A Verdade Nua e Crua (The Ugly Truth) 2/5
Direção: Robert Luketic Roteiro: Nicole Eastman, Karen McCullah Lutz e Kirsten Smith
Elenco Gerard Butler (Mike Chadway) Katherine Heigl (Abby Ritchter) Eric Winter (Colin)
Um produtora de TV vê a sua posição e a sua visão moralista da vida ameaçadas quando a emissora contrata um novo apresentador, um sujeito que passa o tempo todo ofendendo as mulheres e acha isso divertido - basicamente um torcedor de futebol em um jogo com bandeirinhas mulheres, pra ficar mais claro. Mas eventualmente nasce um clima entre os protagonistas e blá blá blá.
A Verdade Nua e Crua é filme de uma personagem só: depois de ser o líder da bomba de homoerotismo que é 300, Gerard Butler convence interpretando o estereótipo de homem cafajeste, o cara que desfila frase de parachoque atrás de frase de parachoque como se estivesse pregando a Bíblia. Claro, logo descobrimos que ele tem um sobrinho de quem gosta muito, e ajuda a criar o piá, e tem um lado BIXONA sensível, e mimimi. Mas no geral é a canalhice de Mike que mantém a película acesa.
O problema é que isso é muito pouco. A gatinha Katherine Heigl faz um bom papel atuando como o "oposto" e dando a deixa para as tiradas do companheiro. Diabos, ela inclusive veste uma calcinha vibradora! Só que a moça parece tão legal que o roteiro burocrático simplesmente a joga em uma série de situações previsíveis - a confusão com o ponto eletrônico, o constrangimento de uma atividade sexual em público, etc, são coisa de uma década atrás -, confiantes de que o carisma dela é o suficiente pra envolver os espectadores. Não é. Quando Mike não está em cena aplicando injeções de cerveja com testosterona em todo mundo, a película se mantém no trajeto seguro e sem-graça.
Dentro de um esquema pré-determinado, algumas comédias românticas conseguem ser criativas e originais (Penetras Bons de Bico, Ele Não Está Tão a Fim de Você, Simplesmente Amor). Mas apesar dos protagonistas desbocados e de tratar "abertamente" de sexo, A Verdade Nua e Crua mantém um tom bastante conservador, tanto no discurso como na forma e na história (a única cena de bate-coxas aparece só no final, e acreditem, ao dizer "aparece" estou sendo generoso). O que sobra, então, são algumas tiradas afiadas, perdidas no meio de um filme que as utiliza como desculpa para montar uma trama. Tipo a banheira do Gugu no Domingo Legal. Marcadores: Peliculosidade |