Schopenhauer, um dos nomes proeminentes e talentosos surgidos na Alemanha ao longo da história - ao lado de sujeitos como Nietzsche, Einstein e SCHWEINSTEINGER -, tocava o terror nas pessoas que liam demais, com frequência estonteante, sem dar sequer um suspiro entre um livro e outro. Para o velho SCHOPE, essas pessoas não possuíam pensamentos próprios; ficavam saltando de um lado para outro em busca dos pensamentos de OUTRÉM, evitando aquilo que é chamado de "ócio criativo" e que permite a você ter um insight para chamar de seu.
O mesmo se aplica a esses aparelhos pequenos, comunicáveis e touchscreen que chamamos de "telefones inteligentes", mas em inglês, porque daí parece que eles são ainda melhores, já que tudo em inglês é melhor. Eles permitem que a gente passe o tempo todo conectados, assimilando informação, indo atrás da nova sensação tosca da internet, porque aparentemente só as coisas toscas fazem sucesso no mundo virtual. Parece que cada vez mais diminui o espaço reflexivo, onde a pessoa fica a sós com as ideias e revira elas, descobre quais prestam e quais não, junta duas para formar uma, enfim, para um segundo para prestar atenção aos seus próprios pensamentos - uma das principais funções exercidas pelo banheiro ao longo dos séculos (não à toa Arquimedes deu o famoso grito de "eureka" quando estava em um banheiro).
Não que eu não aprecie toda a tecnologia dos smartphones e as melhoras que eles trouxeram para a sociedade (tem um aplicativo, por exemplo, que mostra todos os jogos de futebol do dia em várias ligas de diferentes países), não é isso. Apenas me parece que, por algum motivo, surgiu a convenção de que estar sempre conectado é melhor do que não estar conectado. Às vezes é bom dar um tempo: pensamentos confusos começam a tomar forma, ideias vão sendo construídas, e pode-se acabar com um novo projeto, uma nova solução, talvez até mesmo um novo caminho. Na pior das hipóteses, um post novo no blog.
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