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Em tempo
André - 15 outubro 2009 - 18:25
Tava com uma idéia pra um post engatilhada fazia alguns dias. Seria uma reflexão sobre a questão do tempo não ser linear, mas sim algo... bem, DESLINEAR. Talvez como o espaço, ou seja, passado presente e futuro não passam de grandes áreas ao nosso redor, repletas de cocô de cachorro e panfletos políticos pelo chão. Isso modificaria a percepção sobre o encadeamento dos fatos, pois as coisas estariam sempre acontecendo. Mais ou menos como o Dr. Manhattan fazia em Watchmen. Mas sem a pele azul e a polêmica por aparecer de tico de fora.

E havia uma prova irrefutável disso tudo. Após o gol de Jonas, o Errante, contra o Botafogo, onde ele acertou a trave duas vezes seguidas no mesmo lance (uma sem querer) e viu a bola ser violentada por um golpe de KEMPO desferido pelo zagueiro adversário antes de marcar, compreendi perfeitamente o funcionamento do tempo. A única explicação possível para uma DANÇA DE CAN-CAN daquelas resultar em gol é se, em algum ponto dessa balbúrdia que é a dimensão temporal, o atacante gremista estivesse sendo coroado como o artilheiro do torneio. De outra forma, a jogada supracitada tornaria-se apenas motivo para dezenas de milhares de visualizações no YouTube.

Entretanto, o próprio tempo encarregou-se de desmentir o possível post: Jonas foi alvo do destino, esse guri sádico que abate pássaros a pedradas, lesionou-se e não volta mais aos gramados, abrindo caminho para que Adriano finalmente dê alguma alegria ao Flamengo. Em nenhum momento o gremista sairá do torneio como o maior fazedor de gols.

O que não quer dizer, claro, que toda a teoria esteja errada. Isso só confirma que o tempo não é absoluto - afinal, as leis da probabilidade chegaram de SOPETÃO e chutaram a bunda dele. Depois de Washington e Josiel, Jonas na artilharia seria demais para que as dimensões do universo conseguissem se manter remotamente coerentes.
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