. Podia ter um slogan do tipo "Cinéfilos: unidos, ficamos bem na fita" (melhor trocadilho). Preciso admitir: às vezes sonho com o dia que uma pessoa, ao me ver na rua, se aproxime com o dedo em riste e grite "vocês estão roubando nossos empregos, fãs de Oasis". Mas é em vão.

Há uma esperença no horizonte, entretanto. Alguém lembrou de mim. Pois esses dias o presidente Lula, sem mais nem menos, me culpou pela crise mundial. E eu não fiz nada. É sério. A menos que alguém prove uma possível relação entre a coluna Peliculosidade e a crise mundial, sou inocente. E com essa carta na manga, posso agora gritar a plenos pulmões: fui vítima de preconceito!


"Peguem suas tochas, meus amigos, e sigam-me até a sede do Cataclisma 14"
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