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Backspacer faixa a faixa
André - 08 outubro 2009 - 23:06
Backspacer é um disco exibido quadro-a-quadro

1 - Gonna See My Friend
O disco começa bem. Gonna See My Friend cria um climão visceral, mas sem perder a criatividade - e é interessante perceber como a canção simplesmente RESVALA e cai no refrão, sem aviso prévio. Dá vontade de sair pulando alucinadamente por aí, chacoalhando os cabelos curtos e exibindo a ausência de tatuagens. Rock maduro.

2 - Got Some
Tem um belo riff descompassado, que ziguezagueia sem perder a direção, tal qual um bêbado voltando pra casa. Então a música cresce, passa pela infância e chega ao refrão adolescente: barulhento e raivoso. Daí a banda engata na DÉCIMA NOVA marcha e faz de Got Some uma curta e poderosa pérola.

3 - The Fixer
O primeiro single, sobre o qual já falei. Audições posteriores fizeram a canção soar melhor aos ouvidos, e já reconheço que ela funciona bastante dentro da proposta otimista que assume. Enfim, é batuta, eu convidaria The Fixer pro cinema, e mostra um lado mais pop da banda que, paradoxalmente, vive xingando o mainstream.

4 - Johnny Guitar
A música começa empolgante. A batida quebrada do Matt Cameron funciona legal, e tudo parece caminhar para uma pra uma formatura laureada. Mas eis que da metade pro final a coisa começa a soar meio repetitiva. O vocal parece perder um pouco da graça, e Johnny Guitar fica aquém do esperado. Provavelmente foi mixada pelo Celso Roth.

5 - Just Breathe
Into the Wild reloaded? Just Breathe é cativante. É uma bola de sorvete de chocolate enrolada em uma casquinha de bacon e com um par de seios no topo. Segue calminha, dedilhada, com uma letra inspirada, um vocal amigável e uma linha de baixo que pega todas as outras linhas de baixo da história e as arremessa num abismo sem fim. Antes que o sujeito perceba, vai estar olhando pela janela de um ônibus enquanto canta Did I say that I need you? Did I say that I want you?

6 - Amongst the Waves
Começa simples e mais recatada. Conforme ela cresce, com um instrumental que esmaga os deuses do Olimpo e Vedder jogando sua voz lá na ionosfera, o ouvinte se encharca de lágrimas. Fatalmente foi composta por algum ROUXINOL que trazia no seu âmago a melodia perfeita. Quando Amongst the Waves toca em algum lugar do mundo, os conflitos no Oriente Médio cessam e o Grêmio vence uma partida fora de casa.

7 - Unthought Known
É a Love Boat Captain do disco. Remete também às músicas do Coldplay, mas bem de leve. E diabos, é emocionante feito encontrar uma vaga pra estacionar em um local cheio. Look for love and evidence / that you're worth keeping, canta Vedder com suas amígdalas quase explodindo. Difícil não se identificar de primeira com a intensidade da música. Vai servir de trilha pra algum filme onde no final, por qualquer motivo, alguém tem que correr dramaticamente em câmera lenta.

8 - Supersonic
Volta a agressividade, dessa vez mais descompromissada e divertida. Basicamente, temos aqui uma canção punk, rápida e com uma parada no meio pro guitarrista Stone Gossard mostrar que ele não compõe riffs, ele os LAPIDA de algum cristal secreto formado por notas certeiras de guitarra.

9 - Speed of Sound
Baladona bem Pearl Jam, até lembra um pouco a ótima Thin Air, do não-ótimo disco Binaural. Uma das letras mais melancólicas e bonitas do disco (But this night has been a long one / Waitin' on a word that never comes), Speed of Sound cria aquele climão de "passear pela rua à noite enquanto cai uma leve garoa". Se o cara pegar um violão e tocar ela pra alguma guria, é ferro na boneca.

10 - Force of Nature
O ritmo de Force of Nature também é meio quebrado, mas a linha vocal é surpreendentemente linear. Melodia inspiradaça, que deságua em um refrão ABSOLUTAMENTE em chamas. Tipo, o corpo humano simplesmente não aguenta ficar sentado enquanto a música rola ao fundo. É sério. Já vi torcedores do Fluminense levantarem e erguerem os braços em comemoração ao ouvirem os versos somewhere there's a siren singing / a song only he hears.

11 - The End
Ainda mais triste do que Speed of Sound, até por ser apenas voz e violão (e alguns violinos saracoteando ali no meio). A voz do Vedder sai meio choramingada, lamentando-se por não poder continuar no caminho que estava. The End fecha o Backspacer como se fosse um pedido de desculpas e, ao mesmo tempo, um apelo para que seja aceita apenas como ela é. E acreditem, ela é descomunalmente linda. Três minutos de um suspiro melancólico. Uma última canção perfeita.
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