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Crônicas da Discoteca - 2
André - 27 janeiro 2011 - 19:54
A vida é repleta de momentos de definição. Tem o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro carro, a primeira vez que o cara torce contra a seleção de futebol de seu próprio país. E, nessa dança do Tom Hanks no piano que eu chamo de vida, um dos momentos de definição possui um nome bastante conhecido e estiloso: Basket Case. Exatamente. Se, como eu já falei, a trilha sonora de Godzilla foi a criação e o rascunho da minha paixão por música, Basket Case foi a ARTE-FINAL que imprimiu de vez essa característica no meu coração. Ainda lembro de uma viagem do colégio para Santa Catarina na oitava série onde, enquanto todos faziam arruaças pelo ônibus, eu, com um DISCMAN à tiracolo, fazia o Dookie girar feito um carrossel anabolizado, ouvindo e reouvindo a canção número sete (vocês já repararam que a canção número sete normalmente é uma das melhores dos discos?). Claro que acabei descobrindo muito mais, como o refrão grudento de She, a letra esquisita de Having a Blast, a explosão de Burnout, o hino When I Come Around, o poder total em Emenius Sleepus e a incapacidade do Billy Joe de articular palavras.

Uma vez de volta a Porto Alegre me senti compelido em virar fã do Green Day. Mas curiosamente não fui atrás do Dookie, e sim do Nimrod, pois na época a baladaça Time Of Your Life tocava até em elevadores. E, como a  banda estava em chamas, canções tipo Uptight/Last Ride In, The Grouch, Redundant, Scattered e outras tomaram meu coração de assalto. Havia até mesmo a tradução musical da expressão "verdade absoluta" com Nice Guys Finish Last. E a endiabrada Worry Rock, com suas notas fáceis e vocal cativante que, até hoje, é uma das minhas favoritas. Daí eu, na época magrelo, meio nerd e tendo um aproveitamento ridículo com o sexo oposto, comecei a achar que era punk. Não que eu tenha feito um moicano ou coisa do gênero, mas sabe como é, eu me considerava esperto por gostar de música underground (provavelmente pra compensar a história do sexo oposto). E atirava aos tigres qualquer pessoa que ousasse chamar a banda de "pop". Ora, o que é isso? Green Day é punk, cara. É anti-mainstream. É a revolução dos oprimidos! Eles xingam na televisão, pô!

Eis que inevitavelmente - e contra a minha vontade - cresci. E nesse processo o Green Day, como diversas coisas da adolescência, ficou pra trás - até porque a atitude antes considerada "rebelde" passou a soar apenas como idiota e parte de uma cuidadosa construção de imagem. Entretanto, quando fiquei velho o suficiente para entender o significado da palavra "saudosismo", voltei às audições da banda californiana, se não com a mesma frequência, ao menos com o mesmo apreço por cada nota. Até mesmo os dois últimos discos, American Idiot e 21st Century Breakdown, se mostraram bem melhores do que eu imaginava, o que culminou com uma ida ao épico e devastador show do Green Day em Porto Alegre. Prova de que música boa consegue atingir a gente de duas formas diferentes em duas etapas diferentes da vida. E, seja na juventude ou na pós-juventude, é impossível ouvir tais canções sem fechar os olhos e cantar junto.

É claro que o já citado processo de ADULTIZAÇÃO que deixou a banda meio de lado na minha vida veio com novos sons, novas descobertas, novas sensações. Mas isso vocês descobrirão apenas no post Crônicas da Discoteca III ou Quem são esses caras de camisa de flanela e que não penteiam os cabelos?

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