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hit where it hurts
André - 15 novembro 2009 - 04:40
Eu odeio tomar decisões. Pesa sempre aquela incerteza, aquele "e se" que desdobra centenas de milhares de possibilidades, cada uma totalmente possível, e de repente os critérios começam a falhar. Ou melhor, eles não são mais tão fortes. Porque tudo se dilui entre as promessas e ameaças das possibilidades.

Soma-se a isso o fato de que a minha cabeça simplesmente não desliga. Ela tenta antecipar cada passo, para que o futuro não bata tão forte. E envolve tudo e todos em volta, tentando fazer a coisa menos cruel com eles - quando o Winning Eleven roda no Playstation 2, e a raiva atinge DEFCON 1 (quem já jogou, sabe), ao invés de atirar o controle na parede eu sou "racional" o suficiente pra virar e jogar ele no sofá. No meio do furacão de violência, um sistema de alerta diz "na parede, vai tudo pro saco; no sofá, ele QUICA e volta ileso". É um exemplo meio idiota, eu sei, mas acho que ilustra bem o que acontece.

E aí surgiu a chance de tomar uma atitude extremamente simples e banal, e eu senti como se estivesse decidindo o mundo. Em parte porque eu tinha que considerar toda a minha bagagem na questão. Em parte, porque havia outra pessoa que seria afetada no processo.

Mas o que a minha cabeça teimosa não consegue entender é que, às vezes, ver o controle se espatifar na parede pode ser a melhor coisa a fazer. Dar uma de Tyler Durden. Ver o circo pegar fogo. Parar de tentar manter o status quo.

Enfim, não consigo aceitar a idéia de que algumas pessoas merecem se foder, e que está tudo bem se eu machucar elas pra manter um pouco da sanidade. Talvez lá no fundo eu esteja tentando ser o herói e tal. Sabia que assitir O Cavaleiro das Trevas com tanta frequência traria sequelas.

He can be the outcast. He can make the choice no one else can make. The right choice.

Será?
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