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Quanto mais GTA V, menos queijo.
André - 16 dezembro 2013 - 19:56
Joguei GTA V para o Xbox 360 e gostei. É divertido na maior parte do tempo, tem ótimos diálogos, missões alucinadas e momentos engraçados. A história é bem forçada, mas ok, não esperava nenhum Aaron Sorkin ou Charlie Kaufman ou qualquer Oscar de roteiro do gênero, e algumas partes expõem claramente que foram boladas nas horas extras de uma madrugada de sábado para domingo (a de fazer ioga e a de dirigir a família até o psiquiatra, especialmente).

Assim, apesar de ter curtido pacas a jornada, não sou daqueles que pegam a caixinha do jogo e saem por aí bradando que GTA V é a resposta a todas as nossas preces. Na verdade, analisando algumas opiniões e reviews, percebi que boa parte da veneração em torno dessa liberação videogamística do ID vem pelas coisas que o jogador pode fazer: ele pode jogar tênis, pode pular de páraquedas, pode dirigir um avião ou um helicóptero, pode fazer ioga, pode escolher entre fazer a missão de forma mais discreta ou chamando no Duro de Matar, enfim, ele pode. Mas a coisa parece ficar por aí, no fato de que é possível. Ninguém comenta se em GTA V é legal jogar tênis (é chato), pular de páraquedas (é legal), dirigir um avião ou helicóptero (chato), fazer ioga (chato) ou se as opções alternativas de realizar as missões são divertidas (o modo Duro de Matar normalmente é divertido, o modo discreto normalmente é chato).

Logo abandonei a exploração do tal mundo aberto e me foquei nas missões principais, essas sim trazendo momentos épicos de motos pulando em cima de trens, prédios do FBI sendo invadidos, rapel, tiroteio desenfreado e outras situações das quais John McLane poderia participar. Ali que toda a diversão se concentrava, e o ato virtual de pular com uma moto virtual em cima de um trem virtual era realmente épico, ao contrário de apenas soar épico quando alguém fala que o jogo permite que o cara pule de moto em cima de um trem.

Ou seja, aquilo era o GTA V (ao menos pra mim). E, como cada uma dessas missões que soa bem na conversa e mal no controle ocupa espaço que poderia ser usado para as partes legais, e no geral todos as definem como o grande diferencial e a grande atração do jogo, acho que aqui podemos aplicar a lógica do queijo suíço: quanto mais GTA, mais aulas de ioga virtual e derivados; quanto mais aulas de ioga virtual e derivados, menos GTA; assim, quanto mais GTA, menos GTA.

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