E tem aqueles momentos onde simplesmente dá vontade de criar alguma coisa, mas sem saber exatamente o que - no meu caso, no atual momento, é um post de blog. É meio que uma onda de inspiração que atinge o corpo, sem jamais esquecer, claro, que inspiração não é sinônimo de "resultado" ou "trabalho bom". Uma sensação bastante esquisita, admito. Tipo aquela quando perguntam quais são as tuas músicas favoritas: o cara sabe que a solução está em algum lugar, mas parece impossível encontrar.
Momentos como esse são um trator alugado para esmagar impiedosamente a auto-estima até ela ficar tão insignificante quanto a seleção de futebol da França. De repente o sujeito é invadido por uma sensação de que está prestes a criar algo genial, atemporal, uma daquelas obras que daqui a anos estarão enfeitando museus e atualizações de status no Facebook, e acaba sentando em frente a uma zombeteira tela em branco, olhando para os lados enquanto tenta puxar um insight de alguma gaveta ou prateleira (jamais acontece. Gavetas e prateleiras simplesmente não são solidárias a esse ponto).
Se eu trabalhasse como roteirista dos Simpsons, poderia acabar o texto com alguma conclusão do tipo "moral da história: fuja da inspiração para fugir da decepção", mas a FOX ainda não me descobriu. O jeito vai ser ficar por aqui saboreando o gosto agridoce da palavra "quase" - o que, por si só, já dá uma sensação legal de "eu realmente tentei criar algo inspirado, mas fui impedido pela inspiração". Paradoxos, esses eternos salvadores de textos mal desenvolvidos e afogados em ideias vagas. |