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O Colecionador de Colecionadores
André - 08 julho 2012 - 23:51
Dizem por aí que não se julga um livro pela capa (atitude que questionei aqui), mas e pelo nome? Dia desses eu estava navegando pelas prateleiras da Saraiva do Praia de Belas, provavelmente procurando algum Borges ou Castañeda, quando me deparei com um título de livro intrigante: O Colecionador de Colecionadores. Puxei a obra como se ela fosse um atacante dentro da área e eu um zagueiro amador e constatei que era uma sinopse interessante (ali dizia que o livro era narrado em primeira pessoa e sob o ponto de vista de um vaso, um vaso milenar, que agora tem como dono Rosa, uma especialista em relíquias que trabalha verificando o valor das mesmas), tirei o cartão da carteira e resolvi praticar um pouco de capitalismo.

O Colecionador de Colecionadores obviamente tem um pé no absurdo, uma vez que é narrado em primeira pessoa por um objeto inanimado. Assim, as relações, acontecimentos e histórias possuem liberdade para seguir pelo caminho que quiserem - o que, dada as experiências pelas quais um vaso com milhares de anos já passou e a criatividade ensandecida do autor Tibor Fischer, resulta em histórias devastadoramente divertidas, diferentes, irônicas, espertas, surpreendentes, engraçadas, trágicas e muito mais. Da mesma forma, Fischer povoa o tempo "presente" da balbúrdia com personagens completamente ensandecidas (tem uma mina que se chama "Trambolho", por exemplo), que jamais seguem um padrão ou agem de forma que faça o leitor apontar e dizer "rá, eu sabia!", tornando-se ainda mais interessantes - o momento onde descobrimos o que Rosa esconde em uma casa mais afastada, por exemplo, é tão chocante que vai aumentar sua conta de luz em uns 60%.

Narrada em frases que chegam a suar de inspiração (quando algo acontece do outro lado do mundo, não acontece "muito longe", ou "em outro continente", e sim "a dois naufrágios de distância"), a obra fisga o leitor com tanta intensidade quanto as fotos da Carolina Dieckmann nua (ok, um pouco menos, talvez). É muito fácil e divertido IRROMPER pelas páginas, percebendo que trama e estilo narrativo convergem de forma perfeita e sincronizada em direção à vitória. Tipo de coisa que deixa o cara quase babando de vontade de acabar de ler, sentar no computador e escrever alguma outra coisa sensacional (que nunca acontece, mas o sentimento é muito legal).

Coisa mais original, interessante e criativa que passou pelas minhas mãos em muito tempo, O Colecionador de Colecionadores foi uma excelente surpresa, atingindo o grau máximo de FSPTEDBC (Felicidade Súbita Por Ter Encontrado Dinheiro no Bolso da Calça). E, assim, consolidou uma nova forma de avaliação do potencial de uma obra: se não conhecer o autor e não se decidir se a capa é legal ou não, vá pelo título. É batata.
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