Em uma ação digna de figurar nas páginas do Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, um bando de mulheres laranjas saiu às ruas de Porto Alegre protestando contra a proibição do bronzeamento artificial. Aparentemente ignorando a existência daquela bola amarela e enorme lá no céu, ou descartando-a apenas por ser um serviço público (coisa de pobre e tal), a matilha de loiras cruzou as ruas com cartazes do tipo "sou dona do meu corpo", "o mundo libera? o Brasil proíbe?" (também não saquei a pontuação), e o meu favorito, "voltamos à ditadura". Acredito que todos lembram das constantes intervenções do governo militar em questões estéticas, e como foi isso que tornou aquele período da história o horror, o horror. Loiras pedem privatização do Sol, e só não queimaram sutiãs porque marquinha de bronzeamento é sexy.
É a mais intensa e pertinente manifestação desde que o sindicato das pombas exigiu árvores com mais galhos. Achei que a brigada fosse sair descendo o cacete, como sempre - o que seria irônico, já que as oxigenadas provavelmente querem se bronzear pra tentar levantar algum cacete ( solo de bateria) -, mas a violência ficou só no jogo do Fluminense, mesmo. Apesar dos protestos, a Anvisa, que proibiu as maquininhas de radiação com base em um estudo envolvendo coisas superficiais como SAÚDE, disse que a decisão permanece (espanto geral).
Agora, a pergunta que realmente não quer calar é a seguinte: o que um HOMEM está fazendo no meio da balbúrdia? Eu realmente espero que o sujeito tenha participado apenas na tentativa de criar simpatia com as protestantes e levar uma delas pra cama, e não, por exemplo, porque quer chegar em janeiro já com a "cor do verão". |