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Só no visual
André - 02 maio 2010 - 22:55
Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)
2/5

Direção: Tim Burton
Roteiro: Linda Woolverton, baseada em livros de Lewis Carrol

Elenco
Mia Wasikowska (Alice)
Johnny Depp (Chapeleiro Maluco)
Helena Bonham Carter (Rainha Vermelha)
Anne Hathaway (Rainha Branca)

Prometida em casamento a um estereótipo de "vamos colocar um SONGAMONGA de noivo pro público não se sentir mal quando ela quebrar o coração dele", e constantemente questionando todas as convenções sociais da época, a jovem Alice acidentalmente se precipita por uma toca de coelho e cai em um mundo fantasioso. Descobrindo que lá o buraco é literalmente mais embaixo, ela tem que se unir a CGIs e personagens maquiadas pra destronar a malvada Rainha Vermelha.

Quando foi anunciado que Tim Burton adaptaria a clássica história de Lewis Carrol, a galera entrou em polvorosa. Afinal, ele, um diretor acostumado a trabalhar com visuais fantásticos, que coloca um estilo pessoal no design dos filmes, enfim, um cara que pega tudo e põe um traço mais sombrio em cima, filmando uma história já totalmente fantástica. E foi exatamente isso que ele fez em Alice - mas só isso. Tipo, jogou as características burtonianas na película e, enquanto pensava em uma maquiagem estranha o suficiente pro Johnny Depp, deixou AO LÉU o resto da balbúrdia.

Começa que a trama provavelmente foi bolada por algum roteirista da série 24 Horas, pois foca alucinadamente na ação: Alice está aqui, precisa fazer isso, então ela vai pra lá e faz aquilo, entra infiltrada em um castelo, assim por diante. Simplesmente não há espaço nenhum para que o espectador realmente conheça aquelas personagens e seja cativado por elas. Por exemplo, quando o Chapeleiro Maluco toma uma decisão que o deixa em maus lençóis em prol de SALVAGUARDAR Alice, aquilo soa tão forçado quanto propaganda de creme dental. E o filme é uma sucessão de situações onde o roteiro entra chutando a porta e fazendo a coisa do jeito que ele quer e mostrando o dedo do meio pra fluidez da história e azar do goleiro.

Cenário do filme ou explicação para os delírios visuais de Tim Burton?

Mas isso não passa de um bando de chocarrices, porque o canal mesmo é ver Tim Burton aplicando sua imaginação devastadora em um mundo já fantasioso, certo? Er.. não muito. Visualmente, Alice no País das Maravilhas é competente - com exceção do Valete e seus movimentos dignos de virar dancinha dos jogadores do Santos, os CGI são bem feitos e competentes. As paisagens são vastas e sombrias. A cabeça da Rainha Vermelha é desproporcionalmente interessante. E é justamente nesse ponto que a cobra fuma: tudo está apenas ok, convencional, sem nenhuma solução visual inventiva ou significativa. Titio Burton fez o arroz com feijão que se espera dele e picou a mula. Estão lá os galhos tortos, os cemitérios, Johnny Depp, tudo muito bacana, mas cabe aqui a expressão "eu já vi esse filme antes". Apesar de estar tudo no lugar, não há nenhuma sequência ou momento ou imagem ou nada assim que seja memorável. Soma-se isso ao roteiro esdrúxulo e aos seis reais a mais que você pagou pra ver em 3D, e pronto, decepção total.

Como Alice, Mia Wasikowska é gatinha e não vai muito além disso. Pronuncia as falas com a monotonia de um professor de matemática, o que não combina muito quando a moça está vendo GATOS DESAPARECEDORES à sua frente. Johnny Depp, por sua vez, faz uma mistura de Jack Sparrow, Willi Wonka e BOZO, e como o roteiro é uma sucessão de derrotas, o ator pouco consegue fazer para tornar o Chapeleiro Maluco algo além de bizarrice gratuita. Aliás, isso afeta todo o elenco, com exceção da Helena Bonham Carter, que vai pras cabeças (trocadilho obrigatório) com sua rainha alucinada e divertida.

Somando tudo, Alice no País das Maravilhas parece mais um produto vendável do que um filme: Tim Burton + história fantasiosa + Disney + 3D. Como se a preocupação com o evento e o marketing fosse mais importante do que o filme em si - algo perigoso, considerando que estamos falando de um diretor com uma filmografia criativa ÀS GANHAS, e que sempre deu um toque de originalidade em tudo que fez. Se continuar nesse ritmo, pra recuperar seu prestígio Burton vai precisar de um grande às na manga.

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