uno, dos, tres...
André
Bruno
Kleiton
Laura
Leandro
Rafael
Thiago
14

hello, hello!
Cão Uivador
Dilbert blog
Forasteiro RS
GPF
Improfícuo
La'Máfia Trumpi
Limão com sal
Malvados
Moldura Digital
Notórios Infames
PBF archive
Wonderpree

hola!
Feliz Segunda-Feira
Pontaria falha
Série "Todo Mundo em uma Ilha"
Tudo errado
Curtas
Criacionismo
Série "Todo Mundo em uma Ilha"
O Top 5 dos corações vingativos
Só no visual
É ferro na boneca

Swinging to the music
A 14 Km/seg
Expressão Digital
Peliculosidade
Suando a 14
Tá tudo interligado
Cataclisma14 no Pan
Libertadores 2007

dónde estás?


all this can be yours...





RSS
Você não aguentaria a verdade
André - 18 maio 2010 - 22:26
No último sábado, antes de encarar toda a tortura de assistir ao CORINTHIANO Robin Hood, fui obrigado a corajosamente enfrentar algumas léguas de fila. Foram 30 minutos de pura tensão matemática e física, onde a necessidade me obrigou a criar uma fórmula própria utilizando o espaço, o tempo, a média percorrida e a lerdeza das pessoas na hora de escolher um pontinho verde na tela e dizer "quero esse" (a propósito, qualquer coisa que envolva um número grande de pessoas e tecnologia fatalmente dará muito errado, e as probabilidades de a humanidade ser extinta por uma velhinha tentando sacar dinheiro no caixa eletrônico são gigantescas).

Mas números realmente não são meu forte, como comprova meu saldo bancário. E na ansiedade de decidir ou não se o tempo se mostraria um amigo que me dá temporadas dos Simpsons de presente ou um inimigo dirigindo uma linha de ônibus da qual necessito para me locomover, percebi que aquele seria o lugar perfeito para um devastador estudo da personalidade humana, caso minhas condições financeiras não fizessem a Grécia atual parecer a Caixa Forte do Tio Patinhas (o que nos leva de volta à derrota com os números e ao saldo bancário, fechando o círculo vicioso). A balbúrdia seria mais ou menos a seguinte: eu iria trapacear e furar a fila, no melhor estilo POLÍTICO ELEITO DEMOCRATICAMENTE, pegando um lugar bem ali na crista da onda e me certificando de que chegaria na bilheteria a tempo.

"As pessoas terão seus ânimos acirrados e tentarão resolver tudo em um sangrento confronto físico ou um jogo de futebol sem câmeras", dirão vocês. Calma, é aí que entra a minha intelectualidade devastadora. Pois antes de cometer o ato criminoso eu abordaria cerca de 60% da multidão, de forma aleatória, e daria a estas pessoas uma soma em dinheiro suficiente para que apoiassem a minha realocação. Dessa forma, apenas uma minoria se revoltaria com a atitude. Ou seja, em caso de confronto físico, eu estaria em vantagem; no caso de alguma intervenção externa, eu teria provas de que a maioria decidiu por aquela opção, e como vivemos em um estado democrático, eu estaria em vantagem; e caso alguém chamasse o gerente e choramingasse pra ele, em uma tentativa patética de recuperar posições e me mandar para o SOE, 60% da multidão estaria disposta a jurar pela vida que eu já ocupava aquele lugar, e o gerente não acreditaria caso dissessem "ah, o fulano pagou a galera pra mentirem por ele", porque, convenhamos, é uma história ridícula demais e apenas uma mente doentia cogitaria levá-la a sério. No final das contas, ao invés de meia hora eu gastaria apenas cerca de dois minutos, e poderia sentar tranquilamente na sala e não perderia os minutos iniciais do filme (o que nem foi tão desvantagem, considerando a qualidade do mesmo).

Melhor do que o conforto, entretanto, seria o poder: caso tivesse posto tudo isso em prática, eu teria uma prova prática, palpável, bem na minha frente, de que para transformar uma mentira em verdade são necessários apenas alguns trocados.
Comentários: 3