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A tecnologia 3D do ctrl + C
André - 08 janeiro 2010 - 20:49
Esse post foi bolado, escrito e ilustrado (ilustrado = "fotos encontradas no Google Imagens") pelo Guto. Mas quem teve todo o trabalho de copiar e colar o html no blogger fui eu...

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Que Avatar é uma experiência estética fabulosa, todo mundo sabe. Que o roteiro, trancafiado por uma década na escrivaninha de James Cameron, se provou mais fraco que a zaga do Juventude, todo mundo também sabe. Que praticamente os elementos interessantes da história caminham vacilantes entre os limites da inspiração e do plágio, até minha avó percebeu - sendo que o último filme que a nona assistiu foi Conduzindo Miss Daisy, que ela acho muito violento.

O que vocês não sabiam até agora, estimados leitores, era a procedência das referências utilizadas pelo astuto diretor James Cameron. Portanto, em um intenso esforço interdepartamental, desvelamos as Inspirações de Avatar, munidos do mui nobre intuito de jogar mais lenha na fogueira das críticas que dividem a película entre "obra de arte" e "tremenda decepção".

Comecemos pela sinopse: Jake Sully, ex-militar enviado à uma terra inóspita em uma missão peculiar, fica dividido entre seguir as ordens superiores ou proteger o mundo que se tornou seu lar - ou seja, meio parecido com o que vimos em Dança com Lobos e O Último samurai, não? Mas esse não é um argumento muito incomum em filmes de guerra - aliás, aparece até em desenhos da Disney -, então deixamos passar.

Ocorre que nosso herói, no início do filme, encontra-se preso a uma cadeira de rodas: ficara paraplégico por razão de um acidente mal-explicado. A missão em Pandora poderá devolver-lhe os movimentos das pernas - mas uma conexão muito especial com aquele mundo acaba lhe oferecendo bem mais do que imaginava.




Nesse enrosco entram os Na'vi, habitantes de Pandora intimamente vinculados com a natureza - ou seja, a reedição do mito do bom selvagem que atravessou a filosofia e a literatura durante alguns séculos. No encontro de espécies outrora inimigas, nosso herói descobrirá um grande amor.



Um toque de Gygax & Arneson, talvez, mas James Cameron bebe direto na fonte:



Durante a jornada, Jake Sully se aliará a uma criatura mitológica que só aceita ter um único cavaleiro por toda a sua vida:



Assim como naquela outra história:



Ao combater o exército invasor, Jake se mostrará um líder nato, unificando os clãs dispersos para sobrepujar a superioridade do adversário – o que, como sabemos, já foi feito por um outro protagonista de cara azul.



No final, Jake Sully terá se provado um bravo guerreiro, os humanos adquirirão consciência ambiental, Neytiri ganhará um grande amor e os Na'vi poderão voltar ao seu lar. Coragem, cérebro, coração, casa. Onde eu já vi isso mesmo?



Todavia, o maior volume de inspirações reside justamente na arte conceitual - a essência visual, exatamente o ponto forte do filme. Para seguir nessa investigação, precisamos ter em mente que James Cameron é um homem que gosta de se autorreferenciar. Tomemos, como exemplo, um dos traços mais marcantes de Pandora: a bioluminescência. Todos os seres daquele mundo emitem um brilho singular; cada folha de cada árvore emana sua própria vida em forma de luz. Cores abundantes brotam dos lugares mais improváveis...



... como em O Segredo do Abismo, de onde saiu a imagem acima (pensaram que era a Árvore das Almas, né), que James Cameron produziu em 1987. Naquele tempo, J.C. já estava envolvido com a produção de O Exterminador do Futuro, cuja tecnologia...



... seria transportada diretamente da SkyNet para os militares de Pandora...



... que não nutriam grande amizade com a fauna local...



... como naquele filme envolvendo um outro mundo perdido.



Mas esse não seria um filme de James Cameron se não tivesse robôs. Alien tem robôs, a franquia Terminator é repleta de robôs, até Titanic tem robôs para ajudar a achar o navio no começo do filme. E, convenhamos, esse também costuma ser um dos pontos fortes das produções de Cameron - ainda tenho pesadelos com o primeiro T-1000 de metal líquido. Com toda a tecnologia e criatividade disponível (que o diretor sem nenhuma dúvida possui), Avatar poderia apresentar algo absolutamente inovador. E, no entanto...



Esses são os mechas de Cameron. Que se parecem muito com...



... as unidades de defesa de Zion em Matrix, que foram inspiradas...



... nos veículos de Battletech, que por sua vez serviram de referência para Cameron em um filme anterior que também tinha a Sigourney Weaver.



Minha conclusão pessoal: nada disso invalida o fato de que Avatar é um grande filme. Cameron, tomando inspiração e surrupiando elementos de produções anteriores (às vezes discretamente, outras nem tanto), consegue armar um universo ao mesmo tempo fantástico e verossímil. Que essas referências estejam razoavelmente bem amarradas só reafirma a habilidade do diretor - aliás, a qualidade da coisa toda. Não vejo como não considerá-lo um dos maiores filmes da década, daqueles de comprar o DVD para assistir com os filhos dentro de alguns anos.

Agradecimentos ao André, que botou pilha para tocar adiante esse post, mencionando uma ou outra referência que havia me escapado. Há trocentas outras, que evitamos incluir por questões de espaço ou pungência; se serve de indicação para aqueles com ainda mais curiosidade, não posso deixar de recomendar que detenham-se minimamente nas produções japonesas, tanto de anime e mangá quanto de games.
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