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Mostra, cinema, São Paulo
André - 30 outubro 2012 - 18:40
Na semana passada, embarquei em uma peregrinação por todas aquelas ruas de São Paulo que aparecem no Banco Imobiliário, alternando cinemas e bares para conferir filmes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e provar aquela conhecida felicidade diluída em álcool e cevada (na verdade, graças à programação de última hora, consegui assistir apenas a seis filmes - se vocês quiserem uma cobertura realmente boa da mostra, confiram os perfis do Pablo Villaça, Ânderson Rodrigues e Márcio Sallem). Mas enfim, vamos a curtos e irrelevantes comentários sobre os filmes assistidos:

Saudações de Tim Buckley - 2/5
Poucas vezes na vida vi um protagonista tão chato e irritante quanto o Jeff Buckley deste Saudações de Tim Buckley. Mudando de personalidade de acordo com as necessidades do roteiro - Jeff uma hora está brabinho, e, logo depois, canta em uma loja de discos - e com o ator Penn Badgley usando a expressão "FAZENDO BIQUINHO DE BIRRA" como muleta de interpretação, Jeff é um grande buraco negro que suga todo o filme com ele. Não que exista muito o que sugar, já que o roteiro não desenvolve bem as tramas, preferindo atirar cenas à esmo (em certo momento, uma personagem diz "eu só gostaria de viver aquela noite de novo", e jamais fica claro a qual noite o sujeito está se referindo) e investir em flashbacks cuja única função é não fazer sentido nenhum. Com a direção burocrática, a única coisa que salva mesmo é a atuação carismática e a beleza ACACHAPANTE de Iomegn Poots, que deixam o espectador de coração quente - ao menos até ela sair de cena e a abordagem desafinada de Saudações de Tim Buckley voltar a tomar conta.

Soldier/Citizen - 4/5
Após cumprirem os dois anos no exército, os soldados israelenses sem diploma do ensino médio podem fazer um curso de três semanas para adquirir o canudo. O documentário Soldier/Citizen acompanha um grupo que realiza esse curso, centrando principalmente em uma aula de Direitos Cívicos, onde os militares discutem com o professor uma série de questões políticas. Assim, é uma obra repleta de falatório, ainda que aqui e ali a diretora mostre um pouco da rotina do lugar (jogar cartas, playstation, ver TV, essas coisas que pessoas desarmadas também fazem). E é interessante - muito interessante, na verdade - ver como a mentalidade BARBUDOS JOGAM BOMBAS se desenvolve em temas como direitos humanos. Dá pra perceber que aquelas pessoas não são más no sentido CBF da palavra, mas cresceram aprendendo a odiar a turminha de Alá. Uma visão intensa e bastante esclarecedora de um dos lados daquele conflito aparentemente eterno, se aprofundando além dos estereótipos fáceis e jogando questionamentos difíceis na cabeça do espectador. Como um dos soldados mesmo falou, "Aqui o conflito envolve religião. Eles aprendem a nos odiar, e nós aprendemos a odiar eles, talvez até mais".

Gente Fina - 3/5
Gente Fina é daqueles filmes que, se passando em um universo que pende para o absurdo, cujas personagens possuem características marcantes o suficiente para gerar humor. Assim, a película consegue ser bastante divertida sem aquela coisa de "VAMOS BOTAR UMA VELHINHA MOSTRANDO O DEDO DO MEIO ISSO É ENGRAÇADO", investido em sacadas genuinamente engraçadas. É uma pena, portanto, que a trama e a direção sofram de crise de labirinto, tornando-se completamente desorientadas em alguns momentos (certas elipses fazem a história saltar bizarramente, e o filme aqui e ali simplesmente ignora eventos importantes), além de colocar dramas de SUPETÃO no meio da balbúrdia. Ainda assim, vale pelas risadas e pelo elenco.

Desculpe Incomodar - 2/5
Se o universo de Gente Fina pende um pouco para o absurdo, o de Desculpe Incomodar se regozija nele, envolvendo cachorros, diretores de teatro e sonâmbulos em uma viagem bem fotografada (as cores fortes e os enquadramentos elegantes saltam aos olhos), mas com um roteiro pouco inspirado e calibrado. Na real, existem bons momentos e reviravoltas impactantes, mas parece não existir uma linha narrativa principal - a história do pai da Helene, por exemplo, é largada de mão na metade para depois surgir do nada em um diálogo e, tal qual o segundo lugar de uma competição, ser logo esquecida. Assim, Desculpe Incomodar parece mais um aglomerado de cenas esquisitas, sem saber direito qual direção tomar ou como amarrar as tramas (algo que o filme faz de forma desonesta no final, sem revelar uma informação ao espectador). O elenco é assaz competente, entretanto, e a trilha é vitoriosa ao extremo, ajudando a criar uma intensidade sempre que possível. Pena que o resto não ajuda muito.

111 Garotas - 3/5
Durante muito tempo deliberei sobre o que pensar a respeito de 111 Garotas. Quer dizer, é um filme bem dirigido, fotografia bacana, divertido, engraçado, com ótimas sacadas e atuações. Só que alguns desses elementos contrastam com o plot, o início e o final do longa, que são extremamente dramáticos e com uma carga pesada. Assim, a película é bastante envolvente e cativante, mas a toda hora tem aquela parte paranóica do cérebro que fica dizendo "peraí, essas minas querem se matar, isso é coisa séria", o que compromete um pouco a coisa toda. No geral, 111 Garotas funciona muito bem e é bastante único e curioso para valer uma olhada, principalmente se você é uma daquelas pessoas que não levam suicídio em massa muito a sério.

As Vantagens de Ser Invisível - 3/5
(não faz parte da mostra, é do circuito "tradicional", mas, como assisti, resolvi comentar)
Imaginem um daqueles típicos filmes de colégio americanos escritos pelo TUMBLR e vocês têm As Vantagens de Ser Invisível. Todos os elementos estão lá - a necessidade de ser aceito, os grupos sociais, o professor legal, os bailes, os deslocados que na verdade são os mocinhos -, apenas maquiados com trilha alternativa e aquela coisa meio "carpe diem dessaturado" que tomou de assalto a galera hipster. Mas é uma produção eficiente, dinâmica, que na maior parte do tempo é interessante e prende o espectador (principalmente graças à atuação de Ezra Miller e da Emma Watson). A vaca vai pro brejo quando entram os conflitos, que, completamente forçados, parecem ter sido colocados ali só porque algum produtor achou que a coisa ia ficar muito INSTAGRAM e um pouco de infelicidade era necessária - sem contar que os acontecimentos envolvendo Charlie no terceiro ato destoam por não terem sido bem trabalhados ao longo da projeção, resultando em uma tentativa fracassada de catarse dramática. Mas o resultado final é bastante agradável e certamente fará você sair do cinema sentindo-se bem e único. Além disso, Emma Watson.
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