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O troco
André - 27 janeiro 2010 - 22:42
É da natureza das carteiras conter três ou mais compartimentos - um para notas, um para moedas, e um para documentos de diferentes etnias (este pode se desdobrar em vários, abrigando cartões, notas fiscais, camisinhas, fotos dos filhos que nasceram porque no dia não havia camisinha na carteira, e por aí vai). Deste fato podemos inferir que são imprescindíveis os três ou mais compartimentos em uma carteira, visto que improvisar e colocar um elemento fora de seu habitat natural não costuma dar samba, como provam as partidas do Grêmio utilizando o volante Ferdinando na lateral. Ou as tentativas deste que vos fala de dançar FORRÓ enquanto etilicamente alucinado.

Dito isto, me parece absurdamente insana a forma com a qual os caixas (e as caixas também, longe de mim querer romper com aquela história de "direitos iguais") devolvem o troco após a compra. Tipo, eles pegam primeiro as moedas. E ficam segurando elas enquanto pegam as notas, porque, todos sabem, caso uma pessoa não entregue as moedas junto com as notas, ela MORRE. Então vem a cereja do bolo, a nota fiscal, e o comprador acaba recebendo tudo junto, como um sanduíche econômico. Mas e o que ele faz com isso? Exatamente: ele DESMEMBRA tudo novamente. Pois as moedas precisam ir para um compartimento, as notas para outro, e os documentos de etnia diferente para outro. É como alguém dar uma caixa cheia de Lego já montado pra uma criança.

Isso pode parecer uma simples reclamação de um blogueiro espiritualmente GERIÁTRICO, mas, nesse mundo onde cada milissegundo conta, a questão do troco é crucial. Pois dia desses, graças à GENTILEZA da caixa em unir moedas e notas, tive que fazer a SEGMENTAÇÃO enquanto corria pra pegar o ônibus - e quem me conhece, sabe que já seria sujeito a acidentes eu separar a dinheirama sentado em um banco e no vácuo. Correndo, então, coloco metade da cidade em DEFCON 1 (felizmente, tudo correu bem, graças à Cruyff. Mas foi por pouco).

Entendo que, por uma questão de facilitar a vida do consumidor, o caixa entregue tudo de uma vez, tal qual fez Réver contra o Veranópolis. Só que essa facilitação não é prática. Aconteceu a mesma coisa com as embalagens de maionese que "abriam fácil". E com os fones de ouvido que têm um fio maior que o outro. E com o novo MSN cheio de ferramentas que auxiliam na complexa e intrincada ação de PROSEAR.

Será que não há como INVOLUIRMOS para o mundo pré-facilidades? Ele era bem mais fácil.
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