Minha cabeça é praticamente uma biblioteca uma LISTA DE MP3 NO IPOD de idéias. Elas vêm de forma devastadora, sem tomar conhecimento do resto, e tomam o lugar de coisas desimportantes, como, por exemplo, qualquer equação matemática que não seja a fórmula de Báscara. E a maior parte delas, pra não dizer todas, jamais será colocada em prática, seja por preguiça (como um livro intitulado Lista de Idéias Geniais que Jamais Colocarei em Prática) ou por esquecimento mesmo (como...).
Uma delas é um jornal chamado O Despautado. Na verdade, o nome não tem tanto a ver, é mais pra causar efeito e tal (eu imaginei uma edição impressa do jornal acompanhada de uma fita com o discurso do Al Pacino em Perfume de Mulher, terminando com um locutor dizendo "esse foi Al Pacino, direto para O Despautado", pra causar impacto. Mas divago). A idéia, basicamente, era montar um veículo de comunicação que noticiasse as coisas cerca de dois meses após elas ocorrerem. Assim, o O Despautado não seria mais um tablóide que tenta socar um mocotó de informações irrelevantes na boca do público; ao invés, iria investigar a fundo, olhar debaixo do tapete, procurar no Google usando expressões entre aspas e, principalmente, chamar a atenção pros assuntos quando todo mundo já tiver esquecido deles. Ninguém mais liga pro dinheiro na cueca de uns e outros? O O Despautado iria lembrar. O planeta superou de forma rápida demais o fato de que The Wrestler, do Bruce Springsteen, sequer foi indicada ao Oscar de melhor canção? O O Despautado denunciaria esse crime contra a humanidade. Você considerou o Fábio Rochemback uma excelente contratação pro Grêmio? O O Despautado esfregaria na sua FUÇA a sua falta de visão futebolística.
A idéia é boa, admitam. Mas há uma falha lógica na execução, citada lá em cima, no primeiro parágrafo: eu esqueço das coisas. Com frequência. E isso seria um problema pra um veículo que se dispõe a... bem, lembrar das coisas. Portanto, tomado pelo sentimento de WIKIPÉDIA, venho aqui oferecer gratuitamente minha idéia a quem quiser. Soltar ela no mundo. Deixar ela voar como o vento. Fazê-la clichezar com os clichês. Enfim, jogar pro alto e ver se alguém pega. E não pedirei nada em troca, nenhum dinheiro, nenhuma fama. Apenas, caso um dia o jornal fique conhecido e a equipe vá cobrir alguma festa Hollywoodiana, ao avistarem a Scarlett Johansson, dêem um suspiro, balancem a cabeça de forma afirmativa e citem meu nome como "o revolucionário que teve a coragem de tentar mudar o mundo". Apenas isso. |