Qualquer hora dessas vou achar um jeito mais STÁILE de contar os anos. Talvez em gols decisivos, aqueles que fazem o cara tirar a camiseta do time e projetá-la alucinadamente contra o concreto do estádio diversas vezes, enquanto desfere todos os impropérios conhecidos pelo homem, e mais dois ou três inventados na hora. Ou então em shows de rock, que acabam nos tornando adolescentes outra vez e produzindo o que pode ser chamado de Efeito Crepúsculo: chegamos na fila horas antes do início, temos espasmos de alegria ao ver os astros, somos globalmente parciais na análise do evento e as pessoas menos aficcionadas suicidam-se de tédio porque só falamos sobre isso. Acredito que até algumas espinhas ROQUENROL devam surgir no decorrer do processo.
Outras idéias legais: marcar a passagem do tempo através dos livros lançados por Nick Hornby (nenhum conseguirá superar Febre de Bola. Entendo), sequências geniais nos filmes de David Fincher (a do quase atropelamento em O Curioso Caso de Benjamin Button; a do porão em Zodíaco; a câmera passeando por uma casa que tem O Quarto do Pânico; todo o Clube da Luta; etc) ou músicas estranhas que o Pearl Jam inventa de botar nos discos (se bem que o último não teve, já invalida a proposta). Fosse eu um sujeito mais dedicado à cultura, certamente colocaria as atualizações do Winning Eleven nessa lista.
Mas sou fraco. Eventualmente acabarei caindo em algum clichê bonito, como, por exemplo, contar os aniversários através das pessoas inesquecíveis que cruzam nosso caminho. E ficarei nele. Porque, na pior das hipóteses, seria um ótimo motivo pra tentar chegar até os 100 anos. |